Os Dois Companhia de Dança
De Wikidanca
Histórico
Fundada em 1993, pela produtora, bailarina, coreógrafa e professora Giselda Fernandes, juntamente com o artista plástico, cenógrafo e diretor artístico Hilton Berredo e com Paulo Marques, professor, ensaiador e colaborador artístico. A Os Dois Companhia de Dança faz uma fusão entre dança e artes visuais, inovando ao fazer uso de objetos do cotidiano, como vassouras, baldes, banquinhos e garrafas PET em seus espetáculos.
Seu trabalho consiste em mostrar como objetos comuns do nosso cotidiano podem ter uma apropriação diferente daquela que estão destinados a ter, ou seja, como é possível estabelecer uma relação artística com objetos que são considerados banais, além de explicitar e nos atentar, através do uso desses objetos, sobre problemas e questões sociais e políticas, como a poluição da água e a falta de olhar critico para elementos comuns que podem se tornar elementos de arte.
Repertório
A Companhia acumula, ao longo de seus dezoito anos de existência, um repertório que contém dez montagens, são elas:
1. ‘Castelo d’Água’
Criado e interpretado por Giselda Fernandes, ‘Castelo d’Água’ é um solo coreográfico com vinte minutos de duração que teve sua estréia no ano de 2002.
A presença imaginária da água e constante em todo o percurso da coreografia, e nessa montagem Giselda tem como objeto-partner uma caixa d’água.
2. Ô Água
Ô água é uma performance que teve sua estréia na cidade do Rio de Janeiro no “Dança em Trânsito”de 2002. Com cerca de 20 minutos de duração, a performance atenta para a falta de qualidade da água urbana, ou seja, água que consumimos.
3. As vezes banco
As vezes banco é uma montagem para palcos com 40 minutos de duração.
A proposta dessa montagem é mostrar a tênue linha que separa os objetos do nosso corpo.
Contando com 3 bailarinos, 200 bancos plásticos e vídeos do produtor Hilton Berredo, essa montagem mostra como objetos banais são capazes de alterar os movimentos do nosso corpo, e vice versa, evidenciando assim o encontro coreográfico entre corpo e objeto como agente alterador do movimento e dos seus significados.
4. Banqueata
Estreou no “Festival Panorama de Dança” no ano de 2006 na Praça Cinelândia, Rio de Janeiro.
É uma perfomance/instalação planejada para espaço urbano ou áreas de convivência.
Através do uso de 64 bancos plásticos que são “montados” de maneira a construir esculturas efêmeras, banqueata tem o intuito de surpreender o público, que ao final do percurso encontrará uma grande mandala de bancos, simbolizando a circularidade da vida que é exposta através da transfiguração de objetos banais à obras de arte.
5. Garrafão
O projeto garrafão conta com 5 interpretes e 36 garrafoes de água vazios para realização.
Contemplado com o Prêmio Funarte Klauss Vianna 2006, a performance resulta de um projeto de inclusão de questões sociais, urbanas e ambientais na pauta da dança contemporânea. Em 2007 a Os 2 Cia. De Dança convidou a Companhia de Teatro Roçacaçacultura, que há quinze anos realiza a Via Sacra da Rocinha. Montados em garrafões de água mineral de 20 litros, seus integrantes levaram ao Centro um acontecimento desenhado para provocar discussões e surpreender o transeunte ou passante, e levá-lo a interrogar-se sobre aspectos da vida nas cidades, sobre a questão da água e sobre a presença do artista no espaço público.
6. Oãfarrag
Girando em torno de uma temática atual e tocante a todos nós, em Oãfarrag 4 bailarinos fazem dança num mundo preocupado com a questão da água.
Com uma movimentação que é tanto cotidiana quanto maquinal, tão funcional quanto dançada, tão surpreendente quanto banal, os bailarinos percorrem um roteiro de situações inusitadas num alegórico mundo da água engarrafada. Dança e videografismo em um olhar plástico e poético sobre questões sociais, urbanas e ambientais que afetam a todos nós.
