http://wikidanca.net/wiki/index.php?title=Especial:Contribui%C3%A7%C3%B5es/Gabriel_Lima&feed=atom&limit=50&target=Gabriel_Lima&year=&month=Wikidanca - Contribuições do usuário [pt-br]2024-03-28T15:47:29ZDe WikidancaMediaWiki 1.16.1http://wikidanca.net/wiki/index.php/E_por_falar_em_dan%C3%A7a..._Programa_06_-_01/09/2009E por falar em dança... Programa 06 - 01/09/20092013-12-25T21:44:50Z<p>Gabriel Lima: </p>
<hr />
<div>=Tema do Programa: Corpo=<br />
<br />
<br />
“O corpo não é uma máquina, como nos diz a ciência, nem uma culpa, como nos fez crer a religião. O corpo é uma festa.” Palavras do escritor uruguaio Eduardo Galiano. Para alguns, objeto, para outros, experiência íntima, o corpo pode ser abordado a partir de diferentes olhares. Visto como suporte de identidades, memórias e subjetividades, abre um amplo horizonte de questões e também de dúvidas e de indagações. Seja tomando o corpo como moradia íntima, seja como lugar de invenção e metamorfoses, é com ele que marcamos presença no mundo. O livro <i>Corpo – Identidades, Memórias e Subjetividades</i> trata disso. Lançado recentemente pela editora Mauad, reúne pesquisadores das mais distintas áreas de conhecimento, acreditando que a multiplicidade de olhares possibilita o entendimento da presença densa do corpo e das suas inúmeras representações na vida social. O livro foi organizado por Joelle Rouchou, Cláudio de Oliveira e pela historiadora e pesquisadora da Casa de Ruy Barbosa, Monica Pimenta Velloso, nossa entrevistada de hoje.<br />
<br />
<br />
=Entrevista: Monica Pimenta Velloso=<br />
<br />
<br />
<br />
[[Arquivo: livrocorpo.jpg]]<br />
<br />
<br />
<br />
<b>Silvia Soter:</b><br />
<br />
Mônica, por que tratar do corpo hoje?<br />
<br />
<br />
<b>Monica Pimenta Velloso:</b><br />
<br />
Eu acho que temos muitos motivos, dentre os quais eu acho que é um assunto que vem despertando muita atenção. Eu acho que o nunca o corpo foi tão automatizado, mecanizado, estetizado, enfim, há uma preocupação enorme em torno do corpo, mas um corpo muitas vezes, eu acho, tratado como objeto, não se fala muito nessas sensibilidades, nas subjetividades, então o nosso livro trata desse corpo mecanizado, automatizado, mas também com um foco muito delicado com muita ênfase nas questões das sensibilidades e das subjetividades.<br />
<br />
<br />
<b>Silvia Soter:</b><br />
<br />
O livro, ele é dividido em alguns temas, certo? Você podia falar um pouquinho como é que o livro se estrutura?<br />
<br />
<br />
<b>Monica Pimenta Velloso:</b><br />
<br />
Com certeza. Uma das coisas que é importante dizer, Silvia, é que esse livro ele foi resultado de um seminário na Casa Rui Barbosa em maio de 2008 e nós nos surpreendemos muito com a grande procura que esse seminário teve. Pessoas de várias áreas do conhecimento, muita gente jovem, enfim, um grande público. Daí então esse fato nos estimulou a publicar o livro, com todas as apresentações que foram feitas na ocasião.<br />
<br />
<br />
<b>Silvia Soter:</b><br />
<br />
São muitos autores, né?<br />
<br />
<br />
<b>Monica Pimenta Velloso:</b><br />
<br />
São muitos! Temos doze autores e nós resolvemos estruturar o livro, como o próprio subtítulo diz, <i>identidades, memórias e subjetividades</i>. Então, quando a gente está pensando na questão da identidade, como é que o corpo pode trazer marcas das classes sociais, das culturas, a relação do corpo com a cidade, e nisso nós temos um artigo bastante interessante da Paola Jacqs, que é uma arquiteta, que ela coloca uma questão que eu acho extremamente importante, lembrando que na cidade as pessoas sem teto, pela violência dessa situação, elas próprias são obrigadas a ter m contato muito maior, vamos dizer assim muito mais íntimo, um contato carnal mesmo com as ruas da cidade.<br />
<br />
<br />
<b>Silvia Soter:</b><br />
<br />
Elas carregam essa casa no corpo, né? Isso de uma forma muito clara. E vocês também abordam as artes, as a dança aparece no livro, né? De que modo?<br />
<br />
<br />
<b>Monica Pimenta Velloso:</b><br />
<br />
O artigo relacionado à dança é da minha autoria. Então quando eu estava pesquisando a questão da nacionalidade em 1900, 1910, eu descobri um acontecimento muito interessante, um casal de brasileiros que vai para Paris e else fazem grande sucesso dançando maxixe. E eu percebi que todos os jornais da época começam a falar na temática de um corpo brasileiro, um corpo mestiço, dengoso, sensual, enfim. Isso dá uma enorme polêmica, aparecem cartas pastorais pedindo que os católicos não dançassem maxixe, enfim, extremamente interessante.<br />
<br />
<br />
<b>Silvia Soter:</b><br />
<br />
E você fala também do encontro da Isadora Duncan com o João do Rio.<br />
<br />
<br />
<b>Monica Pimenta Velloso:</b><br />
<br />
Exato. E esse encontro é muito interessante. Eu acho que tanto a Isadora Duncan como o João do Rio, eles tiveram uma visão bastante diferente em relação ao corpo da época, porque na época já se falava, discutia-se muito essa educação do corpo, domínio técnico – mesmo da dança já tinha muito essa ideia do domínio técnico – e a Isadora, ela pensa exatamente o corpo de uma maneira diferente, o corpo em harmonia com a natureza, não um corpo, vamos dizer assim, controlado, disciplinado pelos discursos médicos, genistas, mas um corpo e harmonia com a natureza. E ela encontra o João do Rio, uma pessoa que pensa como ela, e os dois ficam amigos, inclusive ela declara na imprensa que adorou o Brasil e que pensava, que o sonho dela, que um dos sonhos, era fazer aqui a sua escola de dança. Muito interessante. <br />
<br />
<br />
<b>Silvia Soter:</b><br />
<br />
Com certeza o Brasil combina muito com a Isadora.<br />
<br />
<br />
<b>Monica Pimenta Velloso:</b><br />
<br />
<br />
Então ela se seduziu muito pela questão da Natureza no Rio de Janeiro, pensando essa Natureza em equilíbrio com o corpo, com os movimentos.<br />
<br />
<br />
<b>Silvia Soter:</b><br />
<br />
E Mônica, como a gente acha o livro? Ele está distribuído nas livrarias? <br />
<br />
<br />
<b>Monica Pimenta Velloso:</b><br />
<br />
O lançamento foi agora nesta terça-feira na Livraria da Travessa, no Lebon. Então, evidentemente, já dispara em circulação. O livro é editado pela Mauad e FAPERJ.<br />
<br />
=Momento Solo=<br />
<br />
<br />
Quando o despertador toca de manhã você pula correndo da cama? Não faça isso! Antes de ficar de pé, coloque o corpo em movimento. Bem devagar se espreguice com calma, boceje, se inspire nos animais. Deixe o espreguiçar tomar todo o seu corpo. Só então é hora de começar o dia.<br />
<br />
<br />
=Ver Também=<br />
<br />
*[[Silvia Soter]]<br />
*[[Programa Arte e Movimento – Corpo e Dança]]</div>Gabriel Limahttp://wikidanca.net/wiki/index.php/E_por_falar_em_dan%C3%A7a..._Programa_06_-_01/09/2009E por falar em dança... Programa 06 - 01/09/20092013-12-25T21:32:58Z<p>Gabriel Lima: /* Entrevista: Monica Pimenta Velloso */</p>
<hr />
<div>=Tema do Programa: Corpo=<br />
<br />
<br />
“O corpo não é uma máquina, como nos diz a ciência, nem uma culpa, como nos fez crer a religião. O corpo é uma festa.” Palavras do escritor uruguaio Eduardo Galiano. Para alguns, objeto, para outros, experiência íntima, o corpo pode ser abordado a partir de diferentes olhares. Visto como suporte de identidades, memórias e subjetividades, abre um amplo horizonte de questões e também de dúvidas e de indagações. Seja tomando o corpo como moradia íntima, seja como lugar de invenção e metamorfoses, é com ele que marcamos presença no mundo. O livro <i>Corpo – Identidades, Memórias e Subjetividades</i> trata disso. Lançado recentemente pela editora Mauad, reúne pesquisadores das mais distintas áreas de conhecimento, acreditando que a multiplicidade de olhares possibilita o entendimento da presença densa do corpo e das suas inúmeras representações na vida social. O livro foi organizado por Joelle Rouchou, Cláudio de Oliveira e pela historiadora e pesquisadora da Casa de Ruy Barbosa, Monica Pimenta Velloso, nossa entrevistada de hoje.<br />
<br />
<br />
=Entrevista: Monica Pimenta Velloso=<br />
<br />
<br />
<br />
[[Arquivo: livrocorpo.jpg]]<br />
<br />
<br />
<br />
<b>Silvia Soter:</b><br />
<br />
Mônica, por que tratar do corpo hoje?<br />
<br />
<br />
<b>Monica Pimenta Velloso:</b><br />
<br />
Eu acho que temos muitos motivos, dentre os quais eu acho que é um assunto que vem despertando muita atenção. Eu acho que o nunca o corpo foi tão automatizado, mecanizado, estetizado, enfim, há uma preocupação enorme em torno do corpo, mas um corpo muitas vezes, eu acho, tratado como objeto, não se fala muito nessas sensibilidades, nas subjetividades, então o nosso livro trata desse corpo mecanizado, automatizado, mas também com um foco muito delicado com muita ênfase nas questões das sensibilidades e das subjetividades.<br />
<br />
<br />
<b>Silvia Soter:</b><br />
<br />
O livro, ele é dividido em alguns temas, certo? Você podia falar um pouquinho como é que o livro se estrutura?<br />
<br />
<br />
<b>Monica Pimenta Velloso:</b><br />
<br />
Com certeza. Uma das coisas que é importante dizer, Silvia, é que esse livro ele foi resultado de um seminário na Casa Rui Barbosa em maio de 2008 e nós nos surpreendemos muito com a grande procura que esse seminário teve. Pessoas de várias áreas do conhecimento, muita gente jovem, enfim, um grande público. Daí então esse fato nos estimulou a publicar o livro, com todas as apresentações que foram feitas na ocasião.<br />
<br />
<br />
<b>Silvia Soter:</b><br />
<br />
São muitos autores, né?<br />
<br />
<br />
<b>Monica Pimenta Velloso:</b><br />
<br />
São muitos! Temos doze autores e nós resolvemos estruturar o livro, como o próprio subtítulo diz, <i>identidades, memórias e subjetividades</i>. Então, quando a gente está pensando na questão da identidade, como é que o corpo pode trazer marcas das classes sociais, das culturas, a relação do corpo com a cidade, e nisso nós temos um artigo bastante interessante da Paola Jacqs, que é uma arquiteta, que ela coloca uma questão que eu acho extremamente importante, lembrando que na cidade as pessoas sem teto, pela violência dessa situação, elas próprias são obrigadas a ter m contato muito maior, vamos dizer assim muito mais íntimo, um contato carnal mesmo com as ruas da cidade.<br />
<br />
<br />
<b>Silvia Soter:</b><br />
<br />
Elas carregam essa casa no corpo, né? Isso de uma forma muito clara. E vocês também abordam as artes, as a dança aparece no livro, né? De que modo?<br />
<br />
<br />
<b>Monica Pimenta Velloso:</b><br />
<br />
O artigo relacionado à dança é da minha autoria. Então quando eu estava pesquisando a questão da nacionalidade em 1900, 1910, eu descobri um acontecimento muito interessante, um casal de brasileiros que vai para Paris e else fazem grande sucesso dançando maxixe. E eu percebi que todos os jornais da época começam a falar na temática de um corpo brasileiro, um corpo mestiço, dengoso, sensual, enfim. Isso dá uma enorme polêmica, aparecem cartas pastorais pedindo que os católicos não dançassem maxixe, enfim, extremamente interessante.<br />
<br />
<br />
<b>Silvia Soter:</b><br />
<br />
E você fala também do encontro da Isadora Duncan com o João do Rio.<br />
<br />
<br />
<b>Monica Pimenta Velloso:</b><br />
<br />
Exato. E esse encontro é muito interessante. Eu acho que tanto a Isadora Duncan como o João do Rio, eles tiveram uma visão bastante diferente em relação ao corpo da época, porque na época já se falava, discutia-se muito essa educação do corpo, domínio técnico – mesmo da dança já tinha muito essa ideia do domínio técnico – e a Isadora, ela pensa exatamente o corpo de uma maneira diferente, o corpo em harmonia com a natureza, não um corpo, vamos dizer assim, controlado, disciplinado pelos discursos médicos, genistas, mas um corpo e harmonia com a natureza. E ela encontra o João do Rio, uma pessoa que pensa como ela, e os dois ficam amigos, inclusive ela declara na imprensa que adorou o Brasil e que pensava, que o sonho dela, que um dos sonhos, era fazer aqui a sua escola de dança. Muito interessante. <br />
<br />
<br />
<b>Silvia Soter:</b><br />
<br />
Com certeza o Brasil combina muito com a Isadora.<br />
<br />
<br />
<b>Monica Pimenta Velloso:</b><br />
<br />
<br />
Então ela se seduziu muito pela questão da Natureza no Rio de Janeiro, pensando essa Natureza em equilíbrio com o corpo, com os movimentos.<br />
<br />
<br />
<b>Silvia Soter:</b><br />
<br />
E Mônica, como a gente acha o livro? Ele está distribuído nas livrarias? <br />
<br />
<br />
<b>Monica Pimenta Velloso:</b><br />
<br />
O lançamento foi agora nesta terça-feira na Livraria da Travessa, no Lebon. Então, evidentemente, já dispara em circulação. O livro é editado pela Mauad e FAPERJ.<br />
<br />
=Momento Solo=<br />
<br />
<br />
Quando o despertador toca de manhã você pula correndo da cama? Não faça isso! Antes de ficar de pé, coloque o corpo em movimento. Bem devagar se espreguice com calma, boceje, se inspire nos animais. Deixe o espreguiçar tomar todo o seu corpo. Só então é hora de começar o dia.</div>Gabriel Limahttp://wikidanca.net/wiki/index.php/E_por_falar_em_dan%C3%A7a..._Programa_08_-_15/09/2009E por falar em dança... Programa 08 - 15/09/20092013-12-25T21:21:54Z<p>Gabriel Lima: </p>
<hr />
<div>=Tema do Programa: Dança e Musicais=<br />
<br />
<br />
Você gosta de musicais? Se gosta, deve estar contente com o crescimento desse gênero na cidade do Rio de Janeiro nos últimos anos. Não podemos esquecer que o Rio foi o berço do [http://pt.wikipedia.org/wiki/Teatro_de_revista Teatro de Revista] nos séculos XIX e XX. O Rio sempre gostou do teatro musical. Algumas dessas recentes experiências são remontagens de [http://pt.wikipedia.org/wiki/Categoria:Musicais_da_Broadway musicais da Broadway], mas outras são frutos da criatividade dos artistas cariocas. É o caso de [http://vejasp.abril.com.br/atracao/o-som-da-motown <i>O Som da Motown</i>], dirigido por Cláudio Figueira e [[Renato Vieira]], que acaba de reestreiar na sala Marília Pêra no Teatro Leblon em novo horário. A dança, ainda que não esteja sempre em destaque nessas montagens, é fundamental para a qualidade do espetáculo. Sobre a importância da dança, vamos conversar hoje com Renato Vieira, coreógrafo e diretor.<br />
<br />
<br />
=Entrevista: Renato Vieira=<br />
<br />
<br />
[[Arquivo: Renatovieira.jpg]]<br><br />
<small>Renato Vieira</small><br />
<br />
<br />
<b>Silvia Soter:</b><br />
<br />
Como você vê esse crescimento dos musicais no Rio de Janeiro?<br />
<br />
<br />
<b>Renato Vieira:</b><br />
<br />
Esse crescimento começou em São Paulo com a cia. que vem patrocinando os musicais americanos. E no Rio de Janeiro a gente começou, com uns espetáculos brasileiros, teve a [http://www.moellerbotelho.com.br/index.php/opera-do-malandro-em-concerto <i>Ópera do Malandro</i>], e eu estava trabalhando com o [http://www.moellerbotelho.com.br/ Charles Möeller] e com o [http://www.moellerbotelho.com.br/ Cláudio Botelho], e já teve o primeiro, há uns sete, oito anos atrás.<br />
<br />
<br />
<b>Silvia Soter:</b><br />
<br />
Foi quando você começou a coreografar musical?<br />
<br />
<br />
<b>Renato Vieira:</b><br />
<br />
Eu já tinha feito dança com orquestra, com cantores, uma mistura de popular com erudito, não tinha um enredo, não tinha uma história. E aí a gente começou a trabalhar, comecei a ser chamado para coreografar os musicais. Como eu tive uma experiência muito grande de <i>Jazz</i> e ia para Nova York e aproveitava e assistia tudo da Broadway e acabei fazendo aulas com a [http://en.wikipedia.org/wiki/Ann_Reinking Ann Reinking], a musa do [http://en.wikipedia.org/wiki/Bob_Fosse Bob Fosse], e aproveitando eu fazia moderno e jazz e tudo o que tinha de dança. Então foi aí que eu fui entrando nesse mundo dos musicais.<br />
<br />
<br />
<b>Silvia Soter:</b><br />
<br />
E você, dessa vez, <i>O Som da Motown</i> é dirigido por você e pelo Claúdio. Como é que surgiu a ideia desse musical?<br />
<br />
<br />
<b>Renato Vieira:</b><br />
<br />
Na verdade, foi ideia de uma das cantoras, ela que me propôs um musical para o verão, acabou sendo para o inverno, que não tem nada a ver com essa história e eu não quis fazer. Eu queria fazer uma coisa mais densa, com músicas mais, assim... E uma das cantoras, que gostava muito do som da <i>motown</i>, me propôs e aí caiu como uma luva porque era a época que eu vivi, que eu saí à noite, dançava, embalava não só as noites como as aulas, usei muito. <br />
<br />
<br />
<b>Silvia Soter:</b><br />
<br />
Sei. E, Renato, tem dança em <i>O Som da Motown</i>?<br />
<br />
<br />
<b>Renato Vieira:</b><br />
<br />
Sim, é uma dança para musical, uma dança para cantores, porque é bem diferente de uma dança contemporânea, de um jazz, de um moderno. Existe uma técnica, uma movimentação, uma inteligência corporal, mas não é necessariamente com técnica, com pirueta, pernas. Mas ao mesmo tempo tem um outro lado que a gente vai conduzindo através ou do que a gente tá querendo dizer na música, com a letra da música ou com a situação que elas estão. Vai criando, né?<br />
<br />
<br />
<b>Silvia Soter:</b><br />
<br />
É um pouco o que aconteceu com o trabalho que você fez dos Beatles, né, [http://www.moellerbotelho.com.br/index.php/beatles-num-ceu-de-diamantes <i>No Céu de Diamantes</i>] também, né?<br />
<br />
<br />
<b>Renato Vieira:</b><br />
<br />
É menos dançado. São cinco cantoras maravilhosas, são quatro negras e uma branca.<br />
<br />
<br />
<b>Silvia Soter:</b><br />
<br />
Quem são as cantoras? <br />
<br />
<br />
<b>Renato Vieira:</b><br />
<br />
Thalita Pertuzatti, Simone Centurione, Ellen Wilson, Débora Pinheiro e Alcione Marques.<br />
<br />
<br />
<br />
=Momento Solo=<br />
<br />
<br />
Para relaxar o pescoço, vocês vão beliscar a pele de trás da nuca. Segurem a pele como mamãe gato segura os gatinhos. Mantenha esse beliscão e com a cabeça vocês vão fazer pequenos movimentos de “sim”, de “não” e de “talvez”. Depois a gente muda de posição, sobe os dedos um pouquinho mais, belisca a pele, descola a pele um pouquinho, mantém entre os dedos e de novo: “sim”, “não” e “talvez”. E assim a gente vai fazer sucessivamente até a base do pescoço, depois relaxem o braço, virem a cabeça para um lado e para o outro e percebam se o movimento está mais solto. <br />
<br />
<br />
=Ver Também=<br />
<br />
*[[Silvia Soter]]<br />
*[[Programa Arte e Movimento – Corpo e Dança]]</div>Gabriel Limahttp://wikidanca.net/wiki/index.php/Arquivo:Livrocorpo.jpgArquivo:Livrocorpo.jpg2013-12-25T21:16:20Z<p>Gabriel Lima: Disponível em : http://www.portaldelivros.com.br/default.asp?Pag=5&Destino=Template&Codigo_Produto=124934</p>
<hr />
<div>Disponível em : http://www.portaldelivros.com.br/default.asp?Pag=5&Destino=Template&Codigo_Produto=124934</div>Gabriel Limahttp://wikidanca.net/wiki/index.php/E_por_falar_em_dan%C3%A7a..._Programa_06_-_01/09/2009E por falar em dança... Programa 06 - 01/09/20092013-12-25T21:12:07Z<p>Gabriel Lima: Criou página com '=Tema do Programa: Corpo= “O corpo não é uma máquina, como nos diz a ciência, nem uma culpa, como nos fez crer a religião. O corpo é uma festa.” Palavras do escrito...'</p>
<hr />
<div>=Tema do Programa: Corpo=<br />
<br />
<br />
“O corpo não é uma máquina, como nos diz a ciência, nem uma culpa, como nos fez crer a religião. O corpo é uma festa.” Palavras do escritor uruguaio Eduardo Galiano. Para alguns, objeto, para outros, experiência íntima, o corpo pode ser abordado a partir de diferentes olhares. Visto como suporte de identidades, memórias e subjetividades, abre um amplo horizonte de questões e também de dúvidas e de indagações. Seja tomando o corpo como moradia íntima, seja como lugar de invenção e metamorfoses, é com ele que marcamos presença no mundo. O livro <i>Corpo – Identidades, Memórias e Subjetividades</i> trata disso. Lançado recentemente pela editora Mauad, reúne pesquisadores das mais distintas áreas de conhecimento, acreditando que a multiplicidade de olhares possibilita o entendimento da presença densa do corpo e das suas inúmeras representações na vida social. O livro foi organizado por Joelle Rouchou, Cláudio de Oliveira e pela historiadora e pesquisadora da Casa de Ruy Barbosa, Monica Pimenta Velloso, nossa entrevistada de hoje.<br />
<br />
<br />
=Entrevista: Monica Pimenta Velloso=<br />
<br />
<br />
<br />
[[Arquivo: livrocorpo.jpg]]<br />
<br />
<br />
<br />
<b>Silvia Soter:</b><br />
<br />
Mônica, por que tratar do corpo hoje?<br />
<br />
<br />
<b>Monica Pimenta Velloso:</b><br />
<br />
Eu acho que temos muitos motivos, dentre os quais eu acho que é um assunto que vem despertando muita atenção. Eu acho que o nunca o corpo foi tão automatizado, mecanizado, estetizado, enfim, há uma preocupação enorme em torno do corpo, mas um corpo muitas vezes, eu acho, tratado como objeto, não se fala muito nessas sensibilidades, nas subjetividades, então o nosso livro trata desse corpo mecanizado, automatizado, mas também com um foco muito delicado com muita ênfase nas questões das sensibilidades e das subjetividades.<br />
<br />
<br />
<b>Silvia Soter:</b><br />
<br />
O livro, ele é dividido em alguns temas, certo? Você podia falar um pouquinho como é que o livro se estrutura?<br />
<br />
<br />
<b>Monica Pimenta Velloso:</b><br />
<br />
Com certeza. Uma das coisas que é importante dizer, Silvia, é que esse livro ele foi resultado de um seminário na Casa Rui Barbosa em maio de 2008 e nós nos surpreendemos muito com a grande procura que esse seminário teve. Pessoas de várias áreas do conhecimento, muita gente jovem, enfim, um grande público. Daí então esse fato nos estimulou a publicar o livro, com todas as apresentações que foram feitas na ocasião.<br />
<br />
<b>Silvia Soter:</b><br />
<br />
São muitos autores, né?<br />
<br />
<br />
<b>Monica Pimenta Velloso:</b><br />
<br />
São muitos! Temos doze autores e nós resolvemos estruturar o livro, como o próprio subtítulo diz, <i>identidades, memórias e subjetividades</i>. Então, quando a gente está pensando na questão da identidade, como é que o corpo pode trazer marcas das classes sociais, das culturas, a relação do corpo com a cidade, e nisso nós temos um artigo bastante interessante da Paola Jacqs, que é uma arquiteta, que ela coloca uma questão que eu acho extremamente importante, lembrando que na cidade as pessoas sem teto, pela violência dessa situação, elas próprias são obrigadas a ter m contato muito maior, vamos dizer assim muito mais íntimo, um contato carnal mesmo com as ruas da cidade.<br />
<br />
<br />
<b>Silvia Soter:</b><br />
<br />
Elas carregam essa casa no corpo, né? Isso de uma forma muito clara. E vocês também abordam as artes, as a dança aparece no livro, né? De que modo?<br />
<br />
<br />
<b>Monica Pimenta Velloso:</b><br />
<br />
O artigo relacionado à dança é da minha autoria. Então quando eu estava pesquisando a questão da nacionalidade em 1900, 1910, eu descobri um acontecimento muito interessante, um casal de brasileiros que vai para Paris e else fazem grande sucesso dançando maxixe. E eu percebi que todos os jornais da época começam a falar na temática de um corpo brasileiro, um corpo mestiço, dengoso, sensual, enfim. Isso dá uma enorme polêmica, aparecem cartas pastorais pedindo que os católicos não dançassem maxixe, enfim, extremamente interessante.<br />
<br />
<br />
<b>Silvia Soter:</b><br />
<br />
E você fala também do encontro da Isadora Duncan com o João do Rio.<br />
<br />
<br />
<b>Monica Pimenta Velloso:</b><br />
<br />
Exato. E esse encontro é muito interessante. Eu acho que tanto a Isadora Duncan como o João do Rio, eles tiveram uma visão bastante diferente em relação ao corpo da época, porque na época já se falava, discutia-se muito essa educação do corpo, domínio técnico – mesmo da dança já tinha muito essa ideia do domínio técnico – e a Isadora, ela pensa exatamente o corpo de uma maneira diferente, o corpo em harmonia com a natureza, não um corpo, vamos dizer assim, controlado, disciplinado pelos discursos médicos, genistas, mas um corpo e harmonia com a natureza. E ela encontra o João do Rio, uma pessoa que pensa como ela, e os dois ficam amigos, inclusive ela declara na imprensa que adorou o Brasil e que pensava, que o sonho dela, que um dos sonhos, era fazer aqui a sua escola de dança. Muito interessante. <br />
<br />
<br />
<b>Silvia Soter:</b><br />
<br />
Com certeza o Brasil combina muito com a Isadora.<br />
<br />
<br />
<b>Monica Pimenta Velloso:</b><br />
<br />
<br />
Então ela se seduziu muito pela questão da Natureza no Rio de Janeiro, pensando essa Natureza em equilíbrio com o corpo, com os movimentos.<br />
<br />
<br />
<b>Silvia Soter:</b><br />
<br />
E Mônica, como a gente acha o livro? Ele está distribuído nas livrarias? <br />
<br />
<br />
<b>Monica Pimenta Velloso:</b><br />
<br />
O lançamento foi agora nesta terça-feira na Livraria da Travessa, no Lebon. Então, evidentemente, já dispara em circulação. O livro é editado pela Mauad e FAPERJ.<br />
<br />
<br />
=Momento Solo=<br />
<br />
<br />
Quando o despertador toca de manhã você pula correndo da cama? Não faça isso! Antes de ficar de pé, coloque o corpo em movimento. Bem devagar se espreguice com calma, boceje, se inspire nos animais. Deixe o espreguiçar tomar todo o seu corpo. Só então é hora de começar o dia.</div>Gabriel Limahttp://wikidanca.net/wiki/index.php/Programa_Arte_e_Movimento_%E2%80%93_Corpo_e_Dan%C3%A7aPrograma Arte e Movimento – Corpo e Dança2013-12-25T21:05:44Z<p>Gabriel Lima: /* Ver Também */</p>
<hr />
<div>=E por Falar em Dança...=<br />
<br />
<br />
<b>E por falar em Dança...</b> foi um programa de variedades sobre corpo e dança que foi ao ar na [http://www.fm94.rj.gov.br/index.php/main# Rádio Roquette Pinto], por quase dois anos. Sob o comando de [[Silvia Soter]], que apresentava e produzia o programa, o quadro funcionava dentro do programa Arte e Movimento – Corpo e Dança, que também contou com vertentes de Cinema e Teatro. O programa tinha duração de 7 minutos no início das tardes de terça-feira e falava sobre temas relacionados à dança, como espetáculos, história da dança, conceitos e também dava algumas dicas de educação somática, contemplando uma sessão, o <b>Momento Solo</b>, onde Silvia dava dicas de corpo para serem feitas individualmente por cada ouvinte em casa ou mesmo no trabalho. E era essa a ideia do programa: ensinar ao público pequenos gestos cotidianos que podem trazer mais saúde, como pausas para o descanso dos olhos por quem trabalha muitas horas em frente ao computador ou dicas de massagens para os pés. <br />
<br />
<br />
“As pessoas, em geral, estão muito distantes da questão da saúde e tratam o corpo como ferramenta; abusam da malhação, mas esquecem de cuidados diários. Minha proposta é dar dicas úteis que podem ser postas em prática por qualquer pessoa e que podem ser positivas e trazer bem-estar” – afirma Silvia em entrevista publicada na [http://www.intranet.rj.gov.br/exibe_pagina.asp?id=6748 Intranet do Governo do Estado do Rio de Janeiro]. “Mais que divulgar espetáculos – segundo Silvia, tão escassos quanto o espaço que a mídia dedica a eles – a idéia do ‘Arte em Movimento – Dança’ é despertar o interesse para a dança.<br />
<br />
<br />
