E por falar em dança... Programa 04 - 18/08/2009

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Tema do Programa: Heitor Villa-Lobos e a Dança

Essa semana vamos falar do namoro da dança com Heitor Villa-Lobos. Villa-Lobos faleceu em 1959. No imenso legado deixado pelo artista, encontram-se alguns balés. O Uirapuru, de 1917, coreografado por Vaslav Veltchek; Amazonas, de 1927, coreografado por Serge Lifar; e também A Floresta Amazônica, de 1975, feito por Dalal Achcar. Outros artistas, como José Limon, Martha Graham, Roland Petit e Mauricé Bejart criaram inspirados em Villa-Lobos. Em homenagem aos 50 anos de morte do compositor, a coreógrafa Ana Vitória criou o espetáculo Cirandas Cirandinhas, dedicado ao público infanto-juvenil. Ana Vitória traduz em dança contemporânea os jogos, as brincadeiras e o imaginário desse artista brasileiro e investe num projeto de formação de público, já que se aproxima das crianças e dos jovens e os convida a conhecer Villa-Lobos através da dança.


Entrevista: Ana Vitória

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Silvia Soter:

Por que você escolheu o público infanto-juvenil para esse seu último trabalho?


Ana Vitória:

Bom, eu fui motivada por algumas questões. Primeiro porque eu tenho filhos pequenos e eu costumo freqüentar muitos teatros e levá-los para assistir peças e sempre fiquei insatisfeita com a produção teatral e musical para criança. Tem peças que nem sempre prestigiavam a inteligência e a capacidade criativa das crianças e sempre notei que a dança ficava em segundo plano: ou eram musicais ou eram peças teatrais, nunca tinha a dança efetivamente atuando na cena para crianças.


Silvia Soter:

É muito raro, né? Como é que você tem visto? Você tem assistido espetáculos de dança? Você consegue encontrar espetáculos de dança dirigidos para esse publico?


Ana Vitória:

Não, não tem.


Silvia Soter:

São poucos, né?


Ana Vitória:

São raríssimos. Aqui no Rio de Janeiro são pouquíssimos. Até em São Paulo a gente encontra um pouco mais, em Minas a gente tem uns grupos que desenvolvem, que tem um trabalho voltado para o público infanto-juvenil, de dança. O que a gente vê aqui é muito texto de fora,muito conto de fada, pouca relação com a questão da brasilidade, das nossas memórias, nossas histórias.


Silvia Soter:

Pois é, porque você trabalha, na realidade, dança, mas você vai trazer o Heitor Villa-Lobos para as crianças também? E esse encontro, como é que se deu, teu com a obra do Villa-Lobos?


Ana Vitória:

Pois é, essa foi a minha segunda motivação, porque eu já vinha trabalhando com o Villa, eu já tenho umas peças do meu repertório dele. E o Villa tem essa ludicidade, ele tem essa relação com a criança muito forte. Ele batalhou muito pela educação musical nas escolas para criança, ele sempre foi um visionário nesse sentido, de saber que é dando lar na infância que as coisas vão reverberar lá no futuro. E eu sempre fui muito instigada pelo Villa, mesmo a partir da obra dele a criar um trabalho para crianças. E quando você começa a entrar no universo do Villa Lobos, você começa a se apaixonar por esse universo infanto-juvenil. E aí eu comecei a ouvir as cirandas, a Prole do Bebê Número 1 e Número 2, que são peças extremamente voltadas para esse universo, e eu decidi preencher essa lacuna, eu disse “Não, vou enfrentar esse...”


Silvia Soter:

Esse desafio, né?


Ana Vitória:

Foi um desafio enorme.


Silvia Soter:

E como é que as crianças e os familiares têm recebido o espetáculo?


Ana Vitória:

Olha, é incrível assim, porque, como o espetáculo Ciranda Cirandinhas ele resgata muita memória da infância, da nossa infância, de uma geração anterior a essa de hoje, então assim, as brincadeiras são corda , pipa, bola. O universo é completamente diferente de hoje, da criança que vive no computador, que vive no vídeo game. então a surpresa nossa foi ver que os pais ficam em completo deleite. Eles adoram porque eles revivem.

Silvia Soter:

Lógico. E apresentam para as crianças, através do seu trabalho, também a história deles.


Ana Vitória:

Exatamente. E as crianças ficam encantadas, porque elas vêem ali também outras possibilidades de brincadeira, de jogos.


Silvia Soter: Sem dúvida. E você vai apresentar esse trabalho no dia 22 de agosto.


Ana Vitória:

Sim. A gente vai apresentar na Escola SESC de Ensino Médio, eles estão com um evento chamado “Teatro na Contra Mão”, dia 22 às 17 horas. Esse espaço novo fica na Ayrton Senna, 5677, lá na Barra.


Silvia Soter:

E depois esse trabalho segue então aí viajando Brasil a fora.

Ana Vitória:

Segue viajando, fazendo o Circuito Sebetis, no Rio, fazendo SESC São Paulo e viajando por vários interiores. A nossa idéia é realmente entrar no Brasil, levar essa peça que é extremamente arrojada, extremamente sofisticada, para dar a possibilidade a criança de começar a ler dança, porque ela está muito acostumada ao verbal, ao textual, nos teatros, nos musicais, e pouca relação, pouco encontro com a dança.

Silvia Soter:

É um trabalho de formação, é importantíssimo o que você está fazendo com esse público também.


Ana Vitória:

E é extremamente gratificante, porque as crianças respondem na hora, elas comentam, elas vão para a frente do palco, querem entrar na cena. Elas ficam completamente envolvidas com o que estão vendo.


Momento Solo

A gente vai prestar atenção na respiração. Agora, vocês estão respirando? Claro que estão! Mas como? Vocês vão encontrar um momento de tranqüilidade, deitar no chão ou na cama, apoiar os pés, joelhos dobrados, pés apoiados no chão ou na cama. E a gente vai colocar as mãos sobre o peito e vai ficar ali, observando o movimento do tórax, esse subir e descer das costelas, sem tentar controlar a respiração, apenas escutando o movimento. Depois de um tempo vocês vão descer as mãos para a parte mais baixa das costelas e vão ficar ali também um momento. Por ultimo, a gente vai colocar as mãos sobre o ventre e, tranquilamente, observar essa onda de inspiração, expiração e pausa


Arquivo:Deitado.jpg


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--Gabriel Lima 14h53min de 5 de agosto de 2013 (BRT)

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