Em Oãfarrag, Giselda Fernandes assume a opção artística de procurar apagar as fronteiras entre as fontes da arte e as da vida cotidiana. Para tanto, adota uma movimentação que inclui desde o simples empilhar, arrastar ou organizar, quanto novos movimentos que recebem apelidos como ‘tarantulear’. Em Oãfarrag, seu desafio é criar uma ‘coreografia da função inútil’.
7. Piaçava
Piaçava é um work in progress que foi criado para fazer parte de um exercício sobre a relação corpo-objeto desenvolvido pela Os 2 Cia. De Dança. Contando com 3 bailarinos para sua realização, trata-se de um diálogo de três corpos com nove vassouras de piaçava. Enfatizando o resultado plástico do entrecruzamento de linhas e corpos no espaço, Piaçava descontextualiza, de modo lírico, o objeto banal com o objetivo de transmutar o movimento funcional em obra artística.
8. Jogo de garrafões
Criado para atender a um convite de ocupação do Teatro Cacilda Becker em 2009, jogo de garrafões é o fio condutor de um exercício cênico de improvisação em que 8 bailarinos da Companhia recriam a obra originalmente concebida para 5 intérpretes.O efeito de sobreposição das cenas originais pretende reforçar a ambigüidade que a coreógrafa Giselda Fernandes procura ao misturar a precisão dos movimentos ensaiados com a espontaneidade do improviso e ainda insiste na confluência de temas sociais - urbanos - ambientais através de uma visão plástica e poética.Todo o espetáculo conta com o videografismo do artista plástico Hilton Berredo que sugere que os bailarinos e garrafões estão imersos em imagens de um ambiente aquático.
9. Jogo de objetos
Performance, Instalação interativa e Videografismo especialmente criado para o Centro Municipal de Arte Hélio Oiticica
Jogo de objetos trata-se de um exercício cênico de improvisação em que 6 bailarinos munidos com 64 garrafões de 20 litros de água mineral vazios, 228 bancos plásticos brancos, 24 vassouras, 800 garrafas Pet vazias e uma caixa d`água improvisam sobre uma colagem de cenas do repertório da Companhia.
Com uma movimentação ligando dois espaços do Centro Cultural Hélio Oiticica, a performance pretende colocar em movimento esses dois espaços, alternando cenas entre eles.
10. Pet na rede
O presente projeto propõe a montagem de seis experimentos em performance urbana nos quais a performer Giselda Fernandes interage com uma rede de pesca contendo cerca de 800 garrafas PET. Os experimentos são modelados para investigar possibilidades de intervenção poética na vida ao ar livre nos Jardins de Burle-Marx do Parque do Flamengo, Rio de Janeiro, e provocar reflexão sobre a questão da água e os objetos em nossas vidas.
Uma pesquisa inicial determinará em quais diferentes pontos dos Jardins, em que horários e com que duração serão desempenhadas as ações performativas. As ações não serão anunciadas e divulgadas previamente, de modo a instaurar a surpresa. Com essa postura se espera alterar a percepção da cidade por esses freqüentadores, instaurando a idéia da urbe como espaço do acontecimento poético.
==Espetáculos Produzidos==
• 2009 – ‘Jogo de Objetos’ - Instalações e Performance inédita, apresentadas e realizadas no Centro Municipal de Arte Hélio Oiticica entre os dias 12 de setembro e 20 de dezembro;
• 2009 - ‘Jogo de Garrafões’ - Na 2ª Temporada de Ocupação do Teatro Cacilda Becker’ foram realizados 3 ensaios abertos de ‘Jogo de Garrafões’ nos dias 26, 27 e 28 de junho;
• 2009 - ‘Oãfarrag’ – apresentação deste espetáculo dentro do evento ‘Viradão Carioca’ no CCCRJ em 6 de junho, e também, no evento ‘Semana Angel Vianna’ dia 20 de junho;
• 2009 - Realização da 1ª ‘Temporada de Ocupação do Teatro Cacilda Becker’ : a companhia apresentou 3 ensaios abertos de seu novo espetáculo ‘Garrastão’, durante o evento ‘Objeto Corpo Objeto’, dias 8, 9 e 10 de maio.