A dança, de todas artes, é a que ocupa o espaço mais elitista. E hoje as pessoas têm uma atitude muito passiva de ficar em frente à televisão recebendo informação. Mas a dança não chega por esses caminhos. Meu maior desafio é unir duas experiências (a da crítica, falando sobre história da dança, e a do corpo, tendo a oportunidade de ajudar as pessoas a tratar pequenos males) num curto espaço de tempo” – explica Silvia.<br />
<br />
<br />
O programa também contatava com uma sessão de entrevistas, onde eram levados ao programa grandes nomes da cena contemporânea da dança, que falavam sobre seus trabalhos e sobre questões estéticas e históricas de dança. Grandes nomes como [[Márcia Rubin]], [[Thereza Rocha]] e Hélio Bejani deram entrevistas para o programa.<br />
<br />
<br />
=Silvia Soter=<br />
<br />
[[Arquivo: Silvia Soter.jpg]]<br><br />
<br />
<br />
[[Silvia Soter]] é bailarina, graduada em Artes pela PUC-Rio (1988), em Dança pela [http://www.univ-paris8.fr/ Universidade de Paris 8] – França (1996) e mestre em Teatro pela UNIRIO (2005). Atua na área da Educação Somática desde 1984. Em 1996, na França, formou-se em Ginástica Holística – Método da Dra. Ehrenfried – com Marie-Josèphe Guichard. Dá aulas coletivas e individuais no seu em seu estúdio no Rio de Janeiro. É crítica de dança do [http://oglobo.globo.com/ Jornal O Globo] e tem mais de dez anos de experiência como docente do ensino superior em dança. Atualmente é professora do curso de Licenciatura em Dança da UFRJ – [http://www.ufrj.br Universidade Federal do Rio de Janeiro].<br />
<br />
<br />
=Os programas=<br />
<br />
<br />
Os programas obedeciam a uma estrutura que contava com uma introdução baseada num tema específico, que geralmente estava relacionado a algum fato importante para a história da dança ou algum acontecimento em dança na cidade do Rio de Janeiro. Na sequência, era realizada uma entrevista com uma personalidade da dança que pudesse falar sobre o tema proposto na introdução. Os programas eram então encerrados com o <i>Momento Solo</i>, deixando para o ouvinte uma dica de corpo simples a ser seguida e facilmente executável em casa ou no trabalho.<br />
<br />
<br />
Os programa podem ser ouvidos na íntegra [http://silviasoter.com/page5/page5.html neste link].<br />
<br />
<br />
=Referências=<br />
<br />
<br />
*[http://www.silviasoter.com Site Oficial Silvia Soter]<br />
*[http://www.intranet.rj.gov.br/exibe_pagina.asp?id=6748 Intranet do Governo do Estado do Rio de Janeiro]<br />
<br />
<br />
=Ver Também=<br />
<br />
<br />
*[[Silvia Soter]]<br />
*[[Entrevista: Silvia Soter]]<br />
*[[E por falar em dança... Programa 01 - 21/07/2009]]<br />
*[[E por falar em dança... Programa 02 - 04/08/2009]]<br />
*[[E por falar em dança... Programa 03 - 11/08/2009]]<br />
*[[E por falar em dança... Programa 04 - 18/08/2009]]<br />
*[[E por falar em dança... Programa 05 - 25/08/2009]]<br />
*[[E por falar em dança... Programa 06 - 01/09/2009]]<br />
*[[E por falar em dança... Programa 07 - 08/09/2009]]<br />
*[[E por falar em dança... Programa 08 - 15/09/2009]]</div>Gabriel Limahttp://wikidanca.net/wiki/index.php/E_por_falar_em_dan%C3%A7a..._Programa_08_-_15/09/2009E por falar em dança... Programa 08 - 15/09/20092013-12-25T20:53:36Z<p>Gabriel Lima: Criou página com '=Tema do Programa: Dança e Musicais= Você gosta de musicais? Se gosta, deve estar contente com o crescimento desse gênero na cidade do Rio de Janeiro nos últimos anos. N...'</p>
<hr />
<div>=Tema do Programa: Dança e Musicais=<br />
<br />
<br />
Você gosta de musicais? Se gosta, deve estar contente com o crescimento desse gênero na cidade do Rio de Janeiro nos últimos anos. Não podemos esquecer que o Rio foi o berço do [http://pt.wikipedia.org/wiki/Teatro_de_revista Teatro de Revista] nos séculos XIX e XX. O Rio sempre gostou do teatro musical. Algumas dessas recentes experiências são remontagens de [http://pt.wikipedia.org/wiki/Categoria:Musicais_da_Broadway musicais da Broadway], mas outras são frutos da criatividade dos artistas cariocas. É o caso de [http://vejasp.abril.com.br/atracao/o-som-da-motown <i>O Som da Motown</i>], dirigido por Cláudio Figueira e [[Renato Vieira]], que acaba de reestreiar na sala Marília Pêra no Teatro Leblon em novo horário. A dança, ainda que não esteja sempre em destaque nessas montagens, é fundamental para a qualidade do espetáculo. Sobre a importância da dança, vamos conversar hoje com Renato Vieira, coreógrafo e diretor.<br />
<br />
<br />
=Entrevista: Renato Vieira=<br />
<br />
<br />
[[Arquivo: Renatovieira.jpg]]<br><br />
<small>Renato Vieira</small><br />
<br />
<br />
<b>Silvia Soter:</b><br />
<br />
Como você vê esse crescimento dos musicais no Rio de Janeiro?<br />
<br />
<br />
<b>Renato Vieira:</b><br />
<br />
Esse crescimento começou em São Paulo com a cia. que vem patrocinando os musicais americanos. E no Rio de Janeiro a gente começou, com uns espetáculos brasileiros, teve a [http://www.moellerbotelho.com.br/index.php/opera-do-malandro-em-concerto <i>Ópera do Malandro</i>], e eu estava trabalhando com o [http://www.moellerbotelho.com.br/ Charles Möeller] e com o [http://www.moellerbotelho.com.br/ Cláudio Botelho], e já teve o primeiro, há uns sete, oito anos atrás.<br />
<br />
<br />
<b>Silvia Soter:</b><br />
<br />
Foi quando você começou a coreografar musical?<br />
<br />
<br />
<b>Renato Vieira:</b><br />
<br />
Eu já tinha feito dança com orquestra, com cantores, uma mistura de popular com erudito, não tinha um enredo, não tinha uma história. E aí a gente começou a trabalhar, comecei a ser chamado para coreografar os musicais. Como eu tive uma experiência muito grande de <i>Jazz</i> e ia para Nova York e aproveitava e assistia tudo da Broadway e acabei fazendo aulas com a [http://en.wikipedia.org/wiki/Ann_Reinking Ann Reinking], a musa do [http://en.wikipedia.org/wiki/Bob_Fosse Bob Fosse], e aproveitando eu fazia moderno e jazz e tudo o que tinha de dança. Então foi aí que eu fui entrando nesse mundo dos musicais.<br />
<br />
<br />
<b>Silvia Soter:</b><br />
<br />
E você, dessa vez, <i>O Som da Motown</i> é dirigido por você e pelo Claúdio. Como é que surgiu a ideia desse musical?<br />
<br />
<br />
<b>Renato Vieira:</b><br />
<br />
Na verdade, foi ideia de uma das cantoras, ela que me propôs um musical para o verão, acabou sendo para o inverno, que não tem nada a ver com essa história e eu não quis fazer. Eu queria fazer uma coisa mais densa, com músicas mais, assim... E uma das cantoras, que gostava muito do som da <i>motown</i>, me propôs e aí caiu como uma luva porque era a época que eu vivi, que eu saí à noite, dançava, embalava não só as noites como as aulas, usei muito. <br />
<br />
<br />
<b>Silvia Soter:</b><br />
<br />
Sei. E, Renato, tem dança em <i>O Som da Motown</i>?<br />
<br />
<br />
<b>Renato Vieira:</b><br />
<br />
Sim, é uma dança para musical, uma dança para cantores, porque é bem diferente de uma dança contemporânea, de um jazz, de um moderno. Existe uma técnica, uma movimentação, uma inteligência corporal, mas não é necessariamente com técnica, com pirueta, pernas. Mas ao mesmo tempo tem um outro lado que a gente vai conduzindo através ou do que a gente tá querendo dizer na música, com a letra da música ou com a situação que elas estão. Vai criando, né?<br />
<br />
<br />
<b>Silvia Soter:</b><br />
<br />
É um pouco o que aconteceu com o trabalho que você fez dos Beatles, né, [http://www.moellerbotelho.com.br/index.php/beatles-num-ceu-de-diamantes <i>No Céu de Diamantes</i>] também, né?<br />
<br />
<br />
<b>Renato Vieira:</b><br />
<br />
É menos dançado. São cinco cantoras maravilhosas, são quatro negras e uma branca.<br />
<br />
<br />
<b>Silvia Soter:</b><br />
<br />
Quem são as cantoras? <br />
<br />
<br />
<b>Renato Vieira:</b><br />
<br />
Thalita Pertuzatti, Simone Centurione, Ellen Wilson, Débora Pinheiro e Alcione Marques.<br />
<br />
<br />
<br />
=Momento Solo=<br />
<br />
<br />
Para relaxar o pescoço, vocês vão beliscar a pele de trás da nuca. Segurem a pele como mamãe gato segura os gatinhos. Mantenha esse beliscão e com a cabeça vocês vão fazer pequenos movimentos de “sim”, de “não” e de “talvez”. Depois a gente muda de posição, sobe os dedos um pouquinho mais, belisca a pele, descola a pele um pouquinho, mantém entre os dedos e de novo: “sim”, “não” e “talvez”. E assim a gente vai fazer sucessivamente até a base do pescoço, depois relaxem o braço, virem a cabeça para um lado e para o outro e percebam se o movimento está mais solto.</div>Gabriel Limahttp://wikidanca.net/wiki/index.php/Arquivo:Renatovieira.jpgArquivo:Renatovieira.jpg2013-12-25T20:43:02Z<p>Gabriel Lima: foi enviada uma nova versão de &quot;Arquivo:Renatovieira.jpg&quot;: (Imagem disponível em: http://piraprodanca.blogspot.com.br/2011/07/piradanca-2011-renato-vieira-e.html)</p>
<hr />
<div>Imagem disponível em: http://piraprodanca.blogspot.com.br/2011/07/piradanca-2011-renato-vieira-e.html</div>Gabriel Limahttp://wikidanca.net/wiki/index.php/Arquivo:Renatovieira.jpgArquivo:Renatovieira.jpg2013-12-25T19:45:50Z<p>Gabriel Lima: Imagem disponível em: http://piraprodanca.blogspot.com.br/2011/07/piradanca-2011-renato-vieira-e.html</p>
<hr />
<div>Imagem disponível em: http://piraprodanca.blogspot.com.br/2011/07/piradanca-2011-renato-vieira-e.html</div>Gabriel Limahttp://wikidanca.net/wiki/index.php/Dani_LimaDani Lima2013-11-16T13:29:46Z<p>Gabriel Lima: </p>
<hr />
<div>[[Arquivo:Dani_lima1.jpg]]<br />
<br />
<br />
== HISTÓRIA ==<br />
<br />
Dani Lima nasceu no Rio de Janeiro em 28 de maio de 1965. Sua formação artística abarca das técnicas de Balé Clássico, Contato Improvisação, Acrobacia, Dança Contemporânea, Teatro e Performance.<br />
<br />
<br />
Iniciou seu percurso na dança com Balé na Academia de [[Eugenia Feodorova]] dos 9 de idade aos 15 anos e na Dança Contemporânea com [[Graciela Figueiroa]] e [[Grupo Coringa]] dos 14 aos 24 anos. Sua trajetória foi enriquecida através dos anos por workshops com vários artistas, tais como [[Sonia Motta]], [[Nienke Reehorst]] (da companhia do belga [[Wim Vandekeybus]]), [[Thomas Lehmen]], [[Vera Mantero]], [[Olga Mesa]], [[Juan Dominguez]], entre outros.<br />
<br />
<br />
Em 1988, juntamente com alguns atores-acrobatas, em sua maioria da Escola Nacional de Circo, de onde também fez parte, funda a Intrépida Trupe, do qual participou durante 13 anos. Entre 1990 e 1994, trabalha como bailarina e assistente de [[Deborah Colker]]. <br />
<br />
<br />
<br />
Criando uma linguagem cênica entre o circo e a dança contemporânea, desenvolveu uma linguagem própria de movimentos, a [[Dança Aérea]]. Resultados deste trabalho foram apresentados no [[Festival Panorama de Dança]] nos anos de 96, 97, 98, 99 e 2001. <br />
<br />
<br />
Em 1997 criou sua própria companhia, a [[Cia Dani Lima]], estreando com ''Piti''. Ainda em 98 recebeu o Prêmio Coca-Cola de Melhor Coreografia pelo espetáculo infantil ''O Teatro dos Fantasmas''. E gradua-se em Jornalismo, pela PUC/RJ.<br />
<br />
<br />
Recebeu a Bolsa RioArte em 1999, da Prefeitura do Rio, e concebe ''Nato'', foi eleita coreógrafa revelação de 99, pelo jornal O Globo. No mesmo ano, recebeu indicação ao Prêmio Coca Cola por sua coreografia para a opereta infantil ''Pum''. E criou a coreografia Sonho (trapézio entre tecidos) para o espetáculo ''Kronos'', da Intrépida Trupe. <br />
<br />
<br />
Em 2001, sua Cia. estreou os espetáculos ''Digital Brazuca'' e ''Vaidade'', criou a coreografia Caleidoscópio (tecido), para o espetáculo ''Flap'', da Intrépida Trupe e passou a integrar o corpo docente da Faculdade de Dança ministrando aulas de Dança Contemporânea, Improvisação e Acrobacia e recentemente também do Curso de Pós-graduação Lato Sensu: Estudos avançados em dança contemporânea: coreografia e pesquisa, ambos da UniverCidade/RJ.<br />
<br />
<br />
Assinou as coreografias aéreas da remontagem de ''O Grande Circo Místico'', do [[Balé do Teatro Guairá]] com direção de [[Luís Arrieta]] e participou, ao lado de nove criadores cariocas, da Residência Coreográfica do alemão [[Thomas Lehmen]] e doDialogue Sessions/RJ, com a supervisão de Helena Katz e Yan Ritsema, em 2002.<br />
<br />
<br />
Em 2003 sua Cia. estreou o espetáculo ''Falam as partes do todo?''. E criou as coreografias (de abertura e cordas em giro) do espetáculo ''Sonhos de Einstein'', da Intrépida Trupe. Entre 2003-2005, participou do '''Coletivo Contágio''' (Coletivo de artistas fundado por [[Marcela Levi]], [[Gustavo Ciríaco]] e Dani Lima, que buscava viabilizar e produzir discussões e encontros interdisciplinares teórico-práticos para a classe artística do Rio de Janeiro. E entre 2003 e 2008 fez parte do '''Coletivo Dança/RJ''', formado no Fórum das Artes (movimento histórico organizado e promovido pela classe artística do Rio de Janeiro no Espaço Cultural Sérgio Porto, tendo como objetivo promover o diálogo com o poder público, nas esferas federal, estadual e municipal, como resposta à ausência de políticas públicas continuadas para a dança na cidade. Participaram deste coletivo além de Dani Lima: [[André Masseno]], [[Cláudia Muller]], [[Flávia Meirelles]], [[Gustavo Ciríaco]], [[Helena Vieira]], [[Ivana Mena Barreto]], [[Marcela Levi]] e [[Micheline Torres]]. <br />
<br />
É integrante-fundadora do [[Grupo de Estudos em Dança do Rio de Janeiro]], juntamente com [[Lia Rodrigues]], [[Silvia Soter]], [[Beatriz Cerbino]] e [[Roberto Pereira]] desde 98, Mestre em Teatro pela Uni-Rio desde 2005, publicou o livro “Corpo, política e discurso na dança de Lia Rodrigues” em 2007. Também tem colaborado com vários artistas e grupos brasileiros, tais como, [[Denise Stutz]], Tatiana Grinberg, João Modé, Christiane Jatahy, Felipe Rocha, Michel Melamed, Otávio Muller, entre outros.<br />
<br />
E ainda trabalha como preparadora corporal/diretora de movimento em inúmeros espetáculos de teatro, campanhas publicitárias para TV e vídeo clips.<br />
<br />
== CRIAÇÕES ==<br />
<br />
<br />
<br />
'''Com a Companhia Dani Lima:'''<br />
<br />
- ''Piti'' (1998) <br />
<br />
<br />
- ''Preguiça, manha e outras meninas'' (1999)<br />
<br />
<br />
- ''Nato'' (1999)<br />
<br />
<br />
- ''Digital Brazuca'' (2001)<br />
<br />
<br />
- ''Vaidade'' (2001) <br />
<br />
<br />
- ''Tecno Brazuca'' (2002)<br />
<br />
<br />
- ''Distância'' - Performance (2002)<br />
<br />
<br />
- ''Dentro-fora'' - Performance (2002)<br />
<br />
<br />
- ''Sem Chão'' - Performance (2003)<br />
<br />
<br />
- ''Falam as partes do todo?'' (2003)<br />
<br />
<br />
- ''Vida real em 3 capítulos'' (2006/2007)<br />
<br />
''Estratégia nº 1 entre'' - parte 1 de Vida real em 3 capítulos (2006)<br />
<br />
''Manual de Instruções'' - parte 2 de Vida real em 3 capítulos (2006)<br />
<br />
''Eu é um outro'' - parte 3 de Vida real em 3 capítulos (2007)<br />
<br />
<br />
- ''Pequeno inventário de lugares-comuns'' (2009)<br />
<br />
<br />
- ''Coreografia para prédios, pedestres e pombos'' (2010)<br />
<br />
<br />
- ''100 gestos que marcaram o século XX'' – espetáculo em processo (2011/2012)<br />
<br />
<br />
<br />
'''Em residência:'''<br />
<br />
<br />
- ''Escalators: Movement and Control in public spaces'' – Alemanha (2008) <br />
<br />
<br />
'''Projetos Solos:'''<br />
<br />
<br />
- ''Estratégia nº 1 entre'' - parte 1 de Vida real em 3 capítulos (2006)<br />
<br />
<br />
- ''Ela e mais alguma coisa'' – estudo para solo banal – Solos do Sesc/RJ (2008) <br />
<br />
<br />
- ''Pra minha filha'' – Edital Rumos Dança (2009/2010)<br />
<br />
<br />
<br />
== COLABORAÇÕES ==<br />
<br />
<br />
<br />
'''Colaborações artísticas:'''<br />
<br />
<br />
<br />
- ''O Grande Circo Místico'' - Luís Arrieta (2002)<br />
<br />
<br />
- ''Sonhos de Einstein'' - Claudio Baltar (2003)<br />
<br />
<br />
- ''Brincando em cima daquilo'', de Dario Fo - Otávio Muller (2007)<br />
<br />
<br />
- ''Homemúsica'' - Michel Melamed (2007)<br />
<br />
<br />
- ''Fitz Jam'', de F. Scott Fitzgerald - Pedro Brício (2008)<br />
<br />
<br />
- ''Ele precisa começar'' - Alex Cassal e Felipe Rocha (2008)<br />
<br />
<br />
- ''Under-Score'' - Armando Menicacci e Christian Delécluse (2008)<br />
<br />
<br />
- ''Canteiro poético'' - Lia Rodrigues (2008)<br />
<br />
<br />
<br />
'''Outras colaborações:'''<br />
<br />
<br />
- Evento Coletivo Corpo Autônomo/ Itaú Cultural (2008)<br />
<br />
<br />
== COLETIVOS ==<br />
<br />
<br />
- Coletivo Contágio (2003-2005)<br />
<br />
<br />
- Coletivo Dança RJ (2003-2008) <br />
<br />
<br />
<br />
== PUBLICAÇÕES ==<br />
<br />
<br />
'''Livros:'''<br />
<br />
<br />
- "Corpo, política e discurso na dança de Lia Rodrigues". Rio de Janeiro: UniverCidade Ed.,2007.<br />
<br />
<br />
'''Artigos:'''<br />
<br />
<br />
- "Corpos Humanos Não-Identificados: hibridismo cultural e dança contemporânea"<br />
texto na integra [https://docs.google.com/Doc?id=dgrjd8pf_0cfdnrrct&hl=en]<br />
<br />
<br />
- "Do espaço pictórico ao espaço do corpo: uma abordagem modernista da dança"<br />
texto na integra [https://docs.google.com/Doc?id=dgrjd8pf_2c3q6v45g]<br />
<br />
<br />
== VÍDEOS RELACIONADOS ==<br />
<br />
<br />
- Café Filosófico – O que pode o Corpo? 01/07<br />
[http://www.youtube.com/watch?v=NPaefUVHlhU&feature=related]<br />
<br />
<br />
- Café Filosófico – O que pode o Corpo? 02/07<br />
[http://www.youtube.com/watch?v=0FihbUHm2wM&feature=related]<br />
<br />
<br />
- Café Filosófico – O que pode o Corpo? 03/07<br />
[http://www.youtube.com/watch?v=NUBJiTkE4Ts&feature=related]<br />
<br />
<br />
- Café Filosófico – O que pode o Corpo? 04/07 <br />
[http://www.youtube.com/watch?v=6O9yjMiL_fI&feature=related]<br />
<br />
<br />
- Café Filosófico – O que pode o Corpo? 05/07<br />
[http://www.youtube.com/watch?v=TAs30kuHKo0&feature=related]<br />
<br />
<br />
- Café Filosófico – O que pode o corpo? 06/07<br />
[http://www.youtube.com/watch?v=tCI3Xb6W2AA&feature=related]<br />
<br />
<br />
- Café Filosófico – O que pode o corpo? 07/07<br />
[http://www.youtube.com/watch?v=SY1KP9-IX_U&feature=related]<br />
<br />
<br />
- Registro sobre a performance ''Estratégia nº 1: entre'' /RJ - parte 1<br />
[http://www.youtube.com/watch?v=ClQgJZ5APfA&feature=related]<br />
<br />
<br />
- Registro sobre a performance ''Estratégia nº 1: entre'' /RJ - parte 2<br />
[http://www.youtube.com/watch?v=rwfurcBhw6s]<br />
<br />
<br />
- Registro Projetro Rumos dança ''Pra minha filha''<br />
[http://www.youtube.com/watch?v=8J5eaK9hApA&feature=related]<br />
<br />
== REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS ==<br />
<br />
[http://www.baixosantadoaltogloria.com.br/portugues/danca/dani_lima.htm/ Site do Baixo Santa Alto Glória]<br />
<br />
<br />
[http://danilima-ciadanilimaperformances.blogspot.com/ Blog da Companhia Dani Lima]<br />
<br />
== LINKS EXTERNOS ==<br />
<br />
[http://danilima-ciadanilimaperformances.blogspot.com/ Site da Artista]<br />
<br />
==LINKS INTERNOS==<br />
<br />
[[E por falar em dança... Programa 07 - 08/09/2009]]</div>Gabriel Limahttp://wikidanca.net/wiki/index.php/E_por_falar_em_dan%C3%A7a..._Programa_07_-_08/09/2009E por falar em dança... Programa 07 - 08/09/20092013-11-16T13:23:43Z<p>Gabriel Lima: Criou página com '=Tema do Programa: Gestos cotidianos e dança= A escritora francesa Muriel Barbery em seu livro <i>A elegância do ouriço</i> afirma: “A arte é a vida em outro ritmo”. D...'</p>
<hr />
<div>=Tema do Programa: Gestos cotidianos e dança=<br />
<br />
<br />
A escritora francesa Muriel Barbery em seu livro <i>A elegância do ouriço</i> afirma: “A arte é a vida em outro ritmo”. Desde o século XX a dança vem aproximando de diferentes formas essas duas dimensões: vida e arte. Se a Isadora Duncan carregou de cores expressivas suas alegrias e suas dores, nem sempre a dança estabeleceu um outro ritmo para que a vida se fizesse arte. Já nos anos 60, a artista a americana Yvonne Rainer, construiu a sua dança a partir da crítica à idéia de espetáculo e ao virtuosismo, apoiando-se nos gestos cotidianos, no trabalho de corpos não especializados em dança e na quebra das estruturas hierárquicas da composição coreográfica, fazendo com que arte e vida se confundissem. De lá para cá a dança não parou de misturá-las. A coreógrafa carioca Dani Lima está à frente do projeto <i>Pequeno Inventário de Lugares Comuns</i>, que estréia nesta quinta-feira no Mezanino do Espaço SESC, em Copacabana, uma peça que dá continuidade a sua pesquisa sobre uma poética do cotidiano. No palco, cinco criadores intérpretes dançam entre 122 objetos pessoais e intransferíveis, coadjuvantes de toda a encenação. A grande maioria desses objetos foi trazida de casa ou garimpada em mercados de usados sob a supervisão do artista plástico João Modé. Os artistas investem na construção de movimentos, palavras, sonoridades e imagens que criam um inventário vivo daquilo que passa normalmente desapercebido no correr da vida: a poética do cotidiano. É com Dani Lima que vamos conversar hoje.<br />
<br />
<br />
=Entrevista: Dani Lima=<br />
<br />
<br />
<br />
[[Arquivo: Dani lima1.jpg]]<br><br />
<small>Dani Lima no espetáculo <i>Pequeno Inventário de Todas as Coisas</i></small><br />
<br />
<br />
<b>Silvia Soter:</b><br />
<br />
Hoje eu comecei o programa citando a escritora Muriel Barbery, que diz que a arte é a vida em outro ritmo. Você acha que a arte é sempre a vida em outro ritmo?<br />
<br />
<br />
<b>Dani Lima:</b><br />
<br />
Essa pergunta é super interessante para esse trabalho que a gente está fazendo porque uma das questões que nortearam o trabalho foi o tempo, a idéia de tempo, o tempo da vida cotidiana, que tempo é esse e como é que a gente traria esse tempo para o tempo da arte, no caso, o tempo do espetáculo, o tempo do movimento, da dança, do palco. Uma das curiosidades que a gente veio percebendo quando a gente começou a trabalhar sobre a idéia de cotidiano é que o cotidiano tem um tempo, em grande medida, irregular, é um tempo movido pelas necessidades, pelos desejos de cada momento, não é um tempo regulado...<br />
<br />
<br />
<b>Silvia Soter:</b><br />
<br />
Por exemplo, como o tempo da cena.<br />
<br />
<br />
<b>Dani Lima:</b><br />
<br />
Por exemplo. Ou da coreografia: tantos oitos pra cá, tantos oitos... Você vai reagindo aos estímulos da vida e você não pensa nisso, na verdade. Então uma das coisas nas quais a gente trabalhou é tentar resgatar um pouco desse tempo outro, esse ritmo outro, que é o ritmo dos gestos que a gente não se dá conta. Até porque a gente não se dá conta, a gente não os regula, a gente não tem uma regulação consciente deles muitas vezes.<br />
<br />
<br />
<b>Silvia Soter:</b><br />
<br />
É a vida que vai levando, né?<br />
<br />
<br />
<b>Dani Lima:</b><br />
<br />
Exatamente, cada estímulo.<br />
<br />
<b>Silvia Soter:</b><br />
<br />
E Dani, como é que se deu o processo de pesquisa e de construção desse trabalho? Parece que foi um processo bastante coletivo, né?, partilhado.<br />
<br />
<br />
<b>Dani Lima:</b><br />
<br />
Isso, é um trabalho colaborativo mesmo, desde o início.<br />
<br />
<br />
<b>Silvia Soter:</b><br />
<br />
Quem está em cena? Você está em cena?<br />
<br />
<br />
<b>Dani Lima:</b><br />
<br />
Eu estou em cena junto com a Laura Samir, Paulo Mantuano, Vivian Muller e Felipe Rocha. São cinco bailarinos e desde o primeiro momento, a idéia do projeto era que esta questão sobre como trazer o cotidiano para o palco, esse universo dos gestos cotidianos, como trazer isso fosse partilhado. Então tem a Paula Barreto e o Lucas Canavarro, que trabalham com vídeo, cinema, o João Modé, que é artista plástico, que já é um antigo colaborador, e mais o Renato Machado na iluminação.<br />
<br />
<br />
<b>Silvia Soter:</b><br />
<br />
E Dani, com que artistas outros você sente que você está dialogando através dessa peça?<br />
<br />
<br />
<b>Dani Lima:</b><br />
<br />
De longa data, de 2005 para cá, que eu me encantei com a obra do Christian Boltanski, que é um artista plástico francês, que trabalha bastante em cima das pequenas memórias esquecidas do dia a dia. Então para mim foi muito interessante encontrar o trabalho dele, que fala de memória, ao mesmo tempo de esquecimento, da necessidade do esquecimento, que é isso, né? Na verdade, no cotidiano se a gente tivesse o tempo inteiro tendo uma epifania, uma percepção alterada com tudo, a gente não daria conta. <br />
<br />
<br />
<b>Silvia Soter:</b><br />
<br />
A gente não viveria.<br />
<br />
<br />
<b>Dani Lima:</b><br />
<br />
A gente morreria de excesso de estímulos. Então a gente liga o automático e a arte talvez fosse esse lugar onde você tem essa percepção alterada das coisas. E o Boltanski faz isso: ele pega um lugar que a gente esquece e mostra ele de novo.<br />
<br />
<br />
<b>Silvia Soter:</b><br />
<br />
E valoriza. <br />
<br />
<br />
=Momento Solo=<br />
<br />
<br />
Você já reparou que quando a gente está preocupado a gente coça a cabeça? Pois é. Hoje a gente vai coçar a cabeça de um jeito diferente. Na realidade, a gente vai fazer uma massagem no couro cabeludo com os dez dedos das mãos. Vocês vão colocar as pontas dos dedos sobre a cabeça, bem na raiz dos cabelos e, devagarzinho, com os dez dedos, a gente vai fazer movimentos circulares, deslizando a pele do couro cabeludo sobre os ossos do crânio. Podemos começar na testa bem devagar e levando essa massagem até a nuca. Façam movimentos circulares, suaves e percebam que aos poucos o couro cabeludo fica mais solto, mais vivo, mais relaxado. Experimentem!</div>Gabriel Limahttp://wikidanca.net/wiki/index.php/Programa_Arte_e_Movimento_%E2%80%93_Corpo_e_Dan%C3%A7aPrograma Arte e Movimento – Corpo e Dança2013-08-06T23:26:09Z<p>Gabriel Lima: /* Ver Também */</p>
<hr />
<div>=E por Falar em Dança...=<br />
<br />
<br />
<b>E por falar em Dança...</b> foi um programa de variedades sobre corpo e dança que foi ao ar na [http://www.fm94.rj.gov.br/index.php/main# Rádio Roquette Pinto], por quase dois anos. Sob o comando de [[Silvia Soter]], que apresentava e produzia o programa, o quadro funcionava dentro do programa Arte e Movimento – Corpo e Dança, que também contou com vertentes de Cinema e Teatro. O programa tinha duração de 7 minutos no início das tardes de terça-feira e falava sobre temas relacionados à dança, como espetáculos, história da dança, conceitos e também dava algumas dicas de educação somática, contemplando uma sessão, o <b>Momento Solo</b>, onde Silvia dava dicas de corpo para serem feitas individualmente por cada ouvinte em casa ou mesmo no trabalho. E era essa a ideia do programa: ensinar ao público pequenos gestos cotidianos que podem trazer mais saúde, como pausas para o descanso dos olhos por quem trabalha muitas horas em frente ao computador ou dicas de massagens para os pés. <br />
<br />
<br />
“As pessoas, em geral, estão muito distantes da questão da saúde e tratam o corpo como ferramenta; abusam da malhação, mas esquecem de cuidados diários. Minha proposta é dar dicas úteis que podem ser postas em prática por qualquer pessoa e que podem ser positivas e trazer bem-estar” – afirma Silvia em entrevista publicada na [http://www.intranet.rj.gov.br/exibe_pagina.asp?id=6748 Intranet do Governo do Estado do Rio de Janeiro]. “Mais que divulgar espetáculos – segundo Silvia, tão escassos quanto o espaço que a mídia dedica a eles – a idéia do ‘Arte em Movimento – Dança’ é despertar o interesse para a dança.<br />
<br />
<br />
A dança, de todas artes, é a que ocupa o espaço mais elitista. E hoje as pessoas têm uma atitude muito passiva de ficar em frente à televisão recebendo informação. Mas a dança não chega por esses caminhos. Meu maior desafio é unir duas experiências (a da crítica, falando sobre história da dança, e a do corpo, tendo a oportunidade de ajudar as pessoas a tratar pequenos males) num curto espaço de tempo” – explica Silvia.<br />
<br />
<br />
O programa também contatava com uma sessão de entrevistas, onde eram levados ao programa grandes nomes da cena contemporânea da dança, que falavam sobre seus trabalhos e sobre questões estéticas e históricas de dança. Grandes nomes como [[Márcia Rubin]], [[Thereza Rocha]] e Hélio Bejani deram entrevistas para o programa.<br />
<br />
<br />
=Silvia Soter=<br />
<br />
[[Arquivo: Silvia Soter.jpg]]<br><br />
<br />
<br />
[[Silvia Soter]] é bailarina, graduada em Artes pela PUC-Rio (1988), em Dança pela [http://www.univ-paris8.fr/ Universidade de Paris 8] – França (1996) e mestre em Teatro pela UNIRIO (2005). Atua na área da Educação Somática desde 1984. Em 1996, na França, formou-se em Ginástica Holística – Método da Dra. Ehrenfried – com Marie-Josèphe Guichard. Dá aulas coletivas e individuais no seu em seu estúdio no Rio de Janeiro. É crítica de dança do [http://oglobo.globo.com/ Jornal O Globo] e tem mais de dez anos de experiência como docente do ensino superior em dança. Atualmente é professora do curso de Licenciatura em Dança da UFRJ – [http://www.ufrj.br Universidade Federal do Rio de Janeiro].<br />
<br />
<br />
=Os programas=<br />
<br />
<br />
Os programas obedeciam a uma estrutura que contava com uma introdução baseada num tema específico, que geralmente estava relacionado a algum fato importante para a história da dança ou algum acontecimento em dança na cidade do Rio de Janeiro. Na sequência, era realizada uma entrevista com uma personalidade da dança que pudesse falar sobre o tema proposto na introdução. Os programas eram então encerrados com o <i>Momento Solo</i>, deixando para o ouvinte uma dica de corpo simples a ser seguida e facilmente executável em casa ou no trabalho.<br />
<br />
<br />
Os programa podem ser ouvidos na íntegra [http://silviasoter.com/page5/page5.html neste link].<br />
<br />
<br />
=Referências=<br />
<br />
<br />
*[http://www.silviasoter.com Site Oficial Silvia Soter]<br />
*[http://www.intranet.rj.gov.br/exibe_pagina.asp?id=6748 Intranet do Governo do Estado do Rio de Janeiro]<br />
<br />
<br />
=Ver Também=<br />
<br />
*[[Silvia Soter]]<br />
*[[Entrevista: Silvia Soter]]<br />
*[[E por falar em dança... Programa 01 - 21/07/2009]]<br />
*[[E por falar em dança... Programa 02 - 04/08/2009]]<br />
*[[E por falar em dança... Programa 03 - 11/08/2009]]<br />
*[[E por falar em dança... Programa 04 - 18/08/2009]]<br />
*[[E por falar em dança... Programa 05 - 25/08/2009]]<br />
<br />
<br />
--[[Usuário:Gabriel Lima|Gabriel Lima]] 14h05min de 5 de agosto de 2013 (BRT)</div>Gabriel Limahttp://wikidanca.net/wiki/index.php/M%C3%A1rcio_Cunha_Dan%C3%A7a_Contempor%C3%A2neaMárcio Cunha Dança Contemporânea2013-08-06T22:54:50Z<p>Gabriel Lima: /* Ver também */</p>
<hr />
<div>O diretor e coreógrafo Márcio Cunha iniciou seus trabalhos em 2002, com a estréia de “Reação” no [[Festival Panorama de Dança]] no Rio de Janeiro. Ao longo destes anos a pesquisa se desenvolveu nas relações possíveis entre artes plásticas e dança, na busca de interseções entre conceitos de ambas as artes.<br />
<br />
<br>[[Arquivo:MarcioCunha.JPG | Márcio Cunha]]<br />
<br />
<br>A escolha do pintor e o desejo de criação de cada obra coreográfica se dão a partir de um questionamento particular desenvolvido pela própria pesquisa. A dimensão da pintura e da dança, a construção dramatúrgica do movimento, a relação da figura humana com o ambiente, o espaço da pintura transposto para dança e a reconfiguração dos objetos a partir da relação do intérprete com a cena e a pintura. Pensamentos estes que geraram obras particulares e que levaram a busca de intérpretes com qualidades e características físicas pertinentes a cada proposta de montagem.<br />
<br />
<br>A Cia participou de diversos eventos com espetáculos e workshops no Rio de Janeiro, como [[Dança em Trânsito]], Espaço Experimental coordenado pela Ana Kfouri- SESC Tijuca, Café Cultural coordenado por Gisele Tápias, I Mostra Carioca de Dança Contemporânea - direção e curadoria de Renato Vieira, Teatro Cacilda Backer, Espaço Cultural Municipal Sérgio Porto, Teatro Angel Vianna e Circuito SESC Rio de Janeiro.<br />
<br />
==Breve Histórico==<br />
A Márcio Cunha Dança Contemporânea foi contemplada pelo edital de dança da Secretaria de Estado do Rio de Janeiro em 2008 e pelo projeto Conexão Rebouças do Centro Coreográfico do Rio de Janeiro para montagem do projeto “Vermelho Cádmio”.<br />
<br />
<br>No final de julho de 2009 foi convidado pela Funarte para realizar uma semana de ocupação no Teatro Cacilda Becker com aulas, debates, workshops e espetáculos da Cia. com enfoque na pesquisa realizada pela mesma.<br />
<br />
<br>Já no segundo semestre de 2011, a Cia. realizou apresentações do espetáculo "Figuras Amarelas" no Correios em Movimento e no Dança em Trânsito (RJ). Em setembro de 2011, estreou o espetáculo "Corvos e Girassóis" no SESC-Tijuca/RJ, com temporada de 3 semanas. E em outubro de 2011 a Cia. foi convidada para integrar a programação da semana da criança no evento - Dança rima com criança - no SESC - São Carlos/SP.<br />
<br />
==Obras==<br />
<br />
===Corvos e Girassóis (2011)===<br />
“Corvos e Girassóis” é o novo espetáculo da Márcio Cunha Dança Contemporânea, livremente inspirado nas obras singulares de Van Gogh. O desafio foi construir um espetáculo em que as relações humanas, com seus conflitos e inquietudes e toda a carga dramática e dualística das obras de Van Gogh estivessem presentes no movimento do intérprete.<br />
<br />
<br>[[Arquivo:CorvosGirassóis.JPG]]<br />
<br />
<br>Uma obra de arte movente em que o público e os intérpretes tem a oportunidade de interagir. Com estas mudanças de perspectiva do olhar, o público pode observar de perto o intérprete e seus estados físicos carregados de diferentes intensidades.<br />
<br />
<br>Para o intérprete, a presença da platéia tão perto pode modificar seu estado e conseqüentemente sua movimentação. Já para o público, esta possibilidade pode causar estranhamentos e inquietudes capazes de aproximá-lo das aspirações e sentimentos de Van Gogh e, por conseguinte da essência de suas obras.<br />
<br />
<br>[[Arquivo:CorvosGirassóis2.JPG]]<br />
<br />
'''Concepção e Direção:''' Márcio Cunha<br />
<br>'''Intérpretes Criadores:''' Márcio Cunha e Renata Reinheimer<br />
<br>'''Trilha sonora original:''' Leonardo Miranda e Tassio Ramos<br />
<br>'''Desenho de Luz:''' Leandro Barreto<br />
<br>'''Figurino:''' Maria Clara Wermelinger<br />
<br>'''Fotografia e Programação Visual:''' Leonardo Miranda<br />
<br>'''Direção de Produção:''' Verônica Fernandes<br />
<br>'''Produção Executiva:''' Laryssa França<br />
<br />
<br />
===Figuras Amarelas (2010)===<br />
"Figuras Amarelas" é um espetáculo de dança contemporânea voltado para o público infantil. Uma obra livremente inspirada nos artistas plásticos brasileiros, nascidos em São Paulo, Gustavo Pandolfo e Otávio Pandolfo, mais conhecidos como OsGemeos.<br />
<br />
<br>[[Arquivo:FigurasAmarelas.JPG]]<br />
<br />
<br>"Figuras Amarelas" se propõe a transformar a cena em um espaço vivo de histórias, repleto de imagens oníricas e lúdicas, transformando de forma inusitada o real.<br />
<br />
<br>Como nas obras dos artistas OsGemeos, o novo espetáculo da Cia. oferece ao público a oportunidade de ver signos concretos reconfigurados em imagens que trazem diferentes leituras.<br />
<br />
<br>No espetáculo, os objetos de cena vão delimitando o espaço cênico, construindo cenários, ganhando vida e sendo a ponte de ligação entre os intérpretes. A dança dos intérpretes nasce da relação direta com os objetos cênicos e de posturas físicas estudadas a partir de algumas obras dos artistas plásticos.<br />
<br />
<br>[[Arquivo:FigurasAmarelas2.JPG]]<br />
<br />
'''Direção:''' Márcio Cunha<br />
<br>'''Assistente de Direção:''' Renata Reinheimer<br />
<br>'''Intérpretes Criadores:''' Bruno Gomes, Carla Stank e Laís Monteiro<br />
<br>'''Animação Gráfica e Design Gráfico:''' Renato Vilarouca e Rico Vilarouca<br />
<br>'''Trilha Sonora Original e Fotografia:''' Leo Miranda<br />
<br>'''Assistente de Trilha:''' Tássio Ramos<br />
<br>'''Desenho de Luz:''' Leandro Barreto<br />
<br>'''Figurino e Objetos de Cena:''' Maria José<br />
<br>'''Produção:''' Marina Gadelha<br />
<br />
<br />
===Vermelho Cádmio (2009)===<br />
<br>Tendo como fonte inspiradora para montagem do espetáculo as obras do pintor americano do século XX, Andrew Wyeth (1917-2009), a Cia foi em busca neste trabalho, de uma relação pulsante entre plasticidade e dramaturgia na dança, construindo pinturas moventes em um espaço concreto semelhante a sonhos e lembranças trazendo ao público um estado contemplativo como na pintura.<br />
<br />
<br>[[Arquivo:VermelhoCadmio2.jpg]]<br />
<br />
<br>A arquitetura do movimento é borrada pela dramaturgia inebriada das sobreposições de memórias dos bailarinos, que buscam nas imagens do pintor e na relação com a cena, maneiras de presentificar emoções e sensações. Vermelho Cádmio descobre na relação com as pinturas de Wyeth, formas de quebrar barreiras entre representação cênica e realidade em busca de uma dança sensível.<br />
<br />
<br>Projeções, cenário, trilha sonora, luz e figurinos compõem quadros multiformes criando e recriando cenas pintadas com sutileza que transformam e interferem na ação dos bailarinos. Como nas pinturas de Wyeth, personagens solitários compõem com a arquitetura do espaço. O espetáculo Vermelho Cádmio por sua vez constrói novas pinturas que se apresentam sobrepostas por imagens de personagens solitários que ocupam o mesmo espaço em tempos diferentes.<br />
<br />
<br>[[Arquivo:VermelhoCadmio.jpg]]<br />
<br />
'''Direção e Coreografia:''' Márcio Cunha<br />
<br>'''Assistente de Direção:''' Renata Reinheimer<br />
<br>'''Elenco:''' Márcio Cunha e Renata Reinheimer<br />
<br>'''Elenco Convidado:''' Aline Teixeira, Frederico Paredes, Giselda Fernandes e Paula Mori<br />
<br>'''Colaborador Artístico:''' Paulo Marques<br />
<br>'''Desenho de Luz:''' Leandro Barreto<br />
<br>'''Trilha Sonora:''' Ricardo Moreira<br />
<br>'''Figurinos:''' Ricardo Moreira e Joana Antônio<br />
<br>'''Cenário:''' Renato Vilarouca, Ricardo Vilarouca e Márcio Cunha<br />
<br>'''Animação Gráfica e Programação Visual:''' Renato Vilarouca e Ricardo Vilarouca<br />
<br>'''Ensaiadora:''' Juliana Nogueira<br />
<br>'''Fotografia:''' Silvana Marques<br />
<br />
<br />
===Tela Azul (2008)===<br />
O espetáculo "Tela Azul" se propõe a trazer uma reflexão sobre os ciclos da natureza e da vida humana tendo como instrumento de criação a vida e as obras de Taizi Harada, pintor japonês contemporâneo de arte naïf. Suas peças revelam, na simplicidade peculiar e naïf, as mudanças das estações do ano no Japão, a relação do homem com a natureza e resgata a ingenuidade infantil, porém complexa, de um olhar que não se deixa impregnar pelo automatismo de hoje.<br />
<br />
<br>[[Arquivo:TelaAzul.jpg | Renata Reinheimer]]<br />
<br />
<br>Taizi é um pintor portador da poliomielite que na sua infância morou nas altas terras do Japão. Imobilizado numa cadeira de rodas, observava atentamente com seus olhinhos infantis a aldeia que ficava no vale se transformar a cada estação.<br />
<br />
<br>Sem início nem fim, Tela Azul é um recorte na repetição cíclica das estações, uma grande tela a ser pintada pelos bailarinos que colorem a cena e texturizam o palco com sensações através do movimento. Para o coreógrafo Márcio Cunha, se trata de um espetáculo sensorial baseado nas impressões do mundo, que ganha vida nos corpos dos intérpretes, propondo assim, redimensionar o espaço, mudando a relação do homem com o tempo.<br />
<br />
<br>[[Arquivo:TelaAzul2.jpg]]<br />
<br />
'''Direção e Coreografia:''' Márcio Cunha<br />
<br>'''Assistente de Direção:''' Renata Reinhemer<br />
<br>'''Bailarinos:''' Flora Mariah, Márcio Cunha, Renata Reinheimer e Rosana Seager<br />
<br>'''Desenho de Luz:''' Leandro Barreto<br />
<br>'''Figurinos:''' Ricardo Soares<br />
<br />
<br />
==Trabalhos Independentes==<br />
<br />
*'''Música Pra Dois'''<br />
<br />
Dirigido em parceria com Carolina Pedalino. Apresentado no projeto “Raio X” (Teatro da UniverCidade - 2003), no Café Cultural (2004), em escolas municipais do Grande Rio (Projeto da Prefeitura - 2004), nos eventos “Migrações” (Museu de Arte Contemporânea de Niterói - 2004) e “Dança em Trânsito” (2004).<br />
<br />
<br />
*'''Compartimento Etéreo'''<br />
<br />
Apresentado no Centro Coreográfico do RJ (2006), no Teatro Cacilda Becker (2006) e no Festival Tápias (Teatro João Caetano - 2005), vencendo na categoria Melhor Intérprete Feminina (Carolina Pedalino).<br />
<br />
<br />
*'''Reação'''<br />
<br />
Apresentado no “Panorama RioArte de Dança 2002 – Os Novíssimos” (Espaço Cultural Sérgio Porto), no evento “Sete Trabalhos em Cena” (Studio Casa de Pedra - 2002) e no Festival Tápias (Teatro João Caetano - 2002), vencendo nas categorias Revelação e Melhor Intérprete Masculino.<br />
<br />
<br />
*'''Risco'''<br />
<br />
Apresentado no Café Cultural (2004).<br />
<br />
<br />
*'''Jardins'''<br />
<br />
Espetáculo apresentado em 2009 no Festival Tápias.<br />
<br />
<br />
*'''Traços'''<br />
<br />
Apresentado no SESC Tijuca (2005) e no Café Cultural (2005).<br />
<br />
<br />
*'''Naïf'''<br />
<br />
Solo de dança contemporânea apresentado na “Mostra de Dança da UniverCidade” (2002).<br />
<br />
<br />
*'''O que temos feito?'''<br />
<br />
Espetáculo apresentado no Café Cultural (2002), reunindo as peças coreográficas Reação, Impressões e Música Pra Dois.<br />
<br />
<br />
*'''Impressões'''<br />
<br />
Duo de Dança Contemporânea apresentado no “Panorama RioArte de Dança 2001 – Os Novíssimos” (Espaço Cultural Sérgio Porto).<br />
<br />
<br />
==Ver Também==<br />
<br />
*[http://marciocunhadancacontemporanea.blogspot.com/ Blog Márcio Cunha Dança Contemporânea]<br />
<br />
*[[E por falar em dança... Programa 05 - 25/08/2009]]<br />
<br />
*[[Programa Arte e Movimento – Corpo e Dança]]</div>Gabriel Limahttp://wikidanca.net/wiki/index.php/E_por_falar_em_dan%C3%A7a..._Programa_05_-_25/08/2009E por falar em dança... Programa 05 - 25/08/20092013-08-06T22:53:20Z<p>Gabriel Lima: Criou página com '=Tema do Programa: Dança e Artes Plásticas = Neste último século, a dança moderna e a dança contemporânea dialogaram com as artes plásticas de forma intensa. Um impor...'</p>
<hr />
<div>=Tema do Programa: Dança e Artes Plásticas =<br />
<br />
<br />
Neste último século, a dança moderna e a dança contemporânea dialogaram com as artes plásticas de forma intensa. Um importante exemplo dessa relação foi [[Merce Cunningham]], o genial coreógrafo americano falecido no final de julho aos 90 anos. Pintores como Robert Rauschenberg e Jasper Jones, além de terem criado belíssimos cenários para suas peças, foram conselheiros artísticos da companhia de Cunningham. Junto com ele e o músico [http://pt.wikipedia.org/wiki/John_Cage John Cage], experimentaram a riqueza do convívio e da troca de procedimentos entre diferentes linguagens. Em outros casos, a pintura serviu de inspiração para a dança, como acontece na peça <i>Vermelho Cádmio</i>, da Cia. [[Márcio Cunha Dança Contemporânea]], que reestreia nesta sexta-feira e fica em cartaz até o dia 06 de setembro no Espaço Cultural Municipal Sérgio Porto. É com Márcio Cunha que vamos conversar hoje.<br />
<br />
<br />
=Entrevista: Márcio Cunha=<br />
<br />
<br />
[[Arquivo: MarcioCunha.JPG]]<br />
<br />
<br />
<b>Silvia Soter:</b><br />
<br />
Para essa peça você buscou inspiração nos quadros o pintor americano [http://www.andrewwyeth.com/ Andrew Wyeth]. Por que a escolha desse pintor?<br />
<br />
<br />
<b>Márcio Cunha:</b><br />
<br />
Bem, eu já conhecia as obras desse pintor já há algum tempo, sempre gostei muito das obras dele, e a escolha se deu justamente pela relação dramatúrgica das figuras que ele pinta. Todas as obras que eu conheço dele, eu nunca vi duas figuras num mesmo quadro. Ele pinta figuras solitárias e ele é um pintor realista. Ele começa pintando essas obras buscando nas figuras dos Estados Unidos, pessoas, vizinhos, familiares e pessoas próximas dele referência para as pinturas, o que me fez buscar também intérpretes específicos, como [[Frederico Paredes]], [[Giselda Fernandes]], que têm, assim como nas obras desse pintor, essa carga dramatúrgica, esse tempo vivido, são figuras mais velhas. Então nesse projeto eu resolvi investir nessas figuras específicas, com olhar bem direcionado. <br />
<br />
<br />
<b>Silvia Soter:</b><br />
<br />
E Márcio, como é que você acha que as artes plásticas dialogam com a dança, de uma forma mais geral? Além, obviamente, do caso dessa pintura, da sua inspiração.<br />
<br />
<br />
<b>Márcio Cunha:</b><br />
<br />
A gente, na verdade, num estudo anterior, estava tentando entender, assim, uma das questões, das perguntas que a gente faz, a relação espacial, entre a bidimensionalidade que existe na pintura e a tridimensionalidade que existe na dança. Como que gente pode transpor ou então transformar, essa pergunta eu acho básica na Cia. Como é que a gente pode trazer a sensação de uma pintura para a dança? As duas trabalham com o visual. A gente está falando aí de artes visuais. E a dança é na sua peculiaridade, ela tem a possibilidade de estar sempre reconstruindo, diferente da pintura, que tem uma coisa estática apesar de ter muito movimento.<br />
<br />
<br />
<b>Silvia Soter:</b><br />
<br />
E você falou de um trabalho anterior. Você já tinha trabalhado com essa relação na sua peça anterior? <br />
<br />
<br />
<b>Márcio Cunha:</b><br />
<br />
Já trabalhava e foi no <i>Tela Azul</i>, com um pintor japonês chamado Taizi Harada. Só que a pesquisa era um pouco diferente, já que a gente ficava mais atento à relação espacial que ele desenvolveu e também a relação que o pintor estabelecia com a construção dos quadros. Então ele era muito intuitivo, começava pintando uma tela toda de azul e depois ele ia sobrepondo as imagens, então foi em cima desse enfoque.<br />
<br />
<br />
<b>Silvia Soter:</b><br />
<br />
E só uma última pergunta: nos dois títulos das obras você fala de cor. Como é que é essa relação? Por que o <i>Vermelho Cádmio</i> agora e o <i>Tela Azul</i>. O <i>Tela Azul</i> você explicou, porque esse artista trabalhava com azul. E o <i>Vermelho Cádmio</i> ?<br />
<br />
<br />
<b>Márcio Cunha:</b><br />
<br />
<i>Vermelho Cádmio</i> eu escolhi por causa da temperatura do espetáculo. Eu também pinto e desenho e uma das cores que eu gosto e uso bastante é o vermelho e eu achava na construção desse trabalho que eu tinha essa temperatura e aí eu escolhi esse nome.<br />
<br />
<br />
=Momento Solo=<br />
<br />
<br />
Essa é uma forma bem prática de relaxar a tensão dos ombros e do pescoço. Oce vai levar uma toalha de banho para o chuveiro. Vai colocar a toalha como um xale envolta dos ombros, pegando um pouquinho a parte de trás do pescoço. Deixe a água quente molhar a toalha e fique alguns minutos com esse xale úmido e aquecido. Respire tranquilamente, aproveite para sentir a cabeça se opondo à direção dos pés e aproveite. <br />
<br />
<br />
=Ver Também=<br />
<br />
*[[Merce Cunningham]]<br />
*[[Márcio Cunha Dança Contemporânea]]<br />
*[[Programa Arte e Movimento – Corpo e Dança]]<br />
<br />
<br />
--[[Usuário:Gabriel Lima|Gabriel Lima]] 19h53min de 6 de agosto de 2013 (BRT)</div>Gabriel Limahttp://wikidanca.net/wiki/index.php/E_por_falar_em_dan%C3%A7a..._Programa_04_-_18/08/2009E por falar em dança... Programa 04 - 18/08/20092013-08-05T18:17:16Z<p>Gabriel Lima: </p>
<hr />
<div>=Tema do Programa: Heitor Villa-Lobos e a Dança=<br />
<br />
<br />
Essa semana vamos falar do namoro da dança com [http://pt.wikipedia.org/wiki/Heitor_Villa-Lobos Heitor Villa-Lobos]. Villa-Lobos faleceu em 1959. No imenso legado deixado pelo artista, encontram-se alguns balés. <i>O Uirapuru</i>, de 1917, coreografado por Vaslav Veltchek; <i>Amazonas</i>, de 1927, coreografado por [[Serge Lifar]]; e também <i>A Floresta Amazônica</i>, de 1975, feito por [[Dalal Achcar]]. Outros artistas, como [[José Limon]], [[Martha Graham]], [[Roland Petit]] e [[Mauricé Bejart]] criaram inspirados em Villa-Lobos. Em homenagem aos 50 anos de morte do compositor, a coreógrafa [[Ana Vitória]] criou o espetáculo <i>Cirandas Cirandinhas</i>, dedicado ao público infanto-juvenil. Ana Vitória traduz em dança contemporânea os jogos, as brincadeiras e o imaginário desse artista brasileiro e investe num projeto de formação de público, já que se aproxima das crianças e dos jovens e os convida a conhecer Villa-Lobos através da dança.<br />
<br />
<br />
=Entrevista: Ana Vitória=<br />
<br />
<br />
[[Arquivo: Anavitoria.JPG]]<br />
<br />
<br />
<b>Silvia Soter:</b><br />
<br />
Por que você escolheu o público infanto-juvenil para esse seu último trabalho?<br />
<br />
<br />
<b>Ana Vitória:</b><br />
<br />
Bom, eu fui motivada por algumas questões. Primeiro porque eu tenho filhos pequenos e eu costumo freqüentar muitos teatros e levá-los para assistir peças e sempre fiquei insatisfeita com a produção teatral e musical para criança. Tem peças que nem sempre prestigiavam a inteligência e a capacidade criativa das crianças e sempre notei que a dança ficava em segundo plano: ou eram musicais ou eram peças teatrais, nunca tinha a dança efetivamente atuando na cena para crianças. <br />
<br />
<br />
<b>Silvia Soter:</b><br />
<br />
É muito raro, né? Como é que você tem visto? Você tem assistido espetáculos de dança? Você consegue encontrar espetáculos de dança dirigidos para esse publico?<br />
<br />
<br />
<b>Ana Vitória:</b><br />
<br />
Não, não tem. <br />
<br />
<br />
<b>Silvia Soter:</b><br />
<br />
São poucos, né?<br />
<br />
<br />
<b>Ana Vitória:</b><br />
<br />
São raríssimos. Aqui no Rio de Janeiro são pouquíssimos. Até em São Paulo a gente encontra um pouco mais, em Minas a gente tem uns grupos que desenvolvem, que tem um trabalho voltado para o público infanto-juvenil, de dança. O que a gente vê aqui é muito texto de fora,muito conto de fada, pouca relação com a questão da brasilidade, das nossas memórias, nossas histórias.<br />
<br />
<br />
<b>Silvia Soter:</b><br />
<br />
Pois é, porque você trabalha, na realidade, dança, mas você vai trazer o Heitor Villa-Lobos para as crianças também? E esse encontro, como é que se deu, teu com a obra do Villa-Lobos? <br />
<br />
<br />
<b>Ana Vitória:</b><br />
<br />
Pois é, essa foi a minha segunda motivação, porque eu já vinha trabalhando com o Villa, eu já tenho umas peças do meu repertório dele. E o Villa tem essa ludicidade, ele tem essa relação com a criança muito forte. Ele batalhou muito pela educação musical nas escolas para criança, ele sempre foi um visionário nesse sentido, de saber que é dando lar na infância que as coisas vão reverberar lá no futuro. E eu sempre fui muito instigada pelo Villa, mesmo a partir da obra dele a criar um trabalho para crianças. E quando você começa a entrar no universo do Villa Lobos, você começa a se apaixonar por esse universo infanto-juvenil. E aí eu comecei a ouvir as cirandas, a Prole do Bebê Número 1 e Número 2, que são peças extremamente voltadas para esse universo, e eu decidi preencher essa lacuna, eu disse “Não, vou enfrentar esse...” <br />
<br />
<br />
<b>Silvia Soter:</b><br />
<br />
Esse desafio, né?<br />
<br />
<br />
<b>Ana Vitória:</b><br />
<br />
Foi um desafio enorme.<br />
<br />
<br />
<b>Silvia Soter:</b><br />
<br />
E como é que as crianças e os familiares têm recebido o espetáculo?<br />
<br />
<br />
<b>Ana Vitória:</b><br />
<br />
Olha, é incrível assim, porque, como o espetáculo <i>Ciranda Cirandinhas</i> ele resgata muita memória da infância, da nossa infância, de uma geração anterior a essa de hoje, então assim, as brincadeiras são corda , pipa, bola. O universo é completamente diferente de hoje, da criança que vive no computador, que vive no <i>vídeo game</i>. então a surpresa nossa foi ver que os pais ficam em completo deleite. Eles adoram porque eles revivem.<br />
<br />
<b>Silvia Soter:</b><br />
<br />
Lógico. E apresentam para as crianças, através do seu trabalho, também a história deles.<br />
<br />
<br />
<b>Ana Vitória:</b><br />
<br />
Exatamente. E as crianças ficam encantadas, porque elas vêem ali também outras possibilidades de brincadeira, de jogos.<br />
<br />
<br />
<b>Silvia Soter:</b><br />
Sem dúvida. E você vai apresentar esse trabalho no dia 22 de agosto.<br />
<br />
<br />
<b>Ana Vitória:</b><br />
<br />
Sim. A gente vai apresentar na Escola SESC de Ensino Médio, eles estão com um evento chamado “Teatro na Contra Mão”, dia 22 às 17 horas. Esse espaço novo fica na Ayrton Senna, 5677, lá na Barra.<br />
<br />
<br />
<b>Silvia Soter:</b><br />
<br />
E depois esse trabalho segue então aí viajando Brasil a fora.<br />
<br />
<b>Ana Vitória:</b><br />
<br />
Segue viajando, fazendo o Circuito Sebetis, no Rio, fazendo SESC São Paulo e viajando por vários interiores. A nossa idéia é realmente entrar no Brasil, levar essa peça que é extremamente arrojada, extremamente sofisticada, para dar a possibilidade a criança de começar a ler dança, porque ela está muito acostumada ao verbal, ao textual, nos teatros, nos musicais, e pouca relação, pouco encontro com a dança.<br />
<br />
<b>Silvia Soter:</b><br />
<br />
É um trabalho de formação, é importantíssimo o que você está fazendo com esse público também. <br />
<br />
<br />
<b>Ana Vitória:</b><br />
<br />
E é extremamente gratificante, porque as crianças respondem na hora, elas comentam, elas vão para a frente do palco, querem entrar na cena. Elas ficam completamente envolvidas com o que estão vendo.<br />
<br />
<br />
=Momento Solo=<br />
<br />
<br />
A gente vai prestar atenção na respiração. Agora, vocês estão respirando? Claro que estão! Mas como? Vocês vão encontrar um momento de tranqüilidade, deitar no chão ou na cama, apoiar os pés, joelhos dobrados, pés apoiados no chão ou na cama. E a gente vai colocar as mãos sobre o peito e vai ficar ali, observando o movimento do tórax, esse subir e descer das costelas, sem tentar controlar a respiração, apenas escutando o movimento. Depois de um tempo vocês vão descer as mãos para a parte mais baixa das costelas e vão ficar ali também um momento. Por ultimo, a gente vai colocar as mãos sobre o ventre e, tranquilamente, observar essa onda de inspiração, expiração e pausa<br />
<br />
<br />
[[Arquivo: deitado.jpg]]<br />
<br />
<br />
=Ver Também=<br />
<br />
*[[Ana Vitória]]<br />
*[[Ana Vitória Dança Contemporânea]]<br />
*[[Programa Arte e Movimento – Corpo e Dança]]<br />
<br />
<br />
--[[Usuário:Gabriel Lima|Gabriel Lima]] 14h53min de 5 de agosto de 2013 (BRT)</div>Gabriel Limahttp://wikidanca.net/wiki/index.php/Pina_BauschPina Bausch2013-08-05T18:07:41Z<p>Gabriel Lima: </p>
<hr />
<div>[[Arquivo:Pin-4.jpg]]<br />
<br />
<small>Disponível em [http://www.maggiejeans.com/en/blog/dance-and-life-pina-bausch/ Maggie's Blog]</small><br />
<br />
<br />
==Apresentação==<br />
<br />