• 2009 - Performances ‘Ataques ao Largo do Machado’ - Foram apresentadas 4 Performances de intervenção urbana denominadas Ataques 1, 2, 3 e 4 ao Largo do Machado durante a temporada de ocupação do Teatro Cacilda Becker entre os dias 5 e 17 de maio.
• 2009 - ‘Oãfarrag’, apresentação deste espetáculo no evento de posse da coreógrafa Carmen Luz na Direção Artística do Centro Coreográfico da Cidade do Rio de Janeiro em 29 de abril.
• 2008 - ESPETÁCULO “OÃFARRAG” – Temporada no Teatro do Centro Cultural Justiça Federal (Praça da Cinelândia- Rio) entre os dias 29 de agosto e 14 de setembro de 2008 – Coreografia de Giselda Fernandes e videografismo de Hilton Berredo. Intérpretes: Rodrigo Maia, Eraci de Oliveira, Juliana Nogueira e Dávila Pontes.
• 2007 - Participação no 16 Festival Panorama de Dança Contemporânea com duas apresentações da Performance de rua 'GARRAFÃO’ na Cinelândia, no Rio, com a participação de jovens do Projeto Roçacaçacultura e, mais duas apresentações da coreografia inédita (work in progress) ‘PIAÇAVA’ no Teatro da Justiça Federal, dia 03 de novembro.
• 2006 – PERFORMANCES “GARRAFÃO” & "BANQUEATA" (work in progress) – Performance em dois formatos. Para espaços públicos <Performance de Rua> e, um segundo formato: para espaços internos alternativos. Experimentação pública das duas performances durante os meses de setembro, outubro e novembro. Também em 2006, a Performance de Rua “Banqueata” teve duas apresentações durante o 15 Festival Panorama de dança na Praça Gen. Floriano, Cinelândia , Rio de Janeiro , em 15 de novembro e, a performance “Garrafão” para espaço interno : foi apresentada durante o evento Fórum Cultural Mundial, no Espaço Cênico do Centro Coreográfico do Rio nos dias 24, 25 e 26 de novembro.
• 2005 – “OBJETO-PARTNER” – Coreografias de Giselda Fernandes – Espetáculo de Dança Contemporânea (Castelo d’agua e Às Vezes Banco) no Espaço Cultural Sérgio Porto, Humaitá , Rio de Janeiro – Temporada de 10 à 19 de junho. A companhia também realizou em 2005 apresentações do solo coreográfico ‘Castelo d‘água` no Centro Coreográfico do Rio, em 11 de março e no evento Domingo Contemporâneo no Theatro Municipal do Rio de Janeiro em 28 de Agosto.
• 2004 – “ÀS VEZES BANCO” – Coreografias de Giselda Fernandes (Fragmentos de Às Vezes Banco) no Espaço Cênico do Centro Coreográfico do Rio, Temporada de 24 de setembro até 03 de outubro.
• 1998 – “ANTIMATÉRIA” - Espetáculo com a Cia Ana Vitória Dança - Intérpretes: Ana Vitória, Giselda Fernandes, Paula Águas e Andréa Bergallo. Produção e Montagem para a sua Temporada de Estréia em Maio no Centro Cultural do Banco do Brasil do Rio de Janeiro.
• 1997 – “LATITUDE SOLIDÃO” – Espetáculo com Coreografias de Paulo Marques e na Vitória com apresentações em temporadas no Café de La Danse, na Lapa, e Espaço Cultural Sérgio Porto, Humaitá, Rio. Além de participação em Festivais de dança.
• 1995 - “LUXO, CALMA E VOLÚPIA” – espetáculo com coreografias de Paulo Marques e interpretação de Giselda Fernandes, Patrícia Barcellos, Virgínia Malm e Carolina Wiechoff. Com 20 apresentações em temporadas nos teatro Cacilda Becker, Largo Machado, Rio e, Teatro Ziembinski, Tijuca, Rio. Além de participação em festivais.
• 1994 – “DIVA” – Espetáculo solo de Giselda Fernandes com coreografia de Paulo Marques. Com 23 apresentações em temporada no Teatro Cacilda Becker, Largo Machado no Rio e nas capitais, Belém e Teresina.
Fontes
Site Oficial da Os Dois Companhia de Dança = http://www.osdois.com/
Giselda Fernandes