Philippine Bausch, mais conhecida como Pina Bausch, nasceu em 27 de julho de 1940, na cidade de Solingen, Alemanha. Filha de August e Anita Bausch foi coreógrafa, bailarina, pedagoga de dança, e diretora da ''Tanztheater Wuppertal Pina Bausch'', localizada em Wuppertal, Alemanha ([http://pt.wikipedia.org/wiki/Pina_Bausch#Cronologia Pina Bausch - Wikipedia]). <br />
<br />
Faleceu em 30 de junho de 2009, cinco dias depois de ter-lhe sido diagnosticado um câncer, na cidade de Wuppertal, na Alemanha ([http://pt.wikipedia.org/wiki/Pina_Bausch#Cronologia Pina Bausch - Wikipedia]). <br />
<br />
<br />
==Formação e Carreira==<br />
<br />
Aos quinze anos, Pina Bausch ingressou na ''Folkwang Hochschule'', em Essen, para estudar dança. Foi aluna de Kurt Jooss, fundador da ''Folkwang'', e sua formação nessa escola foi decisiva para as escolhas que fez posteriormente para a construção dramatúrgica de suas peças com o ''Tanztheater Wuppertal'' (SILVEIRA, 2009).<br />
<br />
Em 1958, forma-se em Dança e Pedagogia da Dança na ''Folkwang'' ([http://pt.wikipedia.org/wiki/Pina_Bausch#Cronologia Pina Bausch - Wikipedia]).<br />
<br />
Em 1959, após se formar na ''Folkwang Hochschule'', Pina Bausch foi para Nova York com bolsa de estudos do DAAD (Serviço Alemão de Intercâmbio Acadêmico) para estudar na ''Juilliard School''. Em Nova York, tornou-se bailarina do ''Metropolitan Opera'', sob direção de Antony Tudor e do ''New American Ballet'', além ter sido professora convidada e solista da Companhia de Paul Sanasardo e Donya Feuer. Ainda em Nova York, teve contato com os professores Jose Limón, Anna Sokolow, Alfredo Corvino, entre outros (CYPRIANO, 2005)<br />
<br />
Em 1962, Pina Bausch volta para a Alemanha a convite de Jooss e integra o ''Folkwang Ballet'' como solista.Quando Jooss se aposentou em 1968, Pina assumiu a direção do departamento de dança da ''Folkwang''. Seu primeiro trabalho como coreógrafa foi em 1968 (CLIMENHAGA, 2009).<br />
<br />
Em 1973, foi convidada ao cargo de diretora da companhia de dança do teatro de Wuppertal. Aceitou o convite e mudou o nome da companhia de ''Wuppertal Ballet'' para ''Tanztheater Wuppertal'' (SCHIMIDT, 2000)<br />
<br />
==Obras==<br />
<br />
• '''Fritz''' – Estréia em 05 de janeiro de 1974, Opera House, Wuppertal.<br />
<br />
• '''Iphigenie Auf Tauris''' (Ifigênia em Tauris) – Estréia em 21 de abril de 1974, Opera House, Wuppertal.<br />
<br />
• '''Zwei Krawatten''' (Duas gravatas) – Estréia em 02 de junho de1974, Opera House, Wuppertal.<br />
<br />
• '''Ich bring dich um die Ecke…''' (Eu o levo até a esquina...) – Estréia em 08 de dezembro de 1974, Opera House, Wuppertal.<br />
<br />
• '''Adagio – Fünf Lieder Von Gustav Mahler''' (Adágio – Cinco canções de Gustav Mahler) – Estréia em 08 de dezembro de 1974, Opera House, Wuppertal.<br />
<br />
• '''Orpheus und Eurydike''' (Orfeu e Eurídice) – Estréia em 23 de maio de 1975, Opera House, Wuppertal.<br />
<br />
• '''Frülingsopfer''' (Wind Von West / Der zweite Frühling / Le Sacre du Printemps) (Sagração da Primavera: Vento do Ocidente / A segunda Primavera / Sagração da Primavera) – Estréia em 03 de dezembro de 1975, Opera House, Wuppertal.<br />
<br />
• '''Die Sieben Todsünden''' (Os Sete Pecados Capitais) – Estréia em 15 de junho de1976, Opera House, Wuppertal.<br />
<br />
• '''Blaubart''' – Beim Anhören einer Tonbandaufnahme von Béla Bartóks Oper “Herzogs Blaubart Burg” (Barba-Azul – escutando uma gravação em fita da ópera de Béla Bartók “O castelo de Barba-Azul”) – Estréia em 08 de janeiro de 1977, Opera House, Wuppertal.<br />
<br />
• '''Komm tanz mit mir''' (Vem Dançar Comigo) – Estréia em 26 de maio de 1977, Opera House, Wuppertal<br />
<br />
• '''Renate wandert aus''' (A Mudança de Renato) – Estréia em 30 de dezembro de1977, Opera House, Wuppertal.<br />
<br />
• '''Er nimmt sie na der Hand und führt sie in das Schlob, die anderen folgen''' (Ele a levou pela mão ao castelo, os outros os seguiram) – Estréia em 22/04/1978, Playhouse, Bochum.<br />
<br />
• '''Café Müller''' – Estréia em 20 de maio de 1978, Opera House, Wuppertal.<br />
<br />
• '''Kontakthof''' (Pátio de Encontros) – Estréia em 09 de dezembro de 1978, Opera House, Wuppertal.<br />
<br />
• '''Arien''' (Árias) – Estréia em 12 de maio de 1979, Opera House, Wuppertal.<br />
<br />
• '''Keuschheitslegende''' (A Lenda do Cinto de Castidade) – Estréia em 04 de dezembro de 1979, Opera House, Wuppertal.<br />
<br />
• '''1980 – Ein Stück Von Pina Bausch''' (1980 – Uma Peça de Pina Bausch) – Estréia em 18 de maio de1980, Playhouse, Wuppertal.<br />
<br />
•'''Bandoneon''' – Estréia em 21 de dezembro de 1980, Opera House, Wuppertal.<br />
<br />
• '''Walzer''' (Valsas) – Estréia em 17 de junho de 1982, Carré Theatre, Amsterdam.<br />
<br />
• '''Nelken''' (Cravos) – Estréia em 30 de dezembro de 1982, Opera House, Wuppertal.<br />
<br />
• '''Auf dem Gebirge hat man ein Geschrei gehört''' (Sobre a Montanha Ouviu-se um Grito) – Estréia em 13 de maio de 1984, Playhouse, Wuppertal.<br />
<br />
• '''Two Cigarrettes in the Dark''' (Dois Cigarros no Escuro) – Estréia em 31 de março de 1985, Playhouse, Wuppertal.<br />
<br />
• '''Viktor''' – Estréia em14/05/1986, Playhouse, Wuppertal.<br />
<br />
• '''Ahnen''' (Antepassados) – Estréia em 21 de março de 1987, Playhouse, Wuppertal.<br />
<br />
• '''Die Klage der Kaiserin''' (O lamento da Imperatriz) – Filme, 1989.<br />
<br />
• '''Palermo, Palermo''' – em co-produção com Teatro Biondo (Palermo) e Andes Neumann Internattional. <br />
Estréia em 17 de dezembro de 1989, Opera House, Wuppertal.<br />
<br />
• '''Tanzabend II''' ( Baile II) – em co-produção com Festival de Outono/Madrid. Estréia em 27 de abril de 1991, Playhouse, Wuppertal.<br />
<br />
• '''Das Stück mit dem Schiff''' (A Peça com o Barco) – Estréia em 16 de janeiro de 1993, Opera House, Wuppertal.<br />
<br />
• '''Ein Trauerspiel''' (Um Jogo Triste) – Estréia em 12 de fevereiro de 1994, Playhouse, Wuppertal.<br />
<br />
• '''Danzón''' – Estréia em 13 de maio de 1995, Opera House, Wuppertal.<br />
<br />
• '''Nur Du''' (Só você) – em co-produção com Universidade da Califórnia em Los Angeles, Universidade da Califórnia em Berkley, Universidade do Texas em Austin, Darlene Neel Presentations, Rena Shagan Associates Inc. e The Music Center Inc. Estréia em 11 de maio 1996, Playhouse, Wuppertal.<br />
<br />
• '''Der Fensterputzer'''(O Limpador de Vidraças) – em co-produção com Hong Kong Arts Festival Society e o Instituto Goethe de Hong Kong. Estréia em 12 de fevereiro de 1997, Opera House, Wuppertal.<br />
<br />
• '''Masurca Fogo''' – em co-produção com a Expo 98 Lisboa e Instituto Goethe de Lisboa. Estréia em 04 de abril de 1998, Playhouse, Wuppertal.<br />
<br />
• '''O Dido''' – em co-produção com o teatro Argentina/Roma e Neumann Productions. Estréia em 10 de abril de 1999, Opera House, Wuppertal.<br />
<br />
• '''Wiesenland''' (Terra de Prados)– em co-produção com o Instituto Goethe de Budapeste e o Théâtre de La Ville, Paris. Estréia em 05 de maio de 2000, Playhouse, Wuppertal.<br />
<br />
• '''Kontakthof mit Damen und Herren ab’ 65''' (Pátio de encontros com senhores e senhoras acima de 65 anos) – Estréia em 25 de fevereiro de 2000, Opera House, Wuppertal.<br />
<br />
• '''Água''' – em co-produção com o Instituto Goethe de São Paulo e Emílio Kalil. Estréia em 12 de maio de 2001, Opera House, Wuppertal<br />
<br />
• '''Für die Kinder Von gestern, heute und morgen – Ein Stück von Pina Bausch''' (Para as Crianças de Ontem, Hoje e Amanhã, uma peça de Pina Bausch) – Estréia em 25 de abril de 2002, Playhouse, Wuppertal.<br />
<br />
• '''Nefés''' – em co-produção com International Istanbul Theatre Festival e Istanbul Foundation of Culture and Arts. Estréia em 21 de março de 2003, Opera House, Wuppertal.<br />
<br />
• '''Ten Chi''' – em co-produção com Prefeitura de Saitama, Saitama Arts Foundation e Nippon Cultural Centre. Estréia em 08 de maio de 2004, Playhouse, Wuppertal.<br />
<br />
• '''Rough Cut'''(Corte Bruto) – em co-produção com LG Arts Center e Instituto Goethe de Seul, Coréia. Estréia em 15 de abril de 2005, Playhouse, Wuppertal.<br />
<br />
• '''Vollmond'''(Lua Cheia) – Estréia em 11 de maio de 2006, Playhouse, Wuppertal.<br />
<br />
• '''Bamboo Blues''' – em co-produção com a India e o Goethe Instituto/Max Mueller. Estréia em 18 de maio de 2007, Playhouse, Wuppertal.<br />
<br />
• '''Sweet Mambo''' (Doce Mambo) – Estréia em 30 de maio de 2008, Playhouse, Wuppertal.<br />
<br />
• '''Como el Musquito em la Piedra, Ay Si, Si, Si...''' – em co-produção com o Chile. Estréia em 12 de junho de 2009, Opera House, Wuppertal.<br />
<br />
<br />
<small>(Fontes: CYPRIANO, 2005; SERVOS, 2003; SILVEIRA, 2009)</small> <br />
<br />
<br />
<br />
==Prêmios e Condecorações==<br />
<br />
'''1958''' <br />
<br />
Folkwang School prize for high achievement<br />
<br />
<br />
'''1969'''<br />
<br />
Im Wind der Zeit, with music by Mirko Dorner, wins first prize at the second International Choreography Competition in Cologne<br />
<br />
<br />
'''1973'''<br />
<br />
North Rhine-Westphalia funding award for young artists<br />
<br />
<br />
'''1978'''<br />
<br />
Eduard von der Heydt prize of the city of Wuppertal<br />
<br />
<br />
'''1980'''<br />
<br />
Premio de la Critica Danza, awarded by El Circolo de Criticos de Arte, Italy<br />
<br />
<br />
'''1982'''<br />
<br />
Premio Simba theatre prize, Accademia Simba, Italy<br />
<br />
<br />
'''1983'''<br />
<br />
Premio UBU 1982/83, prize for the best foreign theatre, Italy<br />
<br />
<br />
'''1984'''<br />
<br />
Deutscher Kritiker Preis awarded by the association of German critics in the Akademie der Künste, Berlin<br />
<br />
Bessie Award for Dance and Performance, New York<br />
<br />
<br />
'''1986'''<br />
<br />
Order of Merit of the Federal Republic of Germany, presented by German president Richard von Weizsäcker<br />
<br />
<br />
'''1987'''<br />
<br />
Dance Critics Society prize, Japan<br />
<br />
<br />
'''1988'''<br />
<br />
Toleranzorden (tolerance award) of the Wuppertal carnival association<br />
<br />
<br />
'''1990'''<br />
<br />
The international Academia Medicea's Lorenzo il Magnifico prize, Florence<br />
<br />
Premio Aurel Milloss awarded as part of the Premio Gino Tani, Rome<br />
<br />
The Federal Republic of Germany branch of the International Theatre Institute (ITI) awards her its prize on the occasion of World Theatre Day 1990, presented by President August Everding<br />
<br />
Premio UBU, Italy<br />
<br />
North Rhine-Westphalia state prize, presented by the minister president of North Rhine-Westphalia, Johannes Rau<br />
<br />
<br />
'''1991'''<br />
<br />
Prix SACD 1991 (Société des Auteurs et Compositeurs dramatique) for dance, Paris<br />
<br />
Rheinischer Kulturpreis (prize for Rhineland culture) awarded by the Sparkassenstiftung zur Förderung rheinischen Kulturgutes (banking trust for supporting Rhineland culture, Düsseldorf<br />
<br />
International Fontana di Roma prize, awarded by the Centro Internazionale Arte e Cultura la Sponda<br />
Danza+Danza magazine prize, Treviso, Italy<br />
<br />
Named Commandeur de l'Ordre des Arts et des Lettres in Paris by French minister of culture Jack Lang<br />
<br />
Awarded Una Vita per la Danza prize in Positano, Italy<br />
<br />
<br />
'''1992'''<br />
<br />
Critics Award for Café Müller, Edinburgh Festival<br />
<br />
<br />
'''1993'''<br />
<br />
UNESCO Picasso Medal (in conjunction with the opening event of the 25th world congress of the International Theatre Institute (ITI) in Munich<br />
<br />
Eduard von der Heydt prize awarded to the Tanztheater Wuppertal<br />
<br />
<br />
'''1994'''<br />
<br />
Awarded the Cruz da Ordem Militar de Santiago de Espada in Lisbon by the Portuguese president Mário Suares<br />
<br />
<br />
'''1995'''<br />
<br />
German dance prize awarded by the German professional association for dance education<br />
<br />
Joana Maria Gorvin prize awarded by the German Akademie der Schönen Künste in Berlin<br />
<br />
<br />
'''1997'''<br />
<br />
Berlin theatre prize<br />
<br />
Prize of the foundation for Prussian maritime trade<br />
<br />
Accepted in to the order Pour le Mérite<br />
<br />
Great cross of the order of merit with star and shoulder band of the Federal Republic of Germany<br />
<br />
Premio UBU, Italy<br />
<br />
Ring of honour of the city of Wuppertal<br />
<br />
<br />
'''1998'''<br />
<br />
Harry Edmonds Award from International House, New York<br />
<br />
Bambi 98 (for culture)<br />
<br />
European Theatre Prize<br />
<br />
<br />
'''1999'''<br />
<br />
Samuel H. Scripps<br />
<br />
American Dance Festival Award<br />
<br />
Praemium Imperiale for theatre and film awarded by the Japan Art Association, presented by Prince Hitachi<br />
<br />
Honorary doctorate (laurea honoris causa) of the University of Bologna for the fields of visual art, music and theatre<br />
<br />
<br />
'''2000'''<br />
<br />
Life Time Achievement Award at the 2000 Istanbul Festival<br />
<br />
International Association of Performing Arts award<br />
<br />
<br />
'''2001'''<br />
<br />
Hanseatic Goethe prize<br />
<br />
The Harbourfront Centre World Leaders Prize, Toronto, Canada<br />
<br />
<br />
'''2002'''<br />
<br />
Bessie Award, New York<br />
<br />
<br />
'''2003'''<br />
<br />
Chevalier de l'Ordre National de la Légion d'Honneur, Paris<br />
<br />
Spanish world art prize, Valldigna 2003<br />
<br />
<br />
'''2004'''<br />
<br />
Commander's cross of the order of merit of the republic of Italy<br />
<br />
Nijinsky Award, Monte Carlo<br />
<br />
<br />
'''2005'''<br />
<br />
Golden Mask for the best foreign production, Golden Mask Festival of Performing Arts, Moskau<br />
<br />
Wuppertal business prize for city marketing<br />
<br />
Honorary PR Ambassador of the Republic of Korea<br />
<br />
Golden suspended monorail train 2005 from the Wuppertal union of citizens and local associations<br />
<br />
<br />
'''2006'''<br />
<br />
Laurence Olivier Award, London, for Nelken<br />
<br />
Honorary doctorate (laurea honoris causa) from the Juilliard School, New York<br />
<br />
Honorary director (Direzione Onoraria) of the Accademia Nazionale di Danza, Rome<br />
<br />
The Snow Queen's Walking Stick', Brooklyn Academy of Music, New York<br />
<br />
<br />
'''2007'''<br />
<br />
Orden al Mérito Artístico y Cultural Pablo Neruda<br />
des Consejo Nacional de la Cultura y las Artes de Chile (Pablo Neruda order of artistic and cultural merit of the Chilean national council of culture and the arts), awarded by the Chilean president Michelle Bachelet.<br />
<br />
Leone d'oro alla carrier (golden lion, awarded for a life's work), 2007 Venice Biennale<br />
<br />
Kyoto prize, art and philosophy category, awarded by the Inamori foundation, Kyoto<br />
<br />
<br />
'''2008'''<br />
<br />
City of Frankfurt Goethe prize, 2008, presented by Wim Wenders<br />
<br />
Order of the rising sun on a headband with golden rays, awarded by the Japanese imperial house.<br />
<br />
Music prize of the city of Duisburg<br />
<br />
Dance Magazine Award, New York<br />
<br />
Honorary citizenship of the city of Wuppertal<br />
<br />
<br />
'''2009'''<br />
<br />
Laurence Olivier Award 'The Best New Dance Production' for Café Müller and Das Frühlingsopfer (The Rite of Spring)<br />
<br />
Appointment as founding and full member of the newly established faculty of arts at the Akademie der Wissenschaften und Künste Nordrhein-Westfalen in Düsseldorf<br />
<br />
Appointment as Foreign Honorary Member of the Academy of Arts and Sciences, Cambridge <br />
Massachusetts, Section Performing Arts.<br />
<br />
Awarded the Faust - German theatre prize posthumously for her life's work, in recognition of her enormous achievements for dance theatre in Germany.<br />
<br />
<br />
==Filmes==<br />
<br />
*''O Lamento da Imperatriz'' (1990), dirigido por Pina Bausch.<br />
<br />
*Participação no filme de Federico Fellini ''La nave va'' (1982).<br />
<br />
*Participação no filme de Pedro Almodóvar, ''Fale com Ela'' (2002), com um trecho dos espetáculos ''Café Muller'' e ''Mazurca Fogo''.<br />
<br />
Em 2011, Win Wenders estreia, em Berlim, Alemanha, o filme documentário em 3D, ''Pina'', dirigido por ele, sobre a vida e obra de Pina Bausch ([http://cinema.uol.com.br/ultnot/2011/02/13/com-pina-wim-wenders-inaugura-a-era-do-filme-de-arte-em-3d-e-emociona-a-berlinale.jhtm Site Cinema Uol]). <br />
<br />
<br />
==Referências==<br />
<br />
*CYPRIANO, Fábio. Pina Bausch. São Paulo: Cosac Naify, 2005.<br />
<br />
*CLIMENHAGA, Royd. Pina Bausch. New York: Routledge, 2009.<br />
<br />
*SCHMIDT, Jochen in GOETHE-INSTITUT. Teatrodanza hoy: treinta anos de historia de la danza alemana. Kallmeyersche: Hannover, 2000.<br />
<br />
*SILVEIRA, Juliana Carvalho Franco. Dramaturgia na dança-teatro de Pina Bausch. 2009. 128 f. Dissertação (Mestrado em Artes) – Escola de Belas Artes, Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, 2009.<br />
<br />
<br />
==Ligações Externas==<br />
<br />
[http://pt.wikipedia.org/wiki/Pina_Bausch#Cronologia Pina Bausch - Wikipedia]. Acesso em 10 de fevereiro de 2012. <br />
<br />
[http://cinema.uol.com.br/ultnot/2011/02/13/com-pina-wim-wenders-inaugura-a-era-do-filme-de-arte-em-3d-e-emociona-a-berlinale.jhtm Site Cinema Uol]. Acesso em 10 de fevereiro de 2012.<br />
<br />
<br />
==Ver Também==<br />
<br />
*[[E por falar em dança... Programa 02 - 04/08/2009 ]]<br />
<br />
*[[Entrevista: Thereza Rocha]]<br />
<br />
*[[Thereza Rocha]]</div>Gabriel Limahttp://wikidanca.net/wiki/index.php/E_por_falar_em_dan%C3%A7a..._Programa_04_-_18/08/2009E por falar em dança... Programa 04 - 18/08/20092013-08-05T17:53:52Z<p>Gabriel Lima: Criou página com '=Tema do Programa: Heitor Villa-Lobos e a Dança= Essa semana vamos falar do namoro da dança com [http://pt.wikipedia.org/wiki/Heitor_Villa-Lobos Heitor Villa-Lobos]. Villa-L...'</p>
<hr />
<div>=Tema do Programa: Heitor Villa-Lobos e a Dança=<br />
<br />
<br />
Essa semana vamos falar do namoro da dança com [http://pt.wikipedia.org/wiki/Heitor_Villa-Lobos Heitor Villa-Lobos]. Villa-Lobos faleceu em 1959. No imenso legado deixado pelo artista, encontram-se alguns balés. <i>O Uirapuru</i>, de 1917, coreografado por Vaslav Veltchek; <i>Amazonas</i>, de 1927, coreografado por [[Serge Lifar]]; e também <i>A Floresta Amazônica</i>, de 1975, feito por [[Dalal Achcar]]. Outros artistas, como [[José Limon]], [[Martha Graham]], [[Roland Petit]] e [[Mauricé Bejart]] criaram inspirados em Villa-Lobos. Em homenagem aos 50 anos de morte do compósitos, a coreógrafa [[Ana Vitória]] criou o espetáculo <i>Cirandas Cirandinhas</i>, dedicado ao público infanto-juvenil. Ana Vitória traduz em dança contemporânea os jogos, as brincadeiras e o imaginário desse artista brasileiro e investe num projeto de formação de público, já que se aproxima das crianças e dos jovens e os convida a conhecer Villa-Lobos através da dança.<br />
<br />
<br />
=Entrevista: Ana Vitória=<br />
<br />
<br />
[[Arquivo: Anavitoria.JPG]]<br />
<br />
<br />
<b>Silvia Soter:</b><br />
<br />
Por que você escolheu o público infanto-juvenil para esse seu último trabalho?<br />
<br />
<br />
<b>Ana Vitória:</b><br />
<br />
Bom, eu fui motivada por algumas questões. Primeiro porque eu tenho filhos pequenos e eu costumo freqüentar muitos teatros e levá-los para assistir peças e sempre fiquei insatisfeita com a produção teatral e musical para criança. Tem peças que nem sempre prestigiavam a inteligência e a capacidade criativa das crianças e sempre notei que a dança ficava em segundo plano: ou eram musicais ou eram peças teatrais, nunca tinha a dança efetivamente atuando na cena para crianças. <br />
<br />
<br />
<b>Silvia Soter:</b><br />
<br />
É muito raro, né? Como é que você tem visto? Você tem assistido espetáculos de dança? Você consegue encontrar espetáculos de dança dirigidos para esse publico?<br />
<br />
<br />
<b>Ana Vitória:</b><br />
<br />
Não, não tem. <br />
<br />
<br />
<b>Silvia Soter:</b><br />
<br />
São poucos, né?<br />
<br />
<br />
<b>Ana Vitória:</b><br />
<br />
São raríssimos. Aqui no Rio de Janeiro são pouquíssimos. Até em São Paulo a gente encontra um pouco mais, em Minas a gente tem uns grupos que desenvolvem, que tem um trabalho voltado para o público infanto-juvenil, de dança. O que a gente vê aqui é muito texto de fora,muito conto de fada, pouca relação com a questão da brasilidade, das nossas memórias, nossas histórias.<br />
<br />
<br />
<b>Silvia Soter:</b><br />
<br />
Pois é, porque você trabalha, na realidade, dança, mas você vai trazer o Heitor Villa-Lobos para as crianças também? E esse encontro, como é que se deu, teu com a obra do Villa-Lobos? <br />
<br />
<br />
<b>Ana Vitória:</b><br />
<br />
Pois é, essa foi a minha segunda motivação, porque eu já vinha trabalhando com o Villa, eu já tenho umas peças do meu repertório dele. E o Villa tem essa ludicidade, ele tem essa relação com a criança muito forte. Ele batalhou muito pela educação musical nas escolas para criança, ele sempre foi um visionário nesse sentido, de saber que é dando lar na infância que as coisas vão reverberar lá no futuro. E eu sempre fui muito instigada pelo Villa, mesmo a partir da obra dele a criar um trabalho para crianças. E quando você começa a entrar no universo do Villa Lobos, você começa a se apaixonar por esse universo infanto-juvenil. E aí eu comecei a ouvir as cirandas, a Prole do Bebê Número 1 e Número 2, que são peças extremamente voltadas para esse universo, e eu decidi preencher essa lacuna, eu disse “Não, vou enfrentar esse...” <br />
<br />
<br />
<b>Silvia Soter:</b><br />
<br />
Esse desafio, né?<br />
<br />
<br />
<b>Ana Vitória:</b><br />
<br />
Foi um desafio enorme.<br />
<br />
<br />
<b>Silvia Soter:</b><br />
<br />
E como é que as crianças e os familiares têm recebido o espetáculo?<br />
<br />
<br />
<b>Ana Vitória:</b><br />
<br />
Olha, é incrível assim, porque, como o espetáculo <i>Ciranda Cirandinhas</i> ele resgata muita memória da infância, da nossa infância, de uma geração anterior a essa de hoje, então assim, as brincadeiras são corda , pipa, bola. O universo é completamente diferente de hoje, da criança que vive no computador, que vive no <i>vídeo game</i>. então a surpresa nossa foi ver que os pais ficam em completo deleite. Eles adoram porque eles revivem.<br />
<br />
<b>Silvia Soter:</b><br />
<br />
Lógico. E apresentam para as crianças, através do seu trabalho, também a história deles.<br />
<br />
<br />
<b>Ana Vitória:</b><br />
<br />
Exatamente. E as crianças ficam encantadas, porque elas vêem ali também outras possibilidades de brincadeira, de jogos.<br />
<br />
<br />
<b>Silvia Soter:</b><br />
Sem dúvida. E você vai apresentar esse trabalho no dia 22 de agosto.<br />
<br />
<br />
<b>Ana Vitória:</b><br />
<br />
Sim. A gente vai apresentar na Escola SESC de Ensino Médio, eles estão com um evento chamado “Teatro na Contra Mão”, dia 22 às 17 horas. Esse espaço novo fica na Ayrton Senna, 5677, lá na Barra.<br />
<br />
<br />
<b>Silvia Soter:</b><br />
<br />
E depois esse trabalho segue então aí viajando Brasil a fora.<br />
<br />
<b>Ana Vitória:</b><br />
<br />
Segue viajando, fazendo o Circuito Sebetis, no Rio, fazendo SESC São Paulo e viajando por vários interiores. A nossa idéia é realmente entrar no Brasil, levar essa peça que é extremamente arrojada, extremamente sofisticada, para dar a possibilidade a criança de começar a ler dança, porque ela está muito acostumada ao verbal, ao textual, nos teatros, nos musicais, e pouca relação, pouco encontro com a dança.<br />
<br />
<b>Silvia Soter:</b><br />
<br />
É um trabalho de formação, é importantíssimo o que você está fazendo com esse público também. <br />
<br />
<br />
<b>Ana Vitória:</b><br />
<br />
E é extremamente gratificante, porque as crianças respondem na hora, elas comentam, elas vão para a frente do palco, querem entrar na cena. Elas ficam completamente envolvidas com o que estão vendo.<br />
<br />
<br />
=Momento Solo=<br />
<br />
<br />
A gente vai prestar atenção na respiração. Agora, vocês estão respirando? Claro que estão! Mas como? Vocês vão encontrar um momento de tranqüilidade, deitar no chão ou na cama, apoiar os pés, joelhos dobrados, pés apoiados no chão ou na cama. E a gente vai colocar as mãos sobre o peito e vai ficar ali, observando o movimento do tórax, esse subir e descer das costelas, sem tentar controlar a respiração, apenas escutando o movimento. Depois de um tempo vocês vão descer as mãos para a parte mais baixa das costelas e vão ficar ali também um momento. Por ultimo, a gente vai colocar as mãos sobre o ventre e, tranquilamente, observar essa onda de inspiração, expiração e pausa<br />
<br />
<br />
[[Arquivo: deitado.jpg]]<br />
<br />
<br />
=Ver Também=<br />
<br />
*[[Ana Vitória]]<br />
*[[Ana Vitória Dança Contemporânea]]<br />
*[[Programa Arte e Movimento – Corpo e Dança]]<br />
<br />
<br />
--[[Usuário:Gabriel Lima|Gabriel Lima]] 14h53min de 5 de agosto de 2013 (BRT)</div>Gabriel Limahttp://wikidanca.net/wiki/index.php/E_por_falar_em_dan%C3%A7a..._Programa_03_-_11/08/2009E por falar em dança... Programa 03 - 11/08/20092013-08-05T17:46:59Z<p>Gabriel Lima: Criou página com '=Tema do Programa: 100 anos do Theatro Municipal do Rio de Janeiro= Inaugurado em 1909 para abrigar a intensa atividade lírica e teatral da então capital do país, o [http>//w...'</p>
<hr />
<div>=Tema do Programa: 100 anos do Theatro Municipal do Rio de Janeiro=<br />
<br />
Inaugurado em 1909 para abrigar a intensa atividade lírica e teatral da então capital do país, o [http>//www.theatromunicipal.rj.gov.br Theatro Municipal do Rio de Janeiro] está comemorando 100 anos. A festa aconteceu no mês passado diante de sua faixada já que o prédio está fechado para importantes reformas estruturais desde outubro de 2008. O Municipal abriga a primeira e até a hoje única companhia dedicada ao balé de repertório do Brasil, o Balé do Theatro Municipal do Rio de Janeiro. A companhia, ela é mais jovem do que o Theatro. Sua primeira temporada aconteceu apenas no ano de 1936. Antes, em 1927, foi fundada pala bailarina russa [[Maria Olenewa]], a primeira escola de dança do Brasil. Até 36, escola e corpo de baile não se distinguiam. Além de Maria Olenewa, outros importantes nomes estiveram a frente da direção do balé: Vaslav Veltchek, [[Tatiana Leskova]], [[Eugenia Feodorova]], [[Dalal Achcar]], [[Emílio Calil]] e mais recentemente, [[Marcelo Misailidis]]. Atualmente, o Balé é dirigido por [[Hélio Bejani]], que será nosso entrevistado de hoje.<br />
<br />
<br />
=Entrevista: Hélio Bejani=<br />
<br />
<br />
[[Arquivo: Heliobejani.JPG]]<br />
<br />
<br />
<b>Silvia Soter:</b><br />
<br />
O prédio do Theatro está em reforma, mas a Companhia segue trabalhando? Como é que vocês estão trabalhando?<br />
<br />
<br />
<b>Hélio Bejani:</b><br />
<br />
Sim. A gente está passando por essa dificuldade, mas nós não trabalhamos efetivamente no prédio do Theatro, nós temos um anexo que complementa o prédio do Theatro e esse prédio do anexo, ele não está em reforma, vai ser mexido depois, mas ele é mais novo. Nós trabalhamos ali em das salas, prosseguindo dessa forma, um pouco apertado, mas está dando para levar.<br />
<br />
<br />
<b>Silvia Soter:</b><br />
<br />
Como é que é o cotidiano da companhia?<br />
<br />
<br />
<b>Hélio Bejani:</b><br />
<br />
A gente começa a trabalhar fazendo uma aula de 10:00 às 11:30 hs da manhã e seguimos com os ensaios quando a gente tem uma programação prevista, alguma situação, a gente segue trabalhando nesse sentido.<br />
<br />
<br />
<b>Silvia Soter:</b><br />
<br />
Hélio, o balé do Theatro Municipal é até hoje a única companhia de repertório do Brasil. Quais são os desafios de uma companhia estável de balé hoje?<br />
<br />
<br />
<b>Hélio Bejani:</b><br />
<br />
Os desafios nossos em relação à cultura que o país está vivendo, são os mesmos: dificuldade de patrocínio, toda aquela situação. Mas o maior desafio de uma companhia estável, eu acho que ainda continua sendo a burocracia. Tudo o que você precisa, que envolve você comprar sapatilhas, todas as situações do dia a dia envolvem a tal da famosa licitação, que tem que ser sempre três opções e isso aí tudo dificulta muito. Então eu ainda considero que a burocracia é a coisa mais complexa para a gente vencer.<br />
<br />
<br />
<b>Silvia Soter:</b><br />
<br />
E em termos artísticos?<br />
<br />
<br />
<b>Hélio Bejani:</b><br />
<br />
A questão artística está envolvida com isso também. Você correr atrás de montar grandes trabalhos envolve mais dinheiro, envolve mais dificuldades. A dificuldade de contratar bailarinos nossa está muito difícil, a gente está com um contingente um pouco baixo; as pessoas vão ficando mais velhas, vai ficando mais difícil para você trabalhar, porque balé é uma questão que envolve físico então essa questão artística também é complicada nesse sentido.<br />
<br />
<br />
<b>Silvia Soter:</b><br />
<br />
Quais são os projetos para 2009 e para a reabertura da casa?<br />
<br />
<br />
<b>Hélio Bejani:</b><br />
<br />
Complementando um pouco a primeira pergunta sua, nós acabamos de fazer uma turnê no primeiro semestre, viajamos para três cidades do Brasil, depois fizemos o aniversário do Theatro dia 14 e vamos tentar fazer agora mais algumas viagens até a reabertura da casa, que estão prevista para dezembro e o projeto é <i>A Floresta Amazônica</i>, que a gente está viajando, fazer ela completa, a gente está levado ela mais reduzida, fazer completa. E por conta também do cinquentenário de morte do Villa-Lobos, juntar tudo isso e <i>Floresta</i> envolve coro, balé e orquestra.<br />
<br />
<br />
<b>Silvia Soter:</b><br />
<br />
Sei. Então é com toda a casa reunida?<br />
<br />
<br />
<b>Hélio Bejani:</b><br />
<br />
É, uma grande abertura, nesse sentido. Seria uma coisa assim de poucos espetáculos nessa situação. Manter a tradição do <i>O Quebra Nozes</i>. Tentar entrar com <i>O Quebra Nozes</i> um pouquinho ali em janeiro. E para o ano que vem, pretendemos trazer Roland Petit, montar o <i>Le Pressage</i>, que eu considero uma obra que tem tudo a ver com os 100 anos do Theatro. Espero que a gente esteja a toda.<br />
<br />
<br />
=Momento Solo=<br />
Essa é uma homenagem aos pés cansados dos bailarinos do Theatro Municipal. Vocês vão precisar de uma bacia. A gente vai fazer um escalda pés, aproveitando esses últimos momentos de frio da cidade do Rio de Janeiro. Vocês vão encher essa bacia com agua quente. Morna, mas quente. Cuidado para não queimar o pé. A gente vai colocar um pouquinho de sal grosso nessa água e deixar os dois pés descansando. Dentro da bacia, a gente vai começar a mexer os dedos do pé, devagarzinho, fazer pequenos movimentos, aproveitar esse calor para relaxar os pés. Depois a gente vai secar os pés e massagear os pés devagarzinho. Massageie um pé, depois o outro, pisem os pés no chão e vejam se eles gostaram. <br />
<br />
[[Arquivo: Escaldapes.jpg]]<br />
<br />
--[[Usuário:Gabriel Lima|Gabriel Lima]] 14h46min de 5 de agosto de 2013 (BRT)<br />
=Ver Também=<br />
<br />
*[[Programa Arte e Movimento – Corpo e Dança]]</div>Gabriel Limahttp://wikidanca.net/wiki/index.php/Ana_Vit%C3%B3riaAna Vitória2013-08-05T17:45:29Z<p>Gabriel Lima: </p>
<hr />
<div>[[Arquivo: Anavitoria.JPG]]<br />
<br />
<br />
<br />
Ana Vitória, bailarina e coreógrafa baiana, formada pela Escola de Dança da Universidade Federal da Bahia – UFBA e Mestre em Dança pela Universidade Gama Filho – UGF – Rio de Janeiro, tendo como resultado a publicação do livro “Angel Vianna – Uma Biografia da Dança Contemporânea”. Professora universitária das Faculdades Angel Vianna e UniverCidade – RJ nas cadeiras de Composição Coreográfica e Técnica de Dança Contemporânea. Trabalhou como intérprete com as Cia Terceira Dança (BA/RJ/SP), Grupo Tran-Chan (BA) e Cia. Endança (DF), entre outras. Em 1994 morou na França onde trabalhou com coreógrafos de renome da Nouvelle Danse Française. No Rio de Janeiro, dirige a Cia. [[Ana Vitória Dança Contemporânea]]desde 1996.<br />
<br />
<br />
=Ver Também=<br />
<br />
<br />
*[[E por falar em dança... Programa 04 - 18/08/2009]]<br />
<br />
*[[Ana Vitória Dança Contemporânea]]</div>Gabriel Limahttp://wikidanca.net/wiki/index.php/Ana_Vit%C3%B3riaAna Vitória2013-08-05T17:41:39Z<p>Gabriel Lima: </p>
<hr />
<div>Ana Vitória, bailarina e coreógrafa baiana, formada pela Escola de Dança da Universidade Federal da Bahia – UFBA e Mestre em Dança pela Universidade Gama Filho – UGF – Rio de Janeiro, tendo como resultado a publicação do livro “Angel Vianna – Uma Biografia da Dança Contemporânea”. Professora universitária das Faculdades Angel Vianna e UniverCidade – RJ nas cadeiras de Composição Coreográfica e Técnica de Dança Contemporânea. Trabalhou como intérprete com as Cia Terceira Dança (BA/RJ/SP), Grupo Tran-Chan (BA) e Cia. Endança (DF), entre outras. Em 1994 morou na França onde trabalhou com coreógrafos de renome da Nouvelle Danse Française. No Rio de Janeiro, dirige a Cia. ANA VITÓRIA DANÇA CONTEMPORÂNEA desde 1996.<br />
<br />
<br />
<br />
=Ver Também=<br />
<br />
<br />
*[[E por falar em dança... Programa 04 - 18/08/2009]]</div>Gabriel Limahttp://wikidanca.net/wiki/index.php/Thereza_RochaThereza Rocha2013-08-05T17:35:48Z<p>Gabriel Lima: /* Ver Também */</p>
<hr />
<div>[[Arquivo:thereza.jpg]]<br><br />
<small>Thereza Rocha no espetáculo <i>3 Mulheres e um café</i><br><br />
Foto: Arquivo Thereza Rocha<br></small><br />
<br />
<br />
Doutora em Artes Cênicas pela Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO, 2012), Mestre em Comunicação e Cultura pela ECO/UFRJ e Bacharel em Comunicação Social/Cinema pela UFF.<br> Atua hoje como Professora Assistente do setor de Estudos Teórico-Filosóficos em Dança da UFC - Universidade Federal do Ceará.<br> É pesquisadora de dança e teatro, atua principalmente na área de dança contemporânea, dança e filosofia, arte e cidade, história do corpo, corpo e linguagem e estética.<br> É colunista do portal Idança (www.idanca.net).<br />
<br />
<br />
==Ver Também==<br />
<br />
<br />
*[[Entrevista: Thereza Rocha]]<br />
<br />
*[[E por falar em dança... Programa 02 - 04/08/2009]]</div>Gabriel Limahttp://wikidanca.net/wiki/index.php/E_por_falar_em_dan%C3%A7a..._Programa_02_-_04/08/2009E por falar em dança... Programa 02 - 04/08/20092013-08-05T17:32:22Z<p>Gabriel Lima: Criou página com 'O “E por falar em Dança...” de 04 de agosto de 2009 rendeu homenagem a Pina Bausch, coreógrafa alemã que faleceu no dia 30 de junho de 2009, deixando uma enorme lacuna...'</p>
<hr />
<div>O “E por falar em Dança...” de 04 de agosto de 2009 rendeu homenagem a [[Pina Bausch]], coreógrafa alemã que faleceu no dia 30 de junho de 2009, deixando uma enorme lacuna no mundo das artes cênicas.<br />
<br />
<br />
Depois que no ano de 1973, Pina Bausch assumiu a direção do [http://www.pina-bausch.de/en/dancetheatre/ Tanztheater Wuppertal,] a dança e o teatro nunca mais foram os mesmos. Bausch inaugurou não apenas uma nova cena em que o movimento, a fala, os objetos se integram numa única experiência poética, mas também inaugurou um método de coreografar. O material que se transformou em dança ao longo de mais de 30 anos de lindas criações sempre era levantado a partir de perguntas que fazia a seus bailarinos. Em vários momentos de sua vida afirmou que o a interessava era o ser humano. Seu foco não era modo como as pessoas se moviam, mas aquilo que as movia. Não foi à toa que o cinema também namorou a arte de Pina Bausch: [http://pt.wikipedia.org/wiki/Federico_Fellini Felini], [http://pt.wikipedia.org/wiki/Pedro_Almod%C3%B3var Almodóvar] e atualmente [http://pt.wikipedia.org/wiki/Wim_Wenders Wim Wenders] se interessaram pelo fluxo de belas e contundentes imagens da dança dessa genial criadora que nos deixou. <br />
<br />
<br />
=Entrevista: Thereza Rocha=<br />
<br />
[[Arquivo: The.jpg]]<br />
<br />
<br />
Hoje a nossa entrevistada é a pesquisadora e diretora [[Thereza Rocha]], que prepara um espetáculo inspirado na obra <i>Café Müller</i>, de Pina Bausch. <br />
<br />
<br />
<b>Silvia Soter:</b><br />
<br />
Thereza, qual o maior legado que deixa Pina Bausch?<br />
<br />
<br />
<b>Thereza Rocha:</b><br />
<br />
Ela deixa uma lacuna de legado, mas além da lacuna, dada a importância que ela tem, a referência que ela é para todos nós, eu acho que ela deixa um legado especial no que toca a pesquisa de movimento e a invenção de movimento, que eu acho que é um traço bastante marcante do trabalho dela e que ela deixa pra gente como uma possibilidade da dança, que ainda há muitos caminhos a inventar a partir disso, crio eu.<br />
<br />
<br />
<b>Silvia Soter:</b><br />
<br />
E de que modo você percebe as marcas da Pina, ao longo desses anos, na dança brasileira?<br />
<br />
<br />
<b>Thereza Rocha:</b><br />
<br />
De dois modos: eu acho que ela influencia bastante um primeiro movimento de dança contemporânea muito forte que acontece no Brasil, na década de 90 sobretudo. Já na década de 80 a gente começa a sentir os primeiros ecos, mas sobretudo na década de 90. Sinto isso sobretudo no que diz respeito à possibilidade da invenção de uma linguagem de movimento a partir da pesquisa de cada coreógrafo. E isso é uma influência que ela exerce muito grande e que não seria uma influência, uma leitura direta da influência do tipo de movimento da Pina Bausch ou dela mesma nos criadores, mas sim a inspiração, cada um deles poder desenvolver a sua própria linguagem coreográfica, o seu próprio vocabulário a partir de uma pesquisa de movimento muito genuína e muito dedicada que marcou muito o movimento de dança contemporânea na década de 90, que fez história no Brasil todo, tendo a cidade do Rio de Janeiro muito forte como um pólo centralizador e produtor de muita boa dança.<br />
<br />
<br />
<b>Silvia Soter:</b><br />
<br />
E Thereza, você está preparando um espetáculo que se baseia ou inspirado na obra Café Müller, uma peça de 1978 da Pina. Por que escolher o Café Müller?<br />
<br />
<br />
<b>Thereza Rocha:</b><br />
<br />
Tem vários motivos: isso que a gente chama corretamente de <i>espetáculo</i>, ele vai se configurar como uma linguagem um pouco híbrida que a gente costuma, pode chamar, de conferência dançada. Eu vou estar em cena junto com duas grandes amigas.<br />
<br />
<br />
<b>Silvia Soter:</b><br />
<br />
Você dirige, escreve o espetáculo?<br />
<br />
<br />
<b>Thereza Rocha:</b><br />
<br />
Eu dirijo o espetáculo, escrevo a dramaturgia dele. A dramaturgia dele combina trechos, então, que a gente poderia dizer que se aproximam mais do que seria uma conferência com a releitura de trechos dessa obra de 78 da Pina, chamada Café Müller. O espetáculo que futuramente vai ter estreia em 2010, em março de 2010, ele tem o nome de <i>Três Mulheres e Um Café</i>.<br />
<br />
<br />
<b>Silvia Soter:</b><br />
<br />
Quem são as outras duas mulheres?<br />
<br />
<br />
<b>Thereza Rocha:</b><br />
<br />
São duas grandes amigas e duas grandes criadoras nessa história recente da dança contemporânea, que é a [[Maria Alice Poppe]], que é bailarina, e a [[Márcia Rubin]], que é bailarina e coreógrafa. Então nós três vamos, num trabalho de colaboração. Essa reunião não é gratuita. Nós três nos reunimos muito em torno do trabalho da Pina, no modo como ele foi formador um pouco no modo do nosso olhar e dos nossos afetos em dança. Então isso também é um reencontro nosso, que já trabalhamos juntas há algum tempo atrás, e agora também é um reencontro de afetos tendo esse café como mote e como lugar, digamos assim, de encontro da gente.<br />
<br />
<br />
=Momento Solo=<br />
<br />
<br />
Essa semana a gente vai pensar em descansar os olhos. Muitas horas diante do computador, dirigindo, prestando atenção, os olhos também se cansam. Você vai escolher um momento de pausa, você pode estar inclusive sentado diante do monitor e vai fechar seus olhos. Com as mãos você vai fazer conchas, com as palmas das mãos, e vai cobrir seus olhos um pouquinho e vai descansar. Devagarzinho você vai passar seus olhos de um lado para o outro, como você quisesse olhar direita e esquerda, mas com os olhos fechados. Fique assim alguns minutos, preste atenção na sua respiração. Tire as mãos. Devagar, abra as pálpebras e volte ao trabalho.<br />
<br />
<br />
[[Arquivo: Olhos.jpg]]<br />
<br />
<br />
=Ver Também=<br />
<br />
*[[Pina Bausch]]<br />
*[[Thereza Rocha]]<br />
*[[Programa Arte e Movimento – Corpo e Dança]]<br />
<br />
<br />
--[[Usuário:Gabriel Lima|Gabriel Lima]] 14h32min de 5 de agosto de 2013 (BRT)</div>Gabriel Limahttp://wikidanca.net/wiki/index.php/Silvia_SoterSilvia Soter2013-08-05T17:28:37Z<p>Gabriel Lima: /* História */</p>
<hr />
<div>[[Arquivo:Silvia_Soter.jpg]]<br />
<br />
<br />
--[[Usuário:Luanabezerra|Luanabezerra]] 20h00min de 1 de fevereiro de 2012 (BRST)<br />
<br />
== História ==<br />
<br />
<br />
Silvia Soter é uma grande colaboradora da dança brasileira, atuante pela melhoria das condições dos artistas e das políticas públicas na dança. É graduada em Artes, em Comunicação Visual pela PUC- Rio (1988), em Dança pela Universidade de Paris 8 na França (1996), é mestre em Teatro pela UNIRIO (2005) e professora de Ginástica Holística – Método da Dr. Ehrenfried, formada por Marie-Josèphe Guichard na França, desde 1996 e do Curso de Dança da UniverCidade, desde 1998.<br />
<br />
<br />
É Crítica de dança do jornal ''O Globo'' e junto com [[Roberto Pereira]], foi organizadora da publicação “Lições de Dança”. Atua como dramaturgista da [[Cia Lia Rodrigues de Danças]] desde 2002.<br />
<br />
<br />
Nos anos 2004 e 2005 foi coordenadora pedagógica da Escola de Dança da Maré, é autora do livro “Cidadãos dançantes: a experiência de Ivaldo Bertazzo com o corpo de dança da Maré”, UniverCidade Editora, em 2007 e produziu o DVD “[[Corpo Aceso]]: experiências em Educação Somática para bailarinos e não bailarinos” em 2010.<br />
<br />
<br />
Desde julho de 2009, está a frente do programa de rádio semanal “[[Arte e Movimento - Corpo e Dança]]” na Rádio Roquette Pinto, Rio de Janeiro. Atualmente, é professora do Departamento de Didática – Faculdade de Educação/UFRJ e coordenadora da área de cultura da Redes de Desenvolvimento da Maré. E ainda é palestrante em diversos eventos, seminários e festivais de dança em todo país.<br />
<br />
<br />
Crédito foto: Antônio Pessoa Fly Studio<br />
<br />
== Publicações ==<br />
<br />
<br />
- Roberto Pereira; Silvia Soter(Orgs.) - ''Licões de dança 1'', UniverCidade Editora, Rio de Janeiro, 1999.<br />
<br />
<br />
- Roberto Pereira; Silvia Soter(Orgs.) - ''Licões de dança 2'', UniverCidade Editora, Rio de Janeiro, 2000.<br />
<br />
<br />
- Roberto Pereira; Silvia Soter(Orgs.) - ''Licões de dança 3'', UniverCidade Editora, Rio de Janeiro, 2002.<br />
<br />
<br />
- Roberto Pereira; Silvia Soter(Orgs.) - ''Licões de dança 4'', UniverCidade Editora, Rio de Janeiro, 2004.<br />
<br />
<br />
- Roberto Pereira; Silvia Soter(Orgs.) - ''Licões de dança 5'', UniverCidade Editora, Rio de Janeiro, 2005.<br />
<br />
<br />
-''Cidadãos dançantes: a experiência de Ivaldo Bertazzo com o corpo de dança da Maré'', UniverCidade Editora, 2007. <br />
<br />
<br />
== Vídeo relacionado ==<br />
<br />
- Trailer de Corpo Aceso<br />
[http://www.vimeo.com/16847363]<br />
<br />
<br />
==Ver Também==<br />
<br />
*[[Entrevista: Silvia Soter]]<br />
<br />
*[http://www.silviasoter.com Site Oficial Silvia Soter]<br />
<br />
*[[Corpo Aceso]] : página sobre o DVD na wikidanca.net<br />
<br />
*[[Programa Arte e Movimento – Corpo e Dança ]]</div>Gabriel Limahttp://wikidanca.net/wiki/index.php/Silvia_SoterSilvia Soter2013-08-05T17:11:18Z<p>Gabriel Lima: </p>
<hr />
<div>[[Arquivo:Silvia_Soter.jpg]]<br />
<br />
<br />
--[[Usuário:Luanabezerra|Luanabezerra]] 20h00min de 1 de fevereiro de 2012 (BRST)<br />
<br />
== História ==<br />
<br />
<br />
Silvia Soter é uma grande colaboradora da dança brasileira, atuante pela melhoria das condições dos artistas e das políticas públicas na dança. É graduada em Artes, em Comunicação Visual pela PUC- Rio (1988), em Dança pela Universidade de Paris 8 na França (1996), é mestre em Teatro pela UNIRIO (2005) e professora de Ginástica Holística – Método da Dr. Ehrenfried, formada por Marie-Josèphe Guichard na França, desde 1996 e do Curso de Dança da UniverCidade, desde 1998.<br />
<br />
<br />
É Crítica de dança do jornal ''O Globo'' e junto com [[Roberto Pereira]], foi organizadora da publicação “Lições de Dança”. Atua como dramaturgista da [[Cia Lia Rodrigues de Danças]] desde 2002.<br />
<br />
<br />
Nos anos 2004 e 2005 foi coordenadora pedagógica da Escola de Dança da Maré, é autora do livro “Cidadãos dançantes: a experiência de Ivaldo Bertazzo com o corpo de dança da Maré”, UniverCidade Editora, em 2007 e produziu o DVD “[[Corpo Aceso]]: experiências em Educação Somática para bailarinos e não bailarinos” em 2010.<br />
<br />
<br />
Desde julho de 2009, está a frente do programa de rádio semanal “Arte movimento: Corpo e dança” na Rádio Roquette Pinto, Rio de Janeiro. Atualmente, é professora do Departamento de Didática – Faculdade de Educação/UFRJ e coordenadora da área de cultura da Redes de Desenvolvimento da Maré. E ainda é palestrante em diversos eventos, seminários e festivais de dança em todo país.<br />
<br />
<br />
Crédito foto: Antônio Pessoa Fly Studio<br />
<br />
== Publicações ==<br />
<br />
<br />
- Roberto Pereira; Silvia Soter(Orgs.) - ''Licões de dança 1'', UniverCidade Editora, Rio de Janeiro, 1999.<br />
<br />
<br />
- Roberto Pereira; Silvia Soter(Orgs.) - ''Licões de dança 2'', UniverCidade Editora, Rio de Janeiro, 2000.<br />
<br />
<br />
- Roberto Pereira; Silvia Soter(Orgs.) - ''Licões de dança 3'', UniverCidade Editora, Rio de Janeiro, 2002.<br />
<br />
<br />
- Roberto Pereira; Silvia Soter(Orgs.) - ''Licões de dança 4'', UniverCidade Editora, Rio de Janeiro, 2004.<br />
<br />
<br />
- Roberto Pereira; Silvia Soter(Orgs.) - ''Licões de dança 5'', UniverCidade Editora, Rio de Janeiro, 2005.<br />
<br />
<br />
-''Cidadãos dançantes: a experiência de Ivaldo Bertazzo com o corpo de dança da Maré'', UniverCidade Editora, 2007. <br />
<br />
<br />
== Vídeo relacionado ==<br />
<br />
- Trailer de Corpo Aceso<br />
[http://www.vimeo.com/16847363]<br />
<br />
<br />
==Ver Também==<br />
<br />
*[[Entrevista: Silvia Soter]]<br />
<br />
*[http://www.silviasoter.com Site Oficial Silvia Soter]<br />
<br />
*[[Corpo Aceso]] : página sobre o DVD na wikidanca.net<br />
<br />
*[[Programa Arte e Movimento – Corpo e Dança ]]</div>Gabriel Limahttp://wikidanca.net/wiki/index.php/E_por_falar_em_dan%C3%A7a..._Programa_01_-_21/07/2009E por falar em dança... Programa 01 - 21/07/20092013-08-05T17:09:02Z<p>Gabriel Lima: Criou página com '=Tema do Programa: Solo= Hoje a gente vai falar do solo. O solo foi uma figura muito importante da Dança moderna americana e europeia. O solo é um solo em geral dançad...'</p>
<hr />
<div>=Tema do Programa: Solo=<br />
<br />
<br />
Hoje a gente vai falar do solo. O solo foi uma figura muito importante da [[Dança moderna]] americana e europeia. O solo é um solo em geral dançado por mulheres, mulheres que trouxeram para o próprio corpo as suas questões. Não era então interessante naquele momento criar uma dança para um outro, para o corpo, para um coletivo, mas poder tratar do seu próprio corpo como terreno de experimentação. Nomes importantes foram solistas e talvez inauguraram essa ideia que talvez a gente fala tanto na dança contemporânea do <i>criador-intérprete</i>, aquele que usa o seu próprio corpo, os seus limites, suas potências, seus desejos como espaço da dança. [[Isadora Duncan]], [[Loie Fuller]], [[Mary Wigman]]. Mais tarde nos anos 60, a americana [[Trisha Brown]], são exemplos dessas mulheres solistas.<br />
<br />
<br />
=Entrevista: Márcia Rubin=<br />
<br />
<br />
[[Arquivo: Marciarubin.jpg]]<br />
<br />
<br />
<i>Larga Tudo e Vem</i> é o novo espetáculo da <i>Márcia Rubin Cia. de Dança</i>, comemorando os seus quinze anos de existência. Ele estreou nesse final de semana no Espaço SESC, em Copacabana, e trata do Amor. [[Márcia Rubin]] é a nossa entrevistada de hoje.<br />
<br />
<br />
<b>Silvia Soter:</b><br />
<br />
Eu tenho três perguntas para você. A primeira é a seguinte: você acha que no solo a dança e a vida se misturam?<br />
<br />
<br />
<b>Márcia Rubin:</b><br />
<br />
Eu acho que no solo isso fica mais visível, eu acho que, pelo menos pela minha experiência, qualquer trabalho que eu faço, isso acontece, tem uma mistura. Quer dizer, é inicial, é alguma coisa minha, de vivência minha que faz com que o trabalho se organiza num primeiro momento e eu acho que isso no solo aparece de forma mais contundente.<br />
<br />
<br />
<b>Silvia Soter:</b><br />
<br />
Mas dançar em solo é dançar sozinha?<br />
<br />
<br />
<b>Márcia Rubin:</b><br />
<br />
Acho que não. Acho que é também dançar sozinho. Eu acho que em cena eu estou sozinha mas eu estou tão repleta de sensações e isso se relaciona com tantas outras coisas e tantas outras pessoas e nesse caso então, de forma rigorosa, pra falar de amor, sempre você carrega um pouco o objeto amado junto com você no discurso. Então eu acho que é sim estar sozinha, mas é trazendo nesse sozinha tudo o que pode ajudar no discurso do amor.<br />
<br />
<br />
<b>Silvia Soter:</b><br />
<br />
Márcia, você cria e dança um solo, mas tem sempre um olhar externo na figura do Oscar Saraiva, que dirige o espetáculo com você. Como é que na prática se dá essa relação entre você e o Oscar?<br />
<br />
<br />
<b>Márcia Rubin:</b><br />
<br />
O Oscar é realmente uma pessoa muito presente nos ensaios porque ele me dá um <i>feedback</i> imediato do que está acontecendo e, como a gente trabalha já há muito tempo, a gente tem um entrosamento, uma cumplicidade muito grande que se reflete no ensaio diariamente. E para mim é muito importante tê-lo, porque eu enxergo no Oscar uma espécie de “duplo” meu, ele consegue trazer para mim coisas que eu, dançando, não percebo. E com a fala dele aquilo passa a ser um elemento com o qual eu posso dialogar e avançar no trabalho. Para mim é imprescindível esse olhar.<br />
<br />
<br />
<b>Silvia Soter:</b><br />
<br />
Ele é mais uma dessas presenças que fazem com que seu solo também possa ser um duo. O duo aí pelo tema que você está tratando, do amor, da ausência, a falta do outro, mas também o duo aí com o Oscar nessa parceria.<br />
<br />
<br />
<b>Márcia Rubin:</b><br />
<br />
E que na verdade foi o primeiro duo da minha vida na dança, foi com o Oscar.<br />
<br />
<br />
<b>Silvia Soter:</b><br />
<br />
E era um duo mesmo esse. Em cena vocês estavam os dois, né? Eu assisti. Eu já estava aí olhando. Você dançando e eu assistindo.<br />
<br />
<br />
=Momento Solo=<br />
<br />
<br />
Nessa época fria de Rio de Janeiro, muitas pessoas tem reclamado de estarem sentindo dores nas costas, desconfortos. Então lá vai uma dica: você vai chegar em casa hoje, ou em algum momento no trabalho, pegar uma toalha de banho, fazer um rolinho com essa toalha de banho, deitar no chão, pisar os pés no chão, apoiar a sua cabeça, deitar de barriga pra cima, levantar sua bacia e colocar esse rolinho de toalha e colocar embaixo da sua bacia. A bacia vai ficar levantada, apoiada na toalha e aí você vai abraçar os seus joelhos e se balançar para um lado e para o outro quantas vezes você tiver vontade, sem pressa, devagar, com conforto.<br />
<br />
<br />
[[Arquivo: Costas.jpg]]<br />
<br />
<br />
=Ver Também=<br />
<br />
*[[Dança moderna]]<br />
*[[Márcia Rubin]]<br />
*[[Programa Arte e Movimento – Corpo e Dança]]<br />
<br />
--[[Usuário:Gabriel Lima|Gabriel Lima]] 14h09min de 5 de agosto de 2013 (BRT)</div>Gabriel Limahttp://wikidanca.net/wiki/index.php/Programa_Arte_e_Movimento_%E2%80%93_Corpo_e_Dan%C3%A7aPrograma Arte e Movimento – Corpo e Dança2013-08-05T17:05:11Z<p>Gabriel Lima: Criou página com '=E por Falar em Dança...= <b>E por falar em Dança...</b> foi um programa de variedades sobre corpo e dança que foi ao ar na [http://www.fm94.rj.gov.br/index.php/main# Rádi...'</p>
<hr />
<div>=E por Falar em Dança...=<br />
<br />
<br />
<b>E por falar em Dança...</b> foi um programa de variedades sobre corpo e dança que foi ao ar na [http://www.fm94.rj.gov.br/index.php/main# Rádio Roquette Pinto], por quase dois anos. Sob o comando de [[Silvia Soter]], que apresentava e produzia o programa, o quadro funcionava dentro do programa Arte e Movimento – Corpo e Dança, que também contou com vertentes de Cinema e Teatro. O programa tinha duração de 7 minutos no início das tardes de terça-feira e falava sobre temas relacionados à dança, como espetáculos, história da dança, conceitos e também dava algumas dicas de educação somática, contemplando uma sessão, o <b>Momento Solo</b>, onde Silvia dava dicas de corpo para serem feitas individualmente por cada ouvinte em casa ou mesmo no trabalho. E era essa a ideia do programa: ensinar ao público pequenos gestos cotidianos que podem trazer mais saúde, como pausas para o descanso dos olhos por quem trabalha muitas horas em frente ao computador ou dicas de massagens para os pés. <br />
<br />
<br />
“As pessoas, em geral, estão muito distantes da questão da saúde e tratam o corpo como ferramenta; abusam da malhação, mas esquecem de cuidados diários. Minha proposta é dar dicas úteis que podem ser postas em prática por qualquer pessoa e que podem ser positivas e trazer bem-estar” – afirma Silvia em entrevista publicada na [http://www.intranet.rj.gov.br/exibe_pagina.asp?id=6748 Intranet do Governo do Estado do Rio de Janeiro]. “Mais que divulgar espetáculos – segundo Silvia, tão escassos quanto o espaço que a mídia dedica a eles – a idéia do ‘Arte em Movimento – Dança’ é despertar o interesse para a dança.<br />
<br />
<br />
A dança, de todas artes, é a que ocupa o espaço mais elitista. E hoje as pessoas têm uma atitude muito passiva de ficar em frente à televisão recebendo informação. Mas a dança não chega por esses caminhos. Meu maior desafio é unir duas experiências (a da crítica, falando sobre história da dança, e a do corpo, tendo a oportunidade de ajudar as pessoas a tratar pequenos males) num curto espaço de tempo” – explica Silvia.<br />
<br />
<br />
O programa também contatava com uma sessão de entrevistas, onde eram levados ao programa grandes nomes da cena contemporânea da dança, que falavam sobre seus trabalhos e sobre questões estéticas e históricas de dança. Grandes nomes como [[Márcia Rubin]], [[Thereza Rocha]] e Hélio Bejani deram entrevistas para o programa.<br />
<br />
<br />
=Silvia Soter=<br />
<br />
[[Arquivo: Silvia Soter.jpg]]<br><br />
<br />
<br />
[[Silvia Soter]] é bailarina, graduada em Artes pela PUC-Rio (1988), em Dança pela [http://www.univ-paris8.fr/ Universidade de Paris 8] – França (1996) e mestre em Teatro pela UNIRIO (2005). Atua na área da Educação Somática desde 1984. Em 1996, na França, formou-se em Ginástica Holística – Método da Dra. Ehrenfried – com Marie-Josèphe Guichard. Dá aulas coletivas e individuais no seu em seu estúdio no Rio de Janeiro. É crítica de dança do [http://oglobo.globo.com/ Jornal O Globo] e tem mais de dez anos de experiência como docente do ensino superior em dança. Atualmente é professora do curso de Licenciatura em Dança da UFRJ – [http://www.ufrj.br Universidade Federal do Rio de Janeiro].<br />
<br />
<br />
=Os programas=<br />
<br />
<br />
Os programas obedeciam a uma estrutura que contava com uma introdução baseada num tema específico, que geralmente estava relacionado a algum fato importante para a história da dança ou algum acontecimento em dança na cidade do Rio de Janeiro. Na sequência, era realizada uma entrevista com uma personalidade da dança que pudesse falar sobre o tema proposto na introdução. Os programas eram então encerrados com o <i>Momento Solo</i>, deixando para o ouvinte uma dica de corpo simples a ser seguida e facilmente executável em casa ou no trabalho.<br />
<br />
<br />
Os programa podem ser ouvidos na íntegra [http://silviasoter.com/page5/page5.html neste link].<br />
<br />
<br />
=Referências=<br />
<br />
<br />
*[http://www.silviasoter.com Site Oficial Silvia Soter]<br />
*[http://www.intranet.rj.gov.br/exibe_pagina.asp?id=6748 Intranet do Governo do Estado do Rio de Janeiro]<br />
<br />
<br />
=Ver Também=<br />
<br />
*[[Silvia Soter]]<br />
*[[Entrevista: Silvia Soter]]<br />
*[[E por falar em dança... Programa 01 - 21/07/2009]]<br />
*[[E por falar em dança... Programa 02 - 04/08/2009]]<br />
*[[E por falar em dança... Programa 03 - 11/08/2009]]<br />
*[[E por falar em dança... Programa 04 - 18/08/2009]]<br />
<br />
<br />
--[[Usuário:Gabriel Lima|Gabriel Lima]] 14h05min de 5 de agosto de 2013 (BRT)</div>Gabriel Limahttp://wikidanca.net/wiki/index.php/Arquivo:Anavitoria.JPGArquivo:Anavitoria.JPG2013-08-04T23:11:55Z<p>Gabriel Lima: Disponível em: http://www.bahianoticias.com.br/2011/imprime.php?tabela=entretenimento_entrevistas&cod=73</p>
<hr />
<div>Disponível em: http://www.bahianoticias.com.br/2011/imprime.php?tabela=entretenimento_entrevistas&cod=73</div>Gabriel Limahttp://wikidanca.net/wiki/index.php/Arquivo:Escaldapes.jpgArquivo:Escaldapes.jpg2013-08-04T22:53:37Z<p>Gabriel Lima: Disponível em: http://amedicinatradicionalchinesa.wordpress.com/2013/04/18/escalda-pes-faca-voce-mesmo/</p>
<hr />
<div>Disponível em: http://amedicinatradicionalchinesa.wordpress.com/2013/04/18/escalda-pes-faca-voce-mesmo/</div>Gabriel Limahttp://wikidanca.net/wiki/index.php/Arquivo:Heliobejani.JPGArquivo:Heliobejani.JPG2013-08-04T21:22:47Z<p>Gabriel Lima: Disponível: http://www.theatromunicipal.rj.gov.br/helio.html</p>
<hr />
<div>Disponível: http://www.theatromunicipal.rj.gov.br/helio.html</div>Gabriel Limahttp://wikidanca.net/wiki/index.php/Arquivo:Olhos.jpgArquivo:Olhos.jpg2013-08-04T20:52:46Z<p>Gabriel Lima: Disponível em http://www.123rf.com/photo_8887476_face-of-gently-smiling-mature-business-man-covering-eyes-with-hands-isolated-over-white-background.html</p>
<hr />
<div>Disponível em http://www.123rf.com/photo_8887476_face-of-gently-smiling-mature-business-man-covering-eyes-with-hands-isolated-over-white-background.html</div>Gabriel Limahttp://wikidanca.net/wiki/index.php/Arquivo:The.jpgArquivo:The.jpg2013-08-04T20:47:40Z<p>Gabriel Lima: foi enviada uma nova versão de &quot;Arquivo:The.jpg&quot;</p>
<hr />
<div>Foto: Reprodução / Facebook</div>Gabriel Limahttp://wikidanca.net/wiki/index.php/Arquivo:The.jpgArquivo:The.jpg2013-08-04T20:43:48Z<p>Gabriel Lima: Foto: Reprodução / Facebook</p>
<hr />
<div>Foto: Reprodução / Facebook</div>Gabriel Limahttp://wikidanca.net/wiki/index.php/Arquivo:Costas.jpgArquivo:Costas.jpg2013-08-04T20:28:55Z<p>Gabriel Lima: Disponível em http://pt.wikihow.com/Estalar-as-Costas</p>
<hr />
<div>Disponível em http://pt.wikihow.com/Estalar-as-Costas</div>Gabriel Limahttp://wikidanca.net/wiki/index.php/Dan%C3%A7a_Afro-brasileiraDança Afro-brasileira2013-07-26T18:50:19Z<p>Gabriel Lima: /* Ver também */</p>
<hr />
<div>=Um pouco de História=<br />
<br />
Uma das grandes características da cultura africana é a oralidade. Crenças, conhecimentos e filosofias são passadas de pai para filho desde tempos imemoriais nos mais diversos campos da vida africana.<br />
<br />
<br />
A oralidade como ferramenta de registro atingiu muitos campos da vida africana, o que deixou como legado para a dança, mesmo a afro-brasileira, uma grande lacuna quando falamos em sistematização ou mesmo um registro formal de um saber que há muito vem sendo repassado somente pelas vozes do corpo e do gesto. Para os africanos “o corpo é, por excelência, o local da memória, o corpo em performance, o corpo que é performance” (CARDOZO, 2006).<br />
<br />
<br />
A dança afro como uma técnica corporal já é reconhecida e praticada há muito tempo. Pode-se pensar na dança afro como uma inauguração da dança moderna brasileira nos idos dos anos 50 e 60. A dança afro-brasileira é então fruto das práticas trazidas pelos escravos africanos para o Brasil e que foram reelaboradas e transformadas na América Portuguesa (MONTEIRO,2011), que em medos do século XX tomam forma e caráter cênico.<br />
<br />
[[Arquivo:Balefolclorico3.jpg]]<br><br />
<small>Balé Folclórico da Bahia - Dança de Origem<br><br />
Foto: Marisa Viana<br></small><br />
<br />
<br />
A técnica de dança afro-brasileira como se conhece hoje foi sistematizada por [[Mercedes Baptista]], a primeira bailarina negra do Theatro Municipal do Rio de Janeiro ainda nos anos 40. A partir da necessidade de criar espaço para um corpo negro em cena, frente às dificuldades encontradas para subir no palco do Theatro, Mercedes iniciou uma fusão entre a dança realizada pelas pessoas nas ruas, seus conhecimentos de clássico e moderno, adquiridos de seus estudos com [http://en.wikipedia.org/wiki/Katherine_Dunham Katherine Dunham] em Nova York (CAMINADA, 1999, p. 423) e as informações recebidas sobre religiosidade durante suas pesquisas. Tudo isso fundido de maneira “autodidata” (MELGAÇO, 2007, p. 40). Dessa forma nasceu a dança afro de Mercedes Baptista. Como relata Monteiro (2011) “Mercedes propôs uma leitura peculiar da cultura afro-brasileira e situou a dança em novas bases. A dança afro de Mercedes Baptista configurou-se como uma prática, um estilo, um repertório de práticas e danças em ruptura com o balé clássico e completamente identificado com os novos parâmetros da dança moderna, mas tendo como referência a tradição africana tal qual se configurava no Brasil”.<br />
<br />
<br />
A dança afro, tal qual foi sistematizada por Mercedes Baptista, se constitui por influências diversas. Tendo sido bailarina de formação essencialmente clássica, levou para a sua dança alguns dos preceitos do balé clássico, mas sobretudo, o conhecimento adquirido sobre dança moderna e a influência das danças de matrizes africanas, com as quais teve contato inicialmente durante o período em que estudou dança moderna com Katherine Dunham, em Nova York.<br />
<br />
<br />
Katherine Dunham foi uma pesquisadora norte americana que trabalhou com a dança de matriz africana no Caribe e no Haiti aliada à dança moderna e que convidou Mercedes Baptista, então bailarina do Theatro Municipal do Rio de Janeiro, a estudar dança junto a sua companhia. <br />
<br />
<br />
Mercedes passou um ano e meio nos EUA estudando dança e retornou ao Rio de Janeiro em 1951 com toda a bagagem artística e cultural adquirida com Katherine Dunham. Há época, o palco do Theatro Municipal ainda não era o mais receptivo para uma bailarina negra e ela então começa a pesquisar, com a ajuda fundamental de figuras religiosas como Joãozinho da Golméia, Paulo Conceição, Gilberto de Jesus, Fu-Manchu e Humberto, a religião africana no Brasil e como ela se dava em termos de dança. Mercedes havia experienciado, a partir das pesquisas de Katherine Dunham, a dança de matriz africana que se dançava no Haiti e no Caribe e que percebeu, não funcionaria aqui (MELGAÇO, 2007, 39-41).<br />
<br />
<br />
[[Arquivo:Mercedesaula.jpg]]<br><br />
<small>Mercedes Baptista ministrando aulas no Clark Center de Nova Iorque.<br><br />
Fonte: Livro "Mercedes Baptista, a Criação da Identidade Negra na Dança"<br></small><br />
<br />
<br />
As manifestações afro na dança surgem dentro de um contexto maior, o contexto de um projeto nacional para a cultura brasileira, iniciado com o governo Vargas e que visava a valorização do que poderia ser genuinamente nosso, algo, ou algumas coisas, dentre elas a dança, que nos unificassem como nação (PEREIRA, 2003). A dança afro levada para a cena, com corpos negros e uma técnica que deu à dança de matriz africana um lugar no palco, aparece então com o sentido de reafirmar a cultura afro-brasileira, nacional portanto, na cena artística nacional e internacional através da dança. O popular e o folclórico ganharam espaço cênico a partir das décadas de 30 e 40 e a dança afro como foi sistematizada por Mercedes Baptista veio a legitimar, mesmo que posteriormente ao governo Vargas, essas iniciativas de representar com dança e através dela o que seria realmente nacional.<br />
<br />
<br />
=A Movimentação na Dança Afro-brasileira=<br />
<br />
<br />
<i>“As especificidades da dança afro são justamente essa trajetória que ela realiza a partir da tradição oral africana, resguardando elementos do drama ritual (homenagem aos deuses, à natureza, ao líder, ao cotidiano), e como qualquer dança local de qualquer comunidade é representada principalmente pelos movimentos advindos dos rituais (não necessariamente os religiosos, mas sim os culturais), acompanhados por forte influência dos instrumentos e ritmos africanos.”</i> (CARDOZO, 2006)<br />
<br />
<br />
<i>“Dança afro são os movimentos corporais ritmados que perfomatizam elementos das matrizes tradicionais orais africanas.”</i> (CARDOZO, 2006).<br />
<br />
<br />
A dança afro-brasileira, sistematizada por Mercedes Baptista, teve por base os movimentos realizados nos cultos do [Wikipedia:Candomblé|candomblé], religião essencialmente africana, onde a dança é parte integrante e inerente ao culto religioso. Transportada para os palcos, a dança dos [http://pt.wikipedia.org/wiki/Orix%C3%A1 orixás], os deuses da cultura yorubá, constitui então uma das principais bases coreográficas da dança afro, mas não se reduzindo a ela. Uma vez no palco, a dança, que em sua origem é dançada em roda e nos espaços delimitados dos terreiros e casas de santo (SABINO;LODY, 2011), ganha um caráter performático, completamente diferente do religioso e o que antes era o candomblé ou a incorporação de um filho de santo, passa a ser a representação do candomblé, a representação da incorporação de um filho de santo (LIMA, 1995). A conexão com a religiosidade passa a se dar apenas no nível do embasamento coreográfico, mesmo este sofrendo todas as mudanças necessárias para fazer da dança afro uma dança cênica, uma dança de palco. A dança afro se torna, então, pelo trabalho de Mercedes Baptista, espetáculo, objeto de apreciação estética. <br />
<br />
<br />
“A dança afro incorpora a dança dos orixás sem o caráter ritualístico ou litúrgico dos candomblés, adaptada para o palco a partir do terreiro. Nesse processo mudam-se os objetivos: a dança não é mais instrumento para se atingir o transe religioso o que torna os movimentos repetitivos ao som dos atabaques. A coreografia constrói uma grande variedade de movimentos corporais em rápida sequência procurando ocupar todos os espaços do palco. A mesma lógica se aplica à dança do [http://pt.wikipedia.org/wiki/Maracatu maracatu], [http://www.wikidanca.net/wiki/index.php/A_Dan%C3%A7a_do_Lundu lundu], [http://pt.wikipedia.org/wiki/Jongo jongo], cafezal, [http://www.inepac.rj.gov.br/modules.php?name=Content&pa=showpage&pid=28 caxambu], que também fazem parte da base coreográfica da dança afro.” (LIMA,1995).<br />
<br />
[[Arquivo:Balefolclorico2.jpg]]<br><br />
<small>Balé Folclórico da Bahia – Maracatu<br><br />
Foto: Marisa Viana</small><br><br />
<br />
<br />
A dança afro-brasileira tem por características marcantes a força em seus movimentos, a grande agilidade na execução dos passos e a sensualidade, que é algo natural dos povos africanos.<br />
<br />
<br />
Na movimentação da dança afro, assim como nas técnicas de dança moderna, como, por exemplo, a preconizada por Nina Verchinina (CERBINO, 2010), o corpo move-se como um todo. Não há partes esquecidas, estando todas as estruturas presentes e ativas durante a movimentação cênica.<br />
<br />
A tabela abaixo, idealizada por Cardozo (2006), mostra algumas das principais diferenças entre a dança afro e o balé clássico, a título de melhor compreensão da estrutura coreográfica desenvolvida a partir das pesquisas de Mercedes Baptista.<br />
<br />
<br />
{|border=1<br />
|-----<br />
|<b>Parte do Corpo</b>||<b>Dança Clássica</b>||<b>Dança Afro-brasileira</b><br />
|-----<br />
|<b>Tronco</b>||Bailarino clássico apresenta uma rigidez vertical do corpo, que limita os movimentos dos quadris. ||Bailarino afro em posição vertical ou inclinada, realizando frequentes ondulações e intenso movimento de quadris.<br />
|-----<br />
|<b>Pernas</b>||Bailarino clássico com pernas extremamente esticadas, projetando o corpo para cima. ||Bailarino afro com pernas dobradas, que levam o corpo a se voltar para o chão, sendo este referência determinante.<br />
|-----<br />
|<b>Pés</b>||Bailarino clássico em ponta, meia-ponta e/ou na posição <i>en dehors</i> (pés voltados para a lateral). ||Bailarino afro com as plantas dos pés voltadas para o chão, em posição paralela. <br />
|-----<br />
|<b>Ombros</b>||Bailarino clássico com ombros rígidos, eretos. ||Bailarino afro com ombros flexíveis e em intensos movimentos giratórios.<br />
|}<br />
<br />
<br />
Cardozo (2006), sob a luz do pensamento de Marques (1999), sugere ainda que “ao contrário do que acontece no ballet clássico, cujos movimentos arredondados e ‘para cima’ lhe conferem uma harmonia de continuidade, na dança moderna (afro) eles são mais naturais e angulares. Se no clássico a intenção é ‘atingir o céu’, no moderno (afro) dá-se o retorno à terra, os pés descalços sentindo o chão”.<br />
<br />
<br />
Os movimentos de quadril estão muito presentes nos movimentos da dança afro-brasileira, remetendo à sensualidade, que se mostrará presente principalmente na representação de das danças de orixás femininos. Os movimentos de ombro também são muito utilizados na técnica de dança afro, estes trazidos por Mercedes Baptista a partir das pesquisas de Katherine Dunham, que como relata Lima (1995) são movimentos exógenos à dança afro que tem suas bases nos movimentos rituais do candomblé. Katherine utilizava-se dos movimentos de ombros em sua dança em função desta nuance de movimento estar muito presente nas danças locais do Caribe e particularmente do Haiti.<br />
<br />
<br />
=A Dança dos Orixás=<br />
<br />
<i>A dança de matriz africana é entendida e utilizada como uma linguagem corporal socialmente contextualizada, que conta histórias, que descreve vivências, recria o mundo.</i> (SABINO;LODY, 2011)<br />
<br />
<br />
As danças dos orixás são parte integrante do culto religioso do candomblé. A dança dos orixás demonstra e ilustra a conexão com as divindades, representa o movimento e as histórias dos deuses em seu aspecto divino e em seu contato com o mundo humano.<br />
<br />
O panteão de orixás do candomblé, no Brasil, conta com mais de 10 principais deuses que são aqui cultuados, cada um deles com personalidades e histórias distintas, o que influencia diretamente em sua representação cênica através da dança. Os pés de dança, como são chamados (SABINO;LODY, 2011), representam as características coreográficas detalhadas de cada orixá.<br />
<br />
[[Arquivo:Balefolclorico1.jpg]]<br><br />
<small>Balé Folclórico da Bahia - Corte de Oxalá (Exu)<br><br />
Foto: Philip Martin<br></small> <br />
<br />
<br />
<br />
A representação do orixá torna-se então diferenciada no culto e no palco. No culto, ela é dançada pelos membros da comunidade religiosa, com seus corpos distintos e não necessariamente com treinamento específico de dança, limitando-se ao enfoque religioso e ritual do movimento dançado. Para o palco, a movimentação de cada orixá foi trabalhada por Mercedes Baptista durante sua pesquisa de construção da técnica da dança afro-brasileira, o que dá à movimentação singularidades específicas a serem desenvolvidas pelo corpo treinado do bailarino.<br />
<br />
<br />
As danças dos orixás são executadas sob um ritmo específico para cada divindade do panteão africano e cada uma terá traços coreográficos próprios. As coreografias das danças dos orixás remetem à mitologia de cada orixá, representando seus feitos, suas características individuais, suas histórias. Os orixás são comumente representados cenicamente portando uma ferramenta, uma espécie de insígnia que “identifica o caráter, a função e a história dos orixás” (SABINO;LODY, 2011). <br />
<br />
<br />
Abaixo, descrições de algumas danças de orixás que tem sua representação solo mais difundida, especificando as formas que cada uma delas toma cenicamente e como se dá o modo de execução específico de cada uma.<br />
<br />
<br />
==Ogum==<br />
<br />
<br />
Na mitologia africana, Ogum é um orixá guerreiro, um rei e general de batalha, responsável pelo armamento bélico possuído pelos homens e por todos os instrumentos de metal utilizados não só na guerra, mas também nas atividades do cotidiano. Orixá de grande vitalidade e virilidade, a dança de Ogum é rápida, forte, precisa e ilustra a movimentação que esse orixá realiza quando utiliza seus facões para abrir a mata ou em movimentos de batalha, amolando seus facões (LIMA, 1995).<br />
<br />
<br />
Assim como a maioria dos orixás, Ogum possui um objeto que o identifica, e que são seus facões, que serão utilizados então em boa parte de sua representação cênica. As mãos espalmadas, com dedos unidos e os braços esticados, como os dois grandes facões, são utilizados para representar esses objetos característicos de Ogum. Os movimentos dos ombros também são traços fortes na dança de Ogum, bem como os de peito, que ilustram o embate corporal durante uma batalha (LIMA, 1995). O toque de atabaque específico de Ogum é o aderé.<br />
<br />
<br />
==Iansã==<br />
<br />
<br />
Deusa dos raios e das tempestades, senhora dos ventos, Iansã é na mitologia africana uma orixá de extrema força e feminilidade. Além do controle sobre alguns elementos da natureza, ela é ainda responsável por “espantar” os eguns, que são espíritos de ancestrais, mortos. Nas mãos, Iansã carrega uma espécie de ornamento de palha, que é usado, bem como alguns ornamentos nos pés, para espantar esses eguns. Essa característica da orixá se representa na dança através de movimentos dos braços, como dois “ventiladores” que rodam para dentro (LIMA, 1995) e do intenso movimento dos quadris, que fazem mexer os “espanta eguns” dos tornozelos. A movimentação de Iansã também remete ao controle dos ventos através dos intenso movimento dos braços.<br />
<br />
<br />
Iansã é ainda representada com espada e escudo ou chicote, o Erechim, que usa para espantar os eguns e mover os ventos (SABINO;LODY, 2011). <br />
<br />
<br />
==Oxum==<br />
<br />
<br />
Assim como Iansã, Oxum também é uma orixá feminina. Deusa das águas doces, como os rios e cachoeiras, Oxum é sempre representada com um espelho nas mãos, o Abebê, no qual está sempre a mirar-se. Símbolo da vaidade e da beleza, Oxum tem em sua movimentação uma leveza e sensualidade inerentes. Movimentos calmos e autoapreciativos são característicos dessa orixá, que tem por toque de atabaque específico, o ijexá. <br />
<br />
<br />
A mão espalmada e com a palma voltada para o rosto, representa o espelho de Oxum e com ele se dá boa parte de sua representação cênica, que adota por ambiente os rios e lagos, como se a orixá estivesse neles se banhando enquanto executa sua dança (LIMA,1995), o que aumenta o toque de leveza e feminilidade de sua dança. Arrumar os cabelos e adornar-se com jóias são atos que remetem a personalidade da orixá e que também são bastante característicos de sua movimentação cênica.<br />
<br />
<br />
=Referências=<br />
<br />
*CAMINADA, Eliana. <b> História da Dança</b> – Evolução Cultural. Rio de Janeiro: Sprint, 1999.<br />
<br />
*CARDOZO, Kelly, A. <b>Dança Afro:</b> O que é e Como se Faz! Minas Gerais, 2006. 15 f. Monografia (Especialização em Estudos Africanos e Afro-Brasileiros) Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais, 2006.<br />
<br />
*CERBINO, Beatriz. <b> Nina Verchinina e a construção de um corpo expressivo.</b> O Percevejo Online – Volume 02 – Número 02. UNIRIO, 2010.<br />
<br />
*LIMA, Nelson. <b>Dando conta do recado -</b> A dança afro no Rio de Janeiro e suas influências. Rio de Janeiro, 1995. Dissertação (Mestrado em Sociologia e Antropologia) Universidade Federal do Rio de Janeiro, 1995.<br />
<br />
*MARQUES, Ana Clara Guerra. <b> A Alquimia da Dança</b>. Luanda: Edições CC, 1999.<br />
<br />
*MELGAÇO, Paulo. <b> Mercedes Baptista, a Criação da Identidade Negra na Dança. </b> Brasília: Fundação Cultural Palmares, 2007.<br />
<br />
*MONTEIRO, Marianna. F. M. . <b> Dança Afro: </b> Uma Dança Moderna Brasileira. In: NORA, Sigrid e SPANGHERO, Maíra. (Org.). Húmus 4. Caxias do Sul: Lorigraf, 2011, v., p. 51-59.<br />
<br />
*PEREIRA, Roberto. <b> A Formação do Balé Brasileiro. </b> Rio de Janeiro: 2003. Editora FGV.<br />
<br />
*SABINO, Jorge; LODY, Raul. <b> Danças de Matriz Africana: antropologia do movimento. </b> Rio de Janeiro: Pallas, 2011.<br />
<br />
*<b>BALÉ DE PÉ NO CHÃO</b> – a dança afro de Mercedes Baptista. Direção: Lilian Sola Santiago e Marianna Monteiro. São Paulo: Fundação Cultural Palmares, c.2005. 1 DVD.<br />
<br />
<br />
=Ver também=<br />
<br />
<br />
*[[A Dança no Candomblé]]<br />
<br />
*[[A Dança na Umbanda]] <br />
<br />
*[[Primeira Reunião Setorial de Dança Afro ]]<br />
<br />
<br />
<br />
--[[Usuário:Gabriel Lima|Gabriel Lima]] 11h22min de 28 de abril de 2013 (BRT)</div>Gabriel Limahttp://wikidanca.net/wiki/index.php/A_Dan%C3%A7a_na_UmbandaA Dança na Umbanda2013-07-26T18:41:58Z<p>Gabriel Lima: </p>
<hr />
<div>=A Umbanda=<br />
<br />
[[Arquivo:Umbanda-12-cor.jpg]]<br />
<br />
<br />
A Umbanda é uma religião brasileira, porém, formada pela união de elementos de outras religiões como o catolicismo e o espiritismo e ainda elementos da cultura indígena e africana. Não podemos considerá-la como uma religião politeísta e sim, monoteísta devido a presença do orixá supremo Olorum ou Obatalá em seu panteão.<br />
<br />
Assim como no candomblé, nos rituais da Umbanda as danças são realizadas com os participantes dispostos em forma circular, onde essas rotações são realizadas em sentido anti-horário para se repensar a ideia de volta aos princípios, uma forma de aproximação com a ancestralidade.<br />
<br />
As cerimônias são caracterizadas por dois momentos, o Xirê, onde se canta para todos os orixás, no mínimo três cantigas acompanhadas pelas danças. Em uma grande roda, todos os integrantes dançam representando as características de cada orixá, imitando seus gestos. O segundo momento é caracterizado pela chegada dos orixás, os integrantes então são devidamente trajados e recebem suas ferramentas. A partir daí, o orixá que desenvolve a coreografia sagrada.<br />
<br />
Essa dança ritualística da umbanda, acaba por corresponder uma forma de oração corporal, uma prece em movimento. Essa oração é expressada pela dança ritual, promovendo harmonia entre espírito, mente e corpo, como uma forma de canalização de energias transcendentes do mundo espiritual e externando-as na dimensão material.<br />
<br />
Na dança umbandista, consolida-se o fenômeno mediúnico no movimento. Fato que ocorre na dança ritualística, onde o médium comunica corporalmente seu estado de transe e deixa transparecer ''o outro'' espiritual que naquele momento apodera-se, mesmo que parcialmente, na sua mente. O médium libera a irradiação da energia pelo seu guia, o círculo feito durante a dança afasta tudo que se refere ao mundo exterior e concentra ali apenas o que é espiritual e divino, acontecendo então a união com o sagrado, o seu orixá.<br />
<br />
Ao longo do transe, as entidades manifestadas nos médiuns executam movimentações e gestos que caracterizam símbolos arquetípicos das entidades que habitam seu corpo. Movimentos circulares ou em forma de cruz, movimentações feitas geralmente com as mãos para representar as flechas, espadas, lanças, espelhos, pentes, laços e etc, objetos pertencentes aos orixás.<br />
<br />
Outro fator de suma importância nas danças ritualísticas, é a relação dos pés com o chão. Os pés descalços relembrando a dança dos negros e dos indígenas brasileiros, a relação com a terra dando a ideia de ancestralidade está presente quase sempre nessas danças. O corpo do médium a partir desse momento simboliza a memória e tradição da cultura umbandista.<br />
<br />
A dança umbandista então, integra aspectos sociais, espirituais e cósmicos. Por conta disso utilizam-se de movimentos que expressam suas tradições, o contato como mundo espiritual e a alteração da consciência.<br />
<br />
A prática da dança ritualística de forma ordenada e realizada com conhecimento acaba ocasionando uma condição de saúde mental, valorizando a imagem corporal dos indivíduos e colocando-os em uma condição de relacionamento saudável com ele próprio e com o coletivo.<br />
<br />
<br />
[[Arquivo:Toque+de+Umbanda+candomble.jpg]]<br />
<br />
<br />
=Por que o Orixá dança?=<br />
<br />
Quando nos referimos ao candomblé ou a umbanda, tratamos de falar de religiões que são passadas aos indivíduos de forma oral, através das danças. Para os que praticam essas religiões, a partir de suas danças, o Orixá conta ao público suas mitologias históricas, seus feitos, suas batalhas, redistribuindo sua energia vital e trazendo o sagrado de volta ao mundo cotidiano.<br />
Na umbanda assim como no candomblé, todos são irmão e expressam a partir de seus cantos e danças, a alegrias de estarem ali dividindo e presenciando aquela imensa fé e representando os orixás tão adorados pelos seus seguidores.<br />
<br />
=Os Orixás e seus movimentos característicos=<br />
<br />
<br />
[[Arquivo:Orixas1.jpg]]<br />
<br />
<br />
*Ogun : bravando sua espada ou seu facão;<br />
*Bará : versatilidade e energia;<br />
*Xangô : tremendo a terra com a força de um trovão;<br />
*Iansã : linda, leve e solta;<br />
*Obá : em suas disputas de guerra, com sua curta espada;<br />
*Oxum : meiga e vaidosa, mirando-se em seu espelho;<br />
*Ossaim : recolhendo as folhas do chão e pulando em um pé só, sem fazer barulhos;<br />
*Odé : coreografia de caçador;<br />
*Nanã : embalando simbolicamente seus filhos;<br />
*Obaluaiê : celebrando vida e morte com seus movimentos rápidos e vibrantes;<br />
*Omolú : cansado, velho;<br />
*Iemanjá : com seus movimentos de remadora, banhando-se em suas águas;<br />
*Oxalá : em certos momentos vibrando e em outros apoiando-se;<br />
*Oxumaré : graça, beleza e leveza;<br />
<br />
==Veja também==<br />
<br />
*[[Dança Afro-brasileira]]<br />
*[[A Dança no Candomblé]]<br />
*[[Dança e Religião]]<br />
<br />
=Referências=<br />
<br />
Raiz Cultura. Cultura Umbandista. Disponível em: <http://raizculturablog.wordpress.com/2008/09/03/cultura-umbandista-part-i/>. Acesso em: 11 jun. 2013.</div>Gabriel Limahttp://wikidanca.net/wiki/index.php/Dan%C3%A7a_Afro-brasileiraDança Afro-brasileira2013-07-26T18:40:03Z<p>Gabriel Lima: /* Ver também */</p>
<hr />
<div>=Um pouco de História=<br />
<br />
Uma das grandes características da cultura africana é a oralidade. Crenças, conhecimentos e filosofias são passadas de pai para filho desde tempos imemoriais nos mais diversos campos da vida africana.<br />
<br />
<br />
A oralidade como ferramenta de registro atingiu muitos campos da vida africana, o que deixou como legado para a dança, mesmo a afro-brasileira, uma grande lacuna quando falamos em sistematização ou mesmo um registro formal de um saber que há muito vem sendo repassado somente pelas vozes do corpo e do gesto. Para os africanos “o corpo é, por excelência, o local da memória, o corpo em performance, o corpo que é performance” (CARDOZO, 2006).<br />
<br />
<br />
A dança afro como uma técnica corporal já é reconhecida e praticada há muito tempo. Pode-se pensar na dança afro como uma inauguração da dança moderna brasileira nos idos dos anos 50 e 60. A dança afro-brasileira é então fruto das práticas trazidas pelos escravos africanos para o Brasil e que foram reelaboradas e transformadas na América Portuguesa (MONTEIRO,2011), que em medos do século XX tomam forma e caráter cênico.<br />
<br />
[[Arquivo:Balefolclorico3.jpg]]<br><br />
<small>Balé Folclórico da Bahia - Dança de Origem<br><br />
Foto: Marisa Viana<br></small><br />
<br />
<br />
A técnica de dança afro-brasileira como se conhece hoje foi sistematizada por [[Mercedes Baptista]], a primeira bailarina negra do Theatro Municipal do Rio de Janeiro ainda nos anos 40. A partir da necessidade de criar espaço para um corpo negro em cena, frente às dificuldades encontradas para subir no palco do Theatro, Mercedes iniciou uma fusão entre a dança realizada pelas pessoas nas ruas, seus conhecimentos de clássico e moderno, adquiridos de seus estudos com [http://en.wikipedia.org/wiki/Katherine_Dunham Katherine Dunham] em Nova York (CAMINADA, 1999, p. 423) e as informações recebidas sobre religiosidade durante suas pesquisas. Tudo isso fundido de maneira “autodidata” (MELGAÇO, 2007, p. 40). Dessa forma nasceu a dança afro de Mercedes Baptista. Como relata Monteiro (2011) “Mercedes propôs uma leitura peculiar da cultura afro-brasileira e situou a dança em novas bases. A dança afro de Mercedes Baptista configurou-se como uma prática, um estilo, um repertório de práticas e danças em ruptura com o balé clássico e completamente identificado com os novos parâmetros da dança moderna, mas tendo como referência a tradição africana tal qual se configurava no Brasil”.<br />
<br />
<br />
A dança afro, tal qual foi sistematizada por Mercedes Baptista, se constitui por influências diversas. Tendo sido bailarina de formação essencialmente clássica, levou para a sua dança alguns dos preceitos do balé clássico, mas sobretudo, o conhecimento adquirido sobre dança moderna e a influência das danças de matrizes africanas, com as quais teve contato inicialmente durante o período em que estudou dança moderna com Katherine Dunham, em Nova York.<br />
<br />
<br />
Katherine Dunham foi uma pesquisadora norte americana que trabalhou com a dança de matriz africana no Caribe e no Haiti aliada à dança moderna e que convidou Mercedes Baptista, então bailarina do Theatro Municipal do Rio de Janeiro, a estudar dança junto a sua companhia. <br />
<br />
<br />
Mercedes passou um ano e meio nos EUA estudando dança e retornou ao Rio de Janeiro em 1951 com toda a bagagem artística e cultural adquirida com Katherine Dunham. Há época, o palco do Theatro Municipal ainda não era o mais receptivo para uma bailarina negra e ela então começa a pesquisar, com a ajuda fundamental de figuras religiosas como Joãozinho da Golméia, Paulo Conceição, Gilberto de Jesus, Fu-Manchu e Humberto, a religião africana no Brasil e como ela se dava em termos de dança. Mercedes havia experienciado, a partir das pesquisas de Katherine Dunham, a dança de matriz africana que se dançava no Haiti e no Caribe e que percebeu, não funcionaria aqui (MELGAÇO, 2007, 39-41).<br />
<br />
<br />
[[Arquivo:Mercedesaula.jpg]]<br><br />
<small>Mercedes Baptista ministrando aulas no Clark Center de Nova Iorque.<br><br />
Fonte: Livro "Mercedes Baptista, a Criação da Identidade Negra na Dança"<br></small><br />
<br />
<br />
As manifestações afro na dança surgem dentro de um contexto maior, o contexto de um projeto nacional para a cultura brasileira, iniciado com o governo Vargas e que visava a valorização do que poderia ser genuinamente nosso, algo, ou algumas coisas, dentre elas a dança, que nos unificassem como nação (PEREIRA, 2003). A dança afro levada para a cena, com corpos negros e uma técnica que deu à dança de matriz africana um lugar no palco, aparece então com o sentido de reafirmar a cultura afro-brasileira, nacional portanto, na cena artística nacional e internacional através da dança. O popular e o folclórico ganharam espaço cênico a partir das décadas de 30 e 40 e a dança afro como foi sistematizada por Mercedes Baptista veio a legitimar, mesmo que posteriormente ao governo Vargas, essas iniciativas de representar com dança e através dela o que seria realmente nacional.<br />
<br />
<br />
=A Movimentação na Dança Afro-brasileira=<br />
<br />
<br />
<i>“As especificidades da dança afro são justamente essa trajetória que ela realiza a partir da tradição oral africana, resguardando elementos do drama ritual (homenagem aos deuses, à natureza, ao líder, ao cotidiano), e como qualquer dança local de qualquer comunidade é representada principalmente pelos movimentos advindos dos rituais (não necessariamente os religiosos, mas sim os culturais), acompanhados por forte influência dos instrumentos e ritmos africanos.”</i> (CARDOZO, 2006)<br />
<br />
<br />
<i>“Dança afro são os movimentos corporais ritmados que perfomatizam elementos das matrizes tradicionais orais africanas.”</i> (CARDOZO, 2006).<br />
<br />
<br />
A dança afro-brasileira, sistematizada por Mercedes Baptista, teve por base os movimentos realizados nos cultos do [Wikipedia:Candomblé|candomblé], religião essencialmente africana, onde a dança é parte integrante e inerente ao culto religioso. Transportada para os palcos, a dança dos [http://pt.wikipedia.org/wiki/Orix%C3%A1 orixás], os deuses da cultura yorubá, constitui então uma das principais bases coreográficas da dança afro, mas não se reduzindo a ela. Uma vez no palco, a dança, que em sua origem é dançada em roda e nos espaços delimitados dos terreiros e casas de santo (SABINO;LODY, 2011), ganha um caráter performático, completamente diferente do religioso e o que antes era o candomblé ou a incorporação de um filho de santo, passa a ser a representação do candomblé, a representação da incorporação de um filho de santo (LIMA, 1995). A conexão com a religiosidade passa a se dar apenas no nível do embasamento coreográfico, mesmo este sofrendo todas as mudanças necessárias para fazer da dança afro uma dança cênica, uma dança de palco. A dança afro se torna, então, pelo trabalho de Mercedes Baptista, espetáculo, objeto de apreciação estética. <br />
<br />
<br />
“A dança afro incorpora a dança dos orixás sem o caráter ritualístico ou litúrgico dos candomblés, adaptada para o palco a partir do terreiro. Nesse processo mudam-se os objetivos: a dança não é mais instrumento para se atingir o transe religioso o que torna os movimentos repetitivos ao som dos atabaques. A coreografia constrói uma grande variedade de movimentos corporais em rápida sequência procurando ocupar todos os espaços do palco. A mesma lógica se aplica à dança do [http://pt.wikipedia.org/wiki/Maracatu maracatu], [http://www.wikidanca.net/wiki/index.php/A_Dan%C3%A7a_do_Lundu lundu], [http://pt.wikipedia.org/wiki/Jongo jongo], cafezal, [http://www.inepac.rj.gov.br/modules.php?name=Content&pa=showpage&pid=28 caxambu], que também fazem parte da base coreográfica da dança afro.” (LIMA,1995).<br />
<br />
[[Arquivo:Balefolclorico2.jpg]]<br><br />
<small>Balé Folclórico da Bahia – Maracatu<br><br />
Foto: Marisa Viana</small><br><br />
<br />
<br />
A dança afro-brasileira tem por características marcantes a força em seus movimentos, a grande agilidade na execução dos passos e a sensualidade, que é algo natural dos povos africanos.<br />
<br />
<br />
Na movimentação da dança afro, assim como nas técnicas de dança moderna, como, por exemplo, a preconizada por Nina Verchinina (CERBINO, 2010), o corpo move-se como um todo. Não há partes esquecidas, estando todas as estruturas presentes e ativas durante a movimentação cênica.<br />
<br />
A tabela abaixo, idealizada por Cardozo (2006), mostra algumas das principais diferenças entre a dança afro e o balé clássico, a título de melhor compreensão da estrutura coreográfica desenvolvida a partir das pesquisas de Mercedes Baptista.<br />
<br />
<br />
{|border=1<br />
|-----<br />
|<b>Parte do Corpo</b>||<b>Dança Clássica</b>||<b>Dança Afro-brasileira</b><br />
|-----<br />
|<b>Tronco</b>||Bailarino clássico apresenta uma rigidez vertical do corpo, que limita os movimentos dos quadris. ||Bailarino afro em posição vertical ou inclinada, realizando frequentes ondulações e intenso movimento de quadris.<br />
|-----<br />
|<b>Pernas</b>||Bailarino clássico com pernas extremamente esticadas, projetando o corpo para cima. ||Bailarino afro com pernas dobradas, que levam o corpo a se voltar para o chão, sendo este referência determinante.<br />
|-----<br />
|<b>Pés</b>||Bailarino clássico em ponta, meia-ponta e/ou na posição <i>en dehors</i> (pés voltados para a lateral). ||Bailarino afro com as plantas dos pés voltadas para o chão, em posição paralela. <br />
|-----<br />
|<b>Ombros</b>||Bailarino clássico com ombros rígidos, eretos. ||Bailarino afro com ombros flexíveis e em intensos movimentos giratórios.<br />
|}<br />
<br />
<br />
Cardozo (2006), sob a luz do pensamento de Marques (1999), sugere ainda que “ao contrário do que acontece no ballet clássico, cujos movimentos arredondados e ‘para cima’ lhe conferem uma harmonia de continuidade, na dança moderna (afro) eles são mais naturais e angulares. Se no clássico a intenção é ‘atingir o céu’, no moderno (afro) dá-se o retorno à terra, os pés descalços sentindo o chão”.<br />
<br />
<br />
Os movimentos de quadril estão muito presentes nos movimentos da dança afro-brasileira, remetendo à sensualidade, que se mostrará presente principalmente na representação de das danças de orixás femininos. Os movimentos de ombro também são muito utilizados na técnica de dança afro, estes trazidos por Mercedes Baptista a partir das pesquisas de Katherine Dunham, que como relata Lima (1995) são movimentos exógenos à dança afro que tem suas bases nos movimentos rituais do candomblé. Katherine utilizava-se dos movimentos de ombros em sua dança em função desta nuance de movimento estar muito presente nas danças locais do Caribe e particularmente do Haiti.<br />
<br />
<br />
=A Dança dos Orixás=<br />
<br />
<i>A dança de matriz africana é entendida e utilizada como uma linguagem corporal socialmente contextualizada, que conta histórias, que descreve vivências, recria o mundo.</i> (SABINO;LODY, 2011)<br />
<br />
<br />
As danças dos orixás são parte integrante do culto religioso do candomblé. A dança dos orixás demonstra e ilustra a conexão com as divindades, representa o movimento e as histórias dos deuses em seu aspecto divino e em seu contato com o mundo humano.<br />
<br />
O panteão de orixás do candomblé, no Brasil, conta com mais de 10 principais deuses que são aqui cultuados, cada um deles com personalidades e histórias distintas, o que influencia diretamente em sua representação cênica através da dança. Os pés de dança, como são chamados (SABINO;LODY, 2011), representam as características coreográficas detalhadas de cada orixá.<br />
<br />
[[Arquivo:Balefolclorico1.jpg]]<br><br />
<small>Balé Folclórico da Bahia - Corte de Oxalá (Exu)<br><br />
Foto: Philip Martin<br></small> <br />
<br />
<br />
<br />
A representação do orixá torna-se então diferenciada no culto e no palco. No culto, ela é dançada pelos membros da comunidade religiosa, com seus corpos distintos e não necessariamente com treinamento específico de dança, limitando-se ao enfoque religioso e ritual do movimento dançado. Para o palco, a movimentação de cada orixá foi trabalhada por Mercedes Baptista durante sua pesquisa de construção da técnica da dança afro-brasileira, o que dá à movimentação singularidades específicas a serem desenvolvidas pelo corpo treinado do bailarino.<br />
<br />
<br />
As danças dos orixás são executadas sob um ritmo específico para cada divindade do panteão africano e cada uma terá traços coreográficos próprios. As coreografias das danças dos orixás remetem à mitologia de cada orixá, representando seus feitos, suas características individuais, suas histórias. Os orixás são comumente representados cenicamente portando uma ferramenta, uma espécie de insígnia que “identifica o caráter, a função e a história dos orixás” (SABINO;LODY, 2011). <br />
<br />
<br />
Abaixo, descrições de algumas danças de orixás que tem sua representação solo mais difundida, especificando as formas que cada uma delas toma cenicamente e como se dá o modo de execução específico de cada uma.<br />
<br />
<br />
==Ogum==<br />
<br />
<br />
Na mitologia africana, Ogum é um orixá guerreiro, um rei e general de batalha, responsável pelo armamento bélico possuído pelos homens e por todos os instrumentos de metal utilizados não só na guerra, mas também nas atividades do cotidiano. Orixá de grande vitalidade e virilidade, a dança de Ogum é rápida, forte, precisa e ilustra a movimentação que esse orixá realiza quando utiliza seus facões para abrir a mata ou em movimentos de batalha, amolando seus facões (LIMA, 1995).<br />
<br />
<br />
Assim como a maioria dos orixás, Ogum possui um objeto que o identifica, e que são seus facões, que serão utilizados então em boa parte de sua representação cênica. As mãos espalmadas, com dedos unidos e os braços esticados, como os dois grandes facões, são utilizados para representar esses objetos característicos de Ogum. Os movimentos dos ombros também são traços fortes na dança de Ogum, bem como os de peito, que ilustram o embate corporal durante uma batalha (LIMA, 1995). O toque de atabaque específico de Ogum é o aderé.<br />
<br />
<br />
==Iansã==<br />
<br />
<br />
Deusa dos raios e das tempestades, senhora dos ventos, Iansã é na mitologia africana uma orixá de extrema força e feminilidade. Além do controle sobre alguns elementos da natureza, ela é ainda responsável por “espantar” os eguns, que são espíritos de ancestrais, mortos. Nas mãos, Iansã carrega uma espécie de ornamento de palha, que é usado, bem como alguns ornamentos nos pés, para espantar esses eguns. Essa característica da orixá se representa na dança através de movimentos dos braços, como dois “ventiladores” que rodam para dentro (LIMA, 1995) e do intenso movimento dos quadris, que fazem mexer os “espanta eguns” dos tornozelos. A movimentação de Iansã também remete ao controle dos ventos através dos intenso movimento dos braços.<br />
<br />
<br />
Iansã é ainda representada com espada e escudo ou chicote, o Erechim, que usa para espantar os eguns e mover os ventos (SABINO;LODY, 2011). <br />
<br />
<br />
==Oxum==<br />
<br />
<br />
Assim como Iansã, Oxum também é uma orixá feminina. Deusa das águas doces, como os rios e cachoeiras, Oxum é sempre representada com um espelho nas mãos, o Abebê, no qual está sempre a mirar-se. Símbolo da vaidade e da beleza, Oxum tem em sua movimentação uma leveza e sensualidade inerentes. Movimentos calmos e autoapreciativos são característicos dessa orixá, que tem por toque de atabaque específico, o ijexá. <br />
<br />
<br />
A mão espalmada e com a palma voltada para o rosto, representa o espelho de Oxum e com ele se dá boa parte de sua representação cênica, que adota por ambiente os rios e lagos, como se a orixá estivesse neles se banhando enquanto executa sua dança (LIMA,1995), o que aumenta o toque de leveza e feminilidade de sua dança. Arrumar os cabelos e adornar-se com jóias são atos que remetem a personalidade da orixá e que também são bastante característicos de sua movimentação cênica.<br />
<br />
<br />
=Referências=<br />
<br />
*CAMINADA, Eliana. <b> História da Dança</b> – Evolução Cultural. Rio de Janeiro: Sprint, 1999.<br />
<br />
*CARDOZO, Kelly, A. <b>Dança Afro:</b> O que é e Como se Faz! Minas Gerais, 2006. 15 f. Monografia (Especialização em Estudos Africanos e Afro-Brasileiros) Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais, 2006.<br />
<br />
*CERBINO, Beatriz. <b> Nina Verchinina e a construção de um corpo expressivo.</b> O Percevejo Online – Volume 02 – Número 02. UNIRIO, 2010.<br />
<br />
*LIMA, Nelson. <b>Dando conta do recado -</b> A dança afro no Rio de Janeiro e suas influências. Rio de Janeiro, 1995. Dissertação (Mestrado em Sociologia e Antropologia) Universidade Federal do Rio de Janeiro, 1995.<br />
<br />
*MARQUES, Ana Clara Guerra. <b> A Alquimia da Dança</b>. Luanda: Edições CC, 1999.<br />
<br />
*MELGAÇO, Paulo. <b> Mercedes Baptista, a Criação da Identidade Negra na Dança. </b> Brasília: Fundação Cultural Palmares, 2007.<br />
<br />
*MONTEIRO, Marianna. F. M. . <b> Dança Afro: </b> Uma Dança Moderna Brasileira. In: NORA, Sigrid e SPANGHERO, Maíra. (Org.). Húmus 4. Caxias do Sul: Lorigraf, 2011, v., p. 51-59.<br />
<br />
*PEREIRA, Roberto. <b> A Formação do Balé Brasileiro. </b> Rio de Janeiro: 2003. Editora FGV.<br />
<br />
*SABINO, Jorge; LODY, Raul. <b> Danças de Matriz Africana: antropologia do movimento. </b> Rio de Janeiro: Pallas, 2011.<br />
<br />
*<b>BALÉ DE PÉ NO CHÃO</b> – a dança afro de Mercedes Baptista. Direção: Lilian Sola Santiago e Marianna Monteiro. São Paulo: Fundação Cultural Palmares, c.2005. 1 DVD.<br />
<br />
<br />
=Ver também=<br />
<br />
*[[Primeira Reunião Setorial de Dança Afro ]]<br />
<br />
*[[A Dança do Candomblé]]<br />
<br />
*[[A Dança na Umbanda]] <br />
<br />
<br />
<br />
--[[Usuário:Gabriel Lima|Gabriel Lima]] 11h22min de 28 de abril de 2013 (BRT)</div>Gabriel Limahttp://wikidanca.net/wiki/index.php/A_Dan%C3%A7a_no_Candombl%C3%A9A Dança no Candomblé2013-07-26T18:38:49Z<p>Gabriel Lima: /* Veja Também */</p>
<hr />
<div>=O Candomblé=<br />
<br />
<br />
[[Arquivo:428096 254981001249726 192663914148102 566562 180799877 n.jpg]]<br />
<br />
<br />
O candomblé é uma religião afro-brasileira desenvolvida em terras brasileiras. Os seguidores dessa religião cultuam os orixás –divindades- e se consideram ligados a objetos, plantas e animais ancestrais. É uma religião criada em uma base que podemos chamar de alma da natureza, podendo assim ser considerada uma religião anímica. Atualmente pelo menos três milhões de brasileiros revelam-se praticantes deste culto. Salvador é o grande centro desta prática, com aproximadamente 2230 terreiros oficialmente registrados pela Federação Baiana de Cultos Afro-Brasileiros. Os Orixás, festas e cultos do candomblé hoje são considerados patrimônios culturais brasileiros e parte essencial do folclore. <br />
<br />
Os seguidores do candomblé são denominados médiuns, seus médiuns não dão passividade a Espíritos ‘mortos’, conhecidos como ‘eguns’, mas somente a estas divindades chamadas de orixás.<br />
<br />
Por diversas vezes as pessoas confundem a religião do Candomblé com a de Umbanda, elas são diferentes mesmo possuindo algumas características em comum. No Candomblé não acontece a incorporação de espíritos, são incorporados apenas os orixás (divindades da natureza), já a Umbanda se caracteriza pela incorporação de espíritos encarnados ou desencarnados. Essas duas religiões podem ser praticadas pelo mesmo indivíduo, porém, em dias, horários e locais diferentes.<br />
<br />
A Dança tem papel fundamental na religião do candomblé, logo que, é uma religião musical e culturalmente rica, é através da dança que o povo de santo cultua e homenageia seus orixás.<br />
<br />
''A dança tem um sentido particular porque é a expressão da divindade e da identidade mais verdadeira da filha ou do filho-de-santo. Cada um possui a própria "identidade-sonora", o próprio duplo no orum, que o fiel encontra no momento da possessão e que aprende a reconhecer e a conhecer através da dança e da música. E pelo corpo que o ser humano começa o caminho do conhecimento e o papel por ele desempenhado no cosmo e na sociedade. Sendo no corpo que o ser humano vivência a própria experiência da vida e junta as várias informações simbólicas sobre o mundo, é no corpo divino, que vivenciando as energias sagradas, ele pode se comunicar com o sagrado, pode juntar o lado sensível com aquele material, porque não dados cognitivos, mas as cores, as formas, os sentimentos internos dão forma á matéria.''<br />
<br />
No Candomblé as danças são estruturadas a partir de coreografias executadas no xirê ou até mesmo nas incorporações. Pode-se observar que as movimentações executadas são relacionadas às letras das canções e as características dos orixás, as trocas das coreografias são feitas quando se começa a cantar outra canção. <br />
<br />
<br />
[[Arquivo:CANDONBLE E UMBANDA.jpg]]<br />
<br />
<br />
Os desenhos característicos dessa dança estão relacionados ao círculo, a antiga roda sagrada, que pode ser encontrada em danças de diversas culturas. Os integrantes rodam em torno de um centro e em torno de si mesmo, realizando assim movimentos de rotação e translação. O interessante é que são círculos que giram em sentido anti-horário, trazendo assim a ideia entre sagrado e profano e simbolizando a volta à origem.<br />
<br />
A forma do círculo tem uma grande importância na África, Neumann (1981:214), simbolizando a Grande Mãe, que em si contém os elementos masculinos e femininos. Por isso as coreografias referentes as divindades da Água: Oxum e Iemanjá possuem um movimento circular.<br />
<br />
As danças no candomblé se caracterizam por começarem em um grandioso e lento círculo que vai diminuindo com o decorrer do ritual, desde a grande roda até o indivíduo dar voltas em torno de si mesmo, simbolizando assim um contato maior com o seu ''interno''. Assim como o círculo, as espirais também são figuras que aparecem nessas danças, aparecendo nas rotações que as filhas-de-santo realizam em torno de si mesmas quando incorporam e também nas danças de Exu.<br />
<br />
''A espiral é o símbolo da comunicação (Santos:1977; Pelosini:1994). Assim, quando o orixá possui o corpo da filha-de-santo, realiza-se uma comunicação entre o homem e a divindade. Enquanto o corpo vira sobre si mesmo, a energia do orixá penetra no corpo. Não é por acaso que Exu, a divindade da comunicação, roda sobre si mesmo desse modo. A espiral expressa a evolução a partir de um centro; simboliza a vida, porque indica o movimento numa unidade de ordem ou, ao inverso, a permanência do ser na mobilidade. Durand (1972), sugere que, a espiral, simboliza a permanência do ser, através das flutuações da mudança da vida”. <br />
<br />
A espiral pode representar nessa religião a procura do próprio espírito, que a partir de um ponto fixo alcança, com voltas, o mundo do sagrado. No candomblé a espiral está ligada a Exu (orixá que expressa a dinâmica da vida, o movimento interno na criação e na expansão do mundo).<br />
<br />
<br />
[[Arquivo:Candomble 372x441x0.jpg]]<br />
<br />
<br />
=Os Ritmos do Candomblé=<br />
<br />
Os ritmos do Candomblé (culto tradicional afro brasileiro) são aqueles usados para acompanhar as danças e canções dos Orixás (Deuses), em um contexto ritual, folclórico ou artístico.<br />
<br />
*São cerca de 28 ritmos entre as Nações (denominação referida à origen tribal e o conjunto de seus rituais) de Keto, Jeje e Angola.<br />
*São executados através de quatro instrumentos: o Gã (sino), o Lé (tambor agudo), o Rumpi (tambor médio) e Rum (tambor grave responsável por fazer as variações). <br />
*Os ritmos da Nação Angola são tocados com as mãos, enquanto que os de Keto e Jeje são tocados com a utilização de baquetas chamadas Aquidavis.<br />
*Nas aulas se trabalha cada ritmo individual em seu respectivo instrumento, com notas, CDs e material de apoio adaptados às necessidades dos alunos.<br />
*Também são abordadas algumas canções (idioma original, fonética e tradução) e aspectos da dança.<br />
<br />
=Finalidade das cantigas=<br />
<br />
*Abertura de caminhos;<br />
*Cura de doenças;<br />
*Misericórdia;<br />
*Saída do roncó;<br />
*Rito fúnebre.<br />
<br />
=Os Atabaques=<br />
<br />
<br />
[[Arquivo:Engoma 1.jpg]]<br />
<br />
<br />
São eles os principais instrumentos da música no candomblé, a execução dos mesmos são de responsabilidade dos Ogãn, os atabaques marcam o toque, mas, tem como finalidade principal ''chamar'' os orixás para o mundo dos humanos. Eles só podem ser usados no âmbito religioso e são feitos das peles dos animais sacrificados dentro dos locais consagrados.<br />
<br />
==Os tipos de atabaques==<br />
<br />
<br />
[[Arquivo:Atabaque5.jpg]]<br />
<br />
<br />
*RUM - é o maior dos atabaques e possui o registro grave;<br />
*RUMPI - é o segundo e possui o registro médio;<br />
*LÊ - é o menos e possui o registro agudo.<br />
<br />
=Veja Também=<br />
<br />
*[[Dança Afro-brasileira]]<br />
*[[A Dança na Umbanda]]<br />
*[[Dança e Religião]]<br />
<br />
=Referências=<br />
<br />
Tudo Sobre...Candomblé... Disponível em: <http://www.juraemprosaeverso.com.br/TudoSobre/TudosobreCandomble.htm>. Acesso em: 5 jun. 2013.<br />
<br />
Candomblé. Disponível em: <http://www.brasilescola.com/religiao/candomble.htm>. Acesso em: 5 jun. 2013.</div>Gabriel Limahttp://wikidanca.net/wiki/index.php/Dan%C3%A7a_Afro-brasileiraDança Afro-brasileira2013-07-26T18:36:39Z<p>Gabriel Lima: </p>
<hr />
<div>=Um pouco de História=<br />
<br />
Uma das grandes características da cultura africana é a oralidade. Crenças, conhecimentos e filosofias são passadas de pai para filho desde tempos imemoriais nos mais diversos campos da vida africana.<br />
<br />
<br />
A oralidade como ferramenta de registro atingiu muitos campos da vida africana, o que deixou como legado para a dança, mesmo a afro-brasileira, uma grande lacuna quando falamos em sistematização ou mesmo um registro formal de um saber que há muito vem sendo repassado somente pelas vozes do corpo e do gesto. Para os africanos “o corpo é, por excelência, o local da memória, o corpo em performance, o corpo que é performance” (CARDOZO, 2006).<br />
<br />
<br />
A dança afro como uma técnica corporal já é reconhecida e praticada há muito tempo. Pode-se pensar na dança afro como uma inauguração da dança moderna brasileira nos idos dos anos 50 e 60. A dança afro-brasileira é então fruto das práticas trazidas pelos escravos africanos para o Brasil e que foram reelaboradas e transformadas na América Portuguesa (MONTEIRO,2011), que em medos do século XX tomam forma e caráter cênico.<br />
<br />
[[Arquivo:Balefolclorico3.jpg]]<br><br />
<small>Balé Folclórico da Bahia - Dança de Origem<br><br />
Foto: Marisa Viana<br></small><br />
<br />
<br />
A técnica de dança afro-brasileira como se conhece hoje foi sistematizada por [[Mercedes Baptista]], a primeira bailarina negra do Theatro Municipal do Rio de Janeiro ainda nos anos 40. A partir da necessidade de criar espaço para um corpo negro em cena, frente às dificuldades encontradas para subir no palco do Theatro, Mercedes iniciou uma fusão entre a dança realizada pelas pessoas nas ruas, seus conhecimentos de clássico e moderno, adquiridos de seus estudos com [http://en.wikipedia.org/wiki/Katherine_Dunham Katherine Dunham] em Nova York (CAMINADA, 1999, p. 423) e as informações recebidas sobre religiosidade durante suas pesquisas. Tudo isso fundido de maneira “autodidata” (MELGAÇO, 2007, p. 40). Dessa forma nasceu a dança afro de Mercedes Baptista. Como relata Monteiro (2011) “Mercedes propôs uma leitura peculiar da cultura afro-brasileira e situou a dança em novas bases. A dança afro de Mercedes Baptista configurou-se como uma prática, um estilo, um repertório de práticas e danças em ruptura com o balé clássico e completamente identificado com os novos parâmetros da dança moderna, mas tendo como referência a tradição africana tal qual se configurava no Brasil”.<br />
<br />
<br />
A dança afro, tal qual foi sistematizada por Mercedes Baptista, se constitui por influências diversas. Tendo sido bailarina de formação essencialmente clássica, levou para a sua dança alguns dos preceitos do balé clássico, mas sobretudo, o conhecimento adquirido sobre dança moderna e a influência das danças de matrizes africanas, com as quais teve contato inicialmente durante o período em que estudou dança moderna com Katherine Dunham, em Nova York.<br />
<br />
<br />
Katherine Dunham foi uma pesquisadora norte americana que trabalhou com a dança de matriz africana no Caribe e no Haiti aliada à dança moderna e que convidou Mercedes Baptista, então bailarina do Theatro Municipal do Rio de Janeiro, a estudar dança junto a sua companhia. <br />
<br />
<br />
Mercedes passou um ano e meio nos EUA estudando dança e retornou ao Rio de Janeiro em 1951 com toda a bagagem artística e cultural adquirida com Katherine Dunham. Há época, o palco do Theatro Municipal ainda não era o mais receptivo para uma bailarina negra e ela então começa a pesquisar, com a ajuda fundamental de figuras religiosas como Joãozinho da Golméia, Paulo Conceição, Gilberto de Jesus, Fu-Manchu e Humberto, a religião africana no Brasil e como ela se dava em termos de dança. Mercedes havia experienciado, a partir das pesquisas de Katherine Dunham, a dança de matriz africana que se dançava no Haiti e no Caribe e que percebeu, não funcionaria aqui (MELGAÇO, 2007, 39-41).<br />
<br />
<br />
[[Arquivo:Mercedesaula.jpg]]<br><br />
<small>Mercedes Baptista ministrando aulas no Clark Center de Nova Iorque.<br><br />
Fonte: Livro "Mercedes Baptista, a Criação da Identidade Negra na Dança"<br></small><br />
<br />
<br />
As manifestações afro na dança surgem dentro de um contexto maior, o contexto de um projeto nacional para a cultura brasileira, iniciado com o governo Vargas e que visava a valorização do que poderia ser genuinamente nosso, algo, ou algumas coisas, dentre elas a dança, que nos unificassem como nação (PEREIRA, 2003). A dança afro levada para a cena, com corpos negros e uma técnica que deu à dança de matriz africana um lugar no palco, aparece então com o sentido de reafirmar a cultura afro-brasileira, nacional portanto, na cena artística nacional e internacional através da dança. O popular e o folclórico ganharam espaço cênico a partir das décadas de 30 e 40 e a dança afro como foi sistematizada por Mercedes Baptista veio a legitimar, mesmo que posteriormente ao governo Vargas, essas iniciativas de representar com dança e através dela o que seria realmente nacional.<br />
<br />
<br />
=A Movimentação na Dança Afro-brasileira=<br />
<br />
<br />
<i>“As especificidades da dança afro são justamente essa trajetória que ela realiza a partir da tradição oral africana, resguardando elementos do drama ritual (homenagem aos deuses, à natureza, ao líder, ao cotidiano), e como qualquer dança local de qualquer comunidade é representada principalmente pelos movimentos advindos dos rituais (não necessariamente os religiosos, mas sim os culturais), acompanhados por forte influência dos instrumentos e ritmos africanos.”</i> (CARDOZO, 2006)<br />
<br />
<br />
<i>“Dança afro são os movimentos corporais ritmados que perfomatizam elementos das matrizes tradicionais orais africanas.”</i> (CARDOZO, 2006).<br />
<br />
<br />
A dança afro-brasileira, sistematizada por Mercedes Baptista, teve por base os movimentos realizados nos cultos do [Wikipedia:Candomblé|candomblé], religião essencialmente africana, onde a dança é parte integrante e inerente ao culto religioso. Transportada para os palcos, a dança dos [http://pt.wikipedia.org/wiki/Orix%C3%A1 orixás], os deuses da cultura yorubá, constitui então uma das principais bases coreográficas da dança afro, mas não se reduzindo a ela. Uma vez no palco, a dança, que em sua origem é dançada em roda e nos espaços delimitados dos terreiros e casas de santo (SABINO;LODY, 2011), ganha um caráter performático, completamente diferente do religioso e o que antes era o candomblé ou a incorporação de um filho de santo, passa a ser a representação do candomblé, a representação da incorporação de um filho de santo (LIMA, 1995). A conexão com a religiosidade passa a se dar apenas no nível do embasamento coreográfico, mesmo este sofrendo todas as mudanças necessárias para fazer da dança afro uma dança cênica, uma dança de palco. A dança afro se torna, então, pelo trabalho de Mercedes Baptista, espetáculo, objeto de apreciação estética. <br />
<br />
<br />
“A dança afro incorpora a dança dos orixás sem o caráter ritualístico ou litúrgico dos candomblés, adaptada para o palco a partir do terreiro. Nesse processo mudam-se os objetivos: a dança não é mais instrumento para se atingir o transe religioso o que torna os movimentos repetitivos ao som dos atabaques. A coreografia constrói uma grande variedade de movimentos corporais em rápida sequência procurando ocupar todos os espaços do palco. A mesma lógica se aplica à dança do [http://pt.wikipedia.org/wiki/Maracatu maracatu], [http://www.wikidanca.net/wiki/index.php/A_Dan%C3%A7a_do_Lundu lundu], [http://pt.wikipedia.org/wiki/Jongo jongo], cafezal, [http://www.inepac.rj.gov.br/modules.php?name=Content&pa=showpage&pid=28 caxambu], que também fazem parte da base coreográfica da dança afro.” (LIMA,1995).<br />
<br />
[[Arquivo:Balefolclorico2.jpg]]<br><br />
<small>Balé Folclórico da Bahia – Maracatu<br><br />
Foto: Marisa Viana</small><br><br />
<br />
<br />
A dança afro-brasileira tem por características marcantes a força em seus movimentos, a grande agilidade na execução dos passos e a sensualidade, que é algo natural dos povos africanos.<br />
<br />
<br />
Na movimentação da dança afro, assim como nas técnicas de dança moderna, como, por exemplo, a preconizada por Nina Verchinina (CERBINO, 2010), o corpo move-se como um todo. Não há partes esquecidas, estando todas as estruturas presentes e ativas durante a movimentação cênica.<br />
<br />
A tabela abaixo, idealizada por Cardozo (2006), mostra algumas das principais diferenças entre a dança afro e o balé clássico, a título de melhor compreensão da estrutura coreográfica desenvolvida a partir das pesquisas de Mercedes Baptista.<br />
<br />
<br />
{|border=1<br />
|-----<br />
|<b>Parte do Corpo</b>||<b>Dança Clássica</b>||<b>Dança Afro-brasileira</b><br />
|-----<br />
|<b>Tronco</b>||Bailarino clássico apresenta uma rigidez vertical do corpo, que limita os movimentos dos quadris. ||Bailarino afro em posição vertical ou inclinada, realizando frequentes ondulações e intenso movimento de quadris.<br />
|-----<br />
|<b>Pernas</b>||Bailarino clássico com pernas extremamente esticadas, projetando o corpo para cima. ||Bailarino afro com pernas dobradas, que levam o corpo a se voltar para o chão, sendo este referência determinante.<br />
|-----<br />
|<b>Pés</b>||Bailarino clássico em ponta, meia-ponta e/ou na posição <i>en dehors</i> (pés voltados para a lateral). ||Bailarino afro com as plantas dos pés voltadas para o chão, em posição paralela. <br />
|-----<br />
|<b>Ombros</b>||Bailarino clássico com ombros rígidos, eretos. ||Bailarino afro com ombros flexíveis e em intensos movimentos giratórios.<br />
|}<br />
<br />
<br />
Cardozo (2006), sob a luz do pensamento de Marques (1999), sugere ainda que “ao contrário do que acontece no ballet clássico, cujos movimentos arredondados e ‘para cima’ lhe conferem uma harmonia de continuidade, na dança moderna (afro) eles são mais naturais e angulares. Se no clássico a intenção é ‘atingir o céu’, no moderno (afro) dá-se o retorno à terra, os pés descalços sentindo o chão”.<br />
<br />
<br />
Os movimentos de quadril estão muito presentes nos movimentos da dança afro-brasileira, remetendo à sensualidade, que se mostrará presente principalmente na representação de das danças de orixás femininos. Os movimentos de ombro também são muito utilizados na técnica de dança afro, estes trazidos por Mercedes Baptista a partir das pesquisas de Katherine Dunham, que como relata Lima (1995) são movimentos exógenos à dança afro que tem suas bases nos movimentos rituais do candomblé. Katherine utilizava-se dos movimentos de ombros em sua dança em função desta nuance de movimento estar muito presente nas danças locais do Caribe e particularmente do Haiti.<br />
<br />
<br />
=A Dança dos Orixás=<br />
<br />
<i>A dança de matriz africana é entendida e utilizada como uma linguagem corporal socialmente contextualizada, que conta histórias, que descreve vivências, recria o mundo.</i> (SABINO;LODY, 2011)<br />
<br />
<br />
As danças dos orixás são parte integrante do culto religioso do candomblé. A dança dos orixás demonstra e ilustra a conexão com as divindades, representa o movimento e as histórias dos deuses em seu aspecto divino e em seu contato com o mundo humano.<br />
<br />
O panteão de orixás do candomblé, no Brasil, conta com mais de 10 principais deuses que são aqui cultuados, cada um deles com personalidades e histórias distintas, o que influencia diretamente em sua representação cênica através da dança. Os pés de dança, como são chamados (SABINO;LODY, 2011), representam as características coreográficas detalhadas de cada orixá.<br />
<br />
[[Arquivo:Balefolclorico1.jpg]]<br><br />
<small>Balé Folclórico da Bahia - Corte de Oxalá (Exu)<br><br />
Foto: Philip Martin<br></small> <br />
<br />
<br />
<br />
A representação do orixá torna-se então diferenciada no culto e no palco. No culto, ela é dançada pelos membros da comunidade religiosa, com seus corpos distintos e não necessariamente com treinamento específico de dança, limitando-se ao enfoque religioso e ritual do movimento dançado. Para o palco, a movimentação de cada orixá foi trabalhada por Mercedes Baptista durante sua pesquisa de construção da técnica da dança afro-brasileira, o que dá à movimentação singularidades específicas a serem desenvolvidas pelo corpo treinado do bailarino.<br />
<br />
<br />
As danças dos orixás são executadas sob um ritmo específico para cada divindade do panteão africano e cada uma terá traços coreográficos próprios. As coreografias das danças dos orixás remetem à mitologia de cada orixá, representando seus feitos, suas características individuais, suas histórias. Os orixás são comumente representados cenicamente portando uma ferramenta, uma espécie de insígnia que “identifica o caráter, a função e a história dos orixás” (SABINO;LODY, 2011). <br />
<br />
<br />
Abaixo, descrições de algumas danças de orixás que tem sua representação solo mais difundida, especificando as formas que cada uma delas toma cenicamente e como se dá o modo de execução específico de cada uma.<br />
<br />
<br />
==Ogum==<br />
<br />
<br />
Na mitologia africana, Ogum é um orixá guerreiro, um rei e general de batalha, responsável pelo armamento bélico possuído pelos homens e por todos os instrumentos de metal utilizados não só na guerra, mas também nas atividades do cotidiano. Orixá de grande vitalidade e virilidade, a dança de Ogum é rápida, forte, precisa e ilustra a movimentação que esse orixá realiza quando utiliza seus facões para abrir a mata ou em movimentos de batalha, amolando seus facões (LIMA, 1995).<br />
<br />
<br />
Assim como a maioria dos orixás, Ogum possui um objeto que o identifica, e que são seus facões, que serão utilizados então em boa parte de sua representação cênica. As mãos espalmadas, com dedos unidos e os braços esticados, como os dois grandes facões, são utilizados para representar esses objetos característicos de Ogum. Os movimentos dos ombros também são traços fortes na dança de Ogum, bem como os de peito, que ilustram o embate corporal durante uma batalha (LIMA, 1995). O toque de atabaque específico de Ogum é o aderé.<br />
<br />
<br />
==Iansã==<br />
<br />
<br />
Deusa dos raios e das tempestades, senhora dos ventos, Iansã é na mitologia africana uma orixá de extrema força e feminilidade. Além do controle sobre alguns elementos da natureza, ela é ainda responsável por “espantar” os eguns, que são espíritos de ancestrais, mortos. Nas mãos, Iansã carrega uma espécie de ornamento de palha, que é usado, bem como alguns ornamentos nos pés, para espantar esses eguns. Essa característica da orixá se representa na dança através de movimentos dos braços, como dois “ventiladores” que rodam para dentro (LIMA, 1995) e do intenso movimento dos quadris, que fazem mexer os “espanta eguns” dos tornozelos. A movimentação de Iansã também remete ao controle dos ventos através dos intenso movimento dos braços.<br />
<br />
<br />
Iansã é ainda representada com espada e escudo ou chicote, o Erechim, que usa para espantar os eguns e mover os ventos (SABINO;LODY, 2011). <br />
<br />
<br />
==Oxum==<br />
<br />
<br />
Assim como Iansã, Oxum também é uma orixá feminina. Deusa das águas doces, como os rios e cachoeiras, Oxum é sempre representada com um espelho nas mãos, o Abebê, no qual está sempre a mirar-se. Símbolo da vaidade e da beleza, Oxum tem em sua movimentação uma leveza e sensualidade inerentes. Movimentos calmos e autoapreciativos são característicos dessa orixá, que tem por toque de atabaque específico, o ijexá. <br />
<br />
<br />
A mão espalmada e com a palma voltada para o rosto, representa o espelho de Oxum e com ele se dá boa parte de sua representação cênica, que adota por ambiente os rios e lagos, como se a orixá estivesse neles se banhando enquanto executa sua dança (LIMA,1995), o que aumenta o toque de leveza e feminilidade de sua dança. Arrumar os cabelos e adornar-se com jóias são atos que remetem a personalidade da orixá e que também são bastante característicos de sua movimentação cênica.<br />
<br />
<br />
=Referências=<br />
<br />
*CAMINADA, Eliana. <b> História da Dança</b> – Evolução Cultural. Rio de Janeiro: Sprint, 1999.<br />
<br />
*CARDOZO, Kelly, A. <b>Dança Afro:</b> O que é e Como se Faz! Minas Gerais, 2006. 15 f. Monografia (Especialização em Estudos Africanos e Afro-Brasileiros) Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais, 2006.<br />
<br />
*CERBINO, Beatriz. <b> Nina Verchinina e a construção de um corpo expressivo.</b> O Percevejo Online – Volume 02 – Número 02. UNIRIO, 2010.<br />
<br />
*LIMA, Nelson. <b>Dando conta do recado -</b> A dança afro no Rio de Janeiro e suas influências. Rio de Janeiro, 1995. Dissertação (Mestrado em Sociologia e Antropologia) Universidade Federal do Rio de Janeiro, 1995.<br />
<br />
*MARQUES, Ana Clara Guerra. <b> A Alquimia da Dança</b>. Luanda: Edições CC, 1999.<br />
<br />
*MELGAÇO, Paulo. <b> Mercedes Baptista, a Criação da Identidade Negra na Dança. </b> Brasília: Fundação Cultural Palmares, 2007.<br />
<br />
*MONTEIRO, Marianna. F. M. . <b> Dança Afro: </b> Uma Dança Moderna Brasileira. In: NORA, Sigrid e SPANGHERO, Maíra. (Org.). Húmus 4. Caxias do Sul: Lorigraf, 2011, v., p. 51-59.<br />
<br />
*PEREIRA, Roberto. <b> A Formação do Balé Brasileiro. </b> Rio de Janeiro: 2003. Editora FGV.<br />
<br />
*SABINO, Jorge; LODY, Raul. <b> Danças de Matriz Africana: antropologia do movimento. </b> Rio de Janeiro: Pallas, 2011.<br />
<br />
*<b>BALÉ DE PÉ NO CHÃO</b> – a dança afro de Mercedes Baptista. Direção: Lilian Sola Santiago e Marianna Monteiro. São Paulo: Fundação Cultural Palmares, c.2005. 1 DVD.<br />
<br />
<br />
=Ver também=<br />
<br />
*[[Primeira Reunião Setorial de Dança Afro ]]<br />
<br />
*[[A Dança dop Candomblé]]<br />
<br />
*[[A Dança na Umbanda]] <br />
<br />
<br />
<br />
--[[Usuário:Gabriel Lima|Gabriel Lima]] 11h22min de 28 de abril de 2013 (BRT)</div>Gabriel Limahttp://wikidanca.net/wiki/index.php/Primeira_Reuni%C3%A3o_Setorial_de_Dan%C3%A7a_AfroPrimeira Reunião Setorial de Dança Afro2013-07-26T17:52:10Z<p>Gabriel Lima: /* Ver Também */</p>
<hr />
<div>[[Arquivo: Encontrosetorial.jpg]]<br><br />
<small>Flyer da primeira Reunião Setorial de Dança Afro-Brasileira do Estado do Rio de Janeiro. <br><br />
Disponível em: [http://ctrlaltdanca.com/2012/11/11/textos-gabriel-lima-escreve-relato-sobre-a-primeira-reuniao-setorial-de-danca-afro-brasileira-no-sesc-madureira-rj ctrl+alt+dança]</small><br />
<br />
<br />
<br />
Aconteceu na tarde do dia 03 de novembro de 2012 e às vésperas do Dia da Consciência Negra, no [http://www.sescrio.org.br/unidades/sesc-madureira SESC Madureira], a primeira Reunião Setorial de [[Dança Afro-brasileira]] do Estado do Rio de Janeiro. Organizado pelos professores Kátia Bezerra e Ney Andrade, a reunião, que pretendeu ser o primeiro evento de uma série de atividades, visou a discussão da atual situação da dança afro no estado do Rio de Janeiro.<br />
<br />
<br />
Estiveram presentes profissionais de diferentes gerações da dança, que por meio de testemunhos e troca de experiências de diferentes realidades traçaram um perfil do que é a dança afro nos dias e nas cidades de hoje.<br />
<br />
<br />
Questões como a antiga obrigatoriedade da dança afro nas escolas de formação técnica em dança, a aderência dos alunos às aulas de afro, o aumento do nível de dificuldade teórica nas provas de obtenção do registro profissional e a preservação teórica das bases que fundamentam a técnica de dona [[Mercedes Baptista]], a criadora da dança afro-brasileira, foram colocadas em pauta. <br />
<br />
<br />
Os participantes da reunião, dentre eles professores, pesquisadores, coreógrafos e intérpretes relataram a necessidade de dar à dança afro maior visibilidade no cenário cultural do estado do Rio de Janeiro. O registro e divulgação formal da técnica de dança afro, alinhado com novas pesquisas de movimento, a realização de <i>workshops</i> de atualização profissional e a programação de aulas de afro e festivais em diferentes espaços foram propostas discutidas e que foram realizadas pelos participantes da reunião ao longo de 2012 e 2013 para levar a dança afro para os palcos e corpos fluminenses.<br />
<br />
<br />
Foi levantada ainda a necessidade do apoio do [http://www.spdrj.com.br/ SPDRJ – Sindicato dos Profissionais de Dança do Estado do Rio de Janeiro nessa empreitada]. O Sindicato foi comunicado quanto a realização da reunião e convidado a participar das próximas edições do evento.<br />
<br />
<br />
Provas de obtenção de registro profissional foram realizadas em novembro de 2012 pelo SPDRJ na cidade do Rio de Janeiro e, a exemplo do ano de 2011, foi realizada também prova para Dançarino Afro que já não acontecia há quase uma década e que se repetiu pelo segundo ano consecutivo.<br />
<br />
<br />
Iniciativas como a realização da Reunião Setorial e das provas para obtenção do registro profissional mostram que a dança afro vive - e vive forte! Um maior reconhecimento desta manifestação dançante autenticamente brasileira ainda é necessário e a iniciativa que se inicia no Rio de Janeiro com a ocorrência da Reunião Setorial de Dança Afro-Brasileira legitima o engajamento da classe nesta causa do corpo e da cultura.<br />
<br />
<br />
=Ver Também=<br />
<br />
<br />
*[[Dança Afro-brasileira]]<br />
<br />
*[http://ctrlaltdanca.com/2012/11/11/textos-gabriel-lima-escreve-relato-sobre-a-primeira-reuniao-setorial-de-danca-afro-brasileira-no-sesc-madureira-rj/ Blog ctrl+alt+dança]<br />
<br />
*[http://www.spdrj.com.br/ Sindicato dos Profissionais de Dança do Estado do Rio de Janeiro]<br />
<br />
<br />
--[[Usuário:Gabriel Lima|Gabriel Lima]] 14h00min de 29 de junho de 2013 (BRT)</div>Gabriel Limahttp://wikidanca.net/wiki/index.php/Silvia_SoterSilvia Soter2013-07-25T22:00:01Z<p>Gabriel Lima: /* Ver Também */</p>
<hr />
<div>[[Arquivo:Silvia_Soter.jpg]]<br />
<br />
<br />
--[[Usuário:Luanabezerra|Luanabezerra]] 20h00min de 1 de fevereiro de 2012 (BRST)<br />
<br />
== História ==<br />
<br />
<br />
Silvia Soter é uma grande colaboradora da dança brasileira, atuante pela melhoria das condições dos artistas e das políticas públicas na dança. É graduada em Artes, em Comunicação Visual pela PUC- Rio (1988), em Dança pela Universidade de Paris 8 na França (1996), é mestre em Teatro pela UNIRIO (2005) e professora de Ginástica Holística – Método da Dr. Ehrenfried, formada por Marie-Josèphe Guichard na França, desde 1996 e do Curso de Dança da UniverCidade, desde 1998.<br />
<br />
<br />
É Crítica de dança do jornal ''O Globo'' e junto com [[Roberto Pereira]], foi organizadora da publicação “Lições de Dança”. Atua como dramaturgista da [[Cia Lia Rodrigues de Danças]] desde 2002.<br />
<br />
<br />
Nos anos 2004 e 2005 foi coordenadora pedagógica da Escola de Dança da Maré, é autora do livro “Cidadãos dançantes: a experiência de Ivaldo Bertazzo com o corpo de dança da Maré”, UniverCidade Editora, em 2007 e produziu o DVD “[[Corpo Aceso]]: experiências em Educação Somática para bailarinos e não bailarinos” em 2010.<br />
<br />
<br />
Desde julho de 2009, está a frente do programa de rádio semanal “Arte movimento: Corpo e dança” na Rádio Roquette Pinto, Rio de Janeiro. Atualmente, é professora do Departamento de Didática – Faculdade de Educação/UFRJ e coordenadora da área de cultura da Redes de Desenvolvimento da Maré. E ainda é palestrante em diversos eventos, seminários e festivais de dança em todo país.<br />
<br />
<br />
Crédito foto: Antônio Pessoa Fly Studio<br />
<br />
== Publicações ==<br />
<br />
<br />
- Roberto Pereira; Silvia Soter(Orgs.) - ''Licões de dança 1'', UniverCidade Editora, Rio de Janeiro, 1999.<br />
<br />
<br />
- Roberto Pereira; Silvia Soter(Orgs.) - ''Licões de dança 2'', UniverCidade Editora, Rio de Janeiro, 2000.<br />
<br />
<br />
- Roberto Pereira; Silvia Soter(Orgs.) - ''Licões de dança 3'', UniverCidade Editora, Rio de Janeiro, 2002.<br />
<br />
<br />
- Roberto Pereira; Silvia Soter(Orgs.) - ''Licões de dança 4'', UniverCidade Editora, Rio de Janeiro, 2004.<br />
<br />
<br />
- Roberto Pereira; Silvia Soter(Orgs.) - ''Licões de dança 5'', UniverCidade Editora, Rio de Janeiro, 2005.<br />
<br />
<br />
-''Cidadãos dançantes: a experiência de Ivaldo Bertazzo com o corpo de dança da Maré'', UniverCidade Editora, 2007. <br />
<br />
<br />
== Vídeo relacionado ==<br />
<br />
- Trailer de Corpo Aceso<br />
[http://www.vimeo.com/16847363]<br />
<br />
<br />
==Ver Também==<br />
<br />
*[[Entrevista: Silvia Soter]]<br />
<br />
*[http://www.silviasoter.com Site Oficial Silvia Soter]<br />
<br />
*[[Corpo Aceso]] : página sobre o DVD na wikidanca.net</div>Gabriel Limahttp://wikidanca.net/wiki/index.php/Silvia_SoterSilvia Soter2013-07-25T21:57:17Z<p>Gabriel Lima: </p>
<hr />
<div>[[Arquivo:Silvia_Soter.jpg]]<br />
<br />
<br />
--[[Usuário:Luanabezerra|Luanabezerra]] 20h00min de 1 de fevereiro de 2012 (BRST)<br />
<br />
== História ==<br />
<br />
<br />
Silvia Soter é uma grande colaboradora da dança brasileira, atuante pela melhoria das condições dos artistas e das políticas públicas na dança. É graduada em Artes, em Comunicação Visual pela PUC- Rio (1988), em Dança pela Universidade de Paris 8 na França (1996), é mestre em Teatro pela UNIRIO (2005) e professora de Ginástica Holística – Método da Dr. Ehrenfried, formada por Marie-Josèphe Guichard na França, desde 1996 e do Curso de Dança da UniverCidade, desde 1998.<br />
<br />
<br />
É Crítica de dança do jornal ''O Globo'' e junto com [[Roberto Pereira]], foi organizadora da publicação “Lições de Dança”. Atua como dramaturgista da [[Cia Lia Rodrigues de Danças]] desde 2002.<br />
<br />
<br />
Nos anos 2004 e 2005 foi coordenadora pedagógica da Escola de Dança da Maré, é autora do livro “Cidadãos dançantes: a experiência de Ivaldo Bertazzo com o corpo de dança da Maré”, UniverCidade Editora, em 2007 e produziu o DVD “[[Corpo Aceso]]: experiências em Educação Somática para bailarinos e não bailarinos” em 2010.<br />
<br />
<br />
Desde julho de 2009, está a frente do programa de rádio semanal “Arte movimento: Corpo e dança” na Rádio Roquette Pinto, Rio de Janeiro. Atualmente, é professora do Departamento de Didática – Faculdade de Educação/UFRJ e coordenadora da área de cultura da Redes de Desenvolvimento da Maré. E ainda é palestrante em diversos eventos, seminários e festivais de dança em todo país.<br />
<br />
<br />
Crédito foto: Antônio Pessoa Fly Studio<br />
<br />
== Publicações ==<br />
<br />
<br />
- Roberto Pereira; Silvia Soter(Orgs.) - ''Licões de dança 1'', UniverCidade Editora, Rio de Janeiro, 1999.<br />
<br />
<br />
- Roberto Pereira; Silvia Soter(Orgs.) - ''Licões de dança 2'', UniverCidade Editora, Rio de Janeiro, 2000.<br />
<br />
<br />
- Roberto Pereira; Silvia Soter(Orgs.) - ''Licões de dança 3'', UniverCidade Editora, Rio de Janeiro, 2002.<br />
<br />
<br />
- Roberto Pereira; Silvia Soter(Orgs.) - ''Licões de dança 4'', UniverCidade Editora, Rio de Janeiro, 2004.<br />
<br />
<br />
- Roberto Pereira; Silvia Soter(Orgs.) - ''Licões de dança 5'', UniverCidade Editora, Rio de Janeiro, 2005.<br />
<br />
<br />
-''Cidadãos dançantes: a experiência de Ivaldo Bertazzo com o corpo de dança da Maré'', UniverCidade Editora, 2007. <br />
<br />
<br />
== Vídeo relacionado ==<br />
<br />
- Trailer de Corpo Aceso<br />
[http://www.vimeo.com/16847363]<br />
<br />
<br />
==Ver Também==<br />
<br />
[[Entrevista: Silvia Soter]]<br />
<br />
<br />
Site da artista<br />
[http://www.silviasoter.com]<br />
<br />
<br />
[[Corpo Aceso]] : página do DVD na wikidanca.net</div>Gabriel Limahttp://wikidanca.net/wiki/index.php/Corpo_AcesoCorpo Aceso2013-07-03T12:26:40Z<p>Gabriel Lima: Criou página com 'Arquivo: Corpoaceso.JPG<BR> <small>Capa do DVD<i>Corpo Aceso</i></small><BR> Neste DVD, destinado a bailarinos, alunos e professores de dança e interessados pelo movimento...'</p>
<hr />
<div>[[Arquivo: Corpoaceso.JPG]]<BR><br />
<small>Capa do DVD<i>Corpo Aceso</i></small><BR><br />
<br />
<br />
Neste DVD, destinado a bailarinos, alunos e professores de dança e interessados pelo movimento e por métodos de trabalho corporal, [[Silvia Soter]] apresenta alguns cruzamentos entre o campo da Educação Somática e a Dança, a partir de depoimentos, propostas de aulas práticas e experiências a serem realizadas individualmente ou em grupo. <BR><br />
<br />
<br />
O DVD contém uma aula dada por Silvia Soter, onde pode-se observar a aplicação do método Ehrenfried, no qual Silvia Soter é formada e ministra aulas desde 1996. <BR><br />
<br />
<br />
[[Arquivo: Corpoaceso1.JPG]]<BR><br />
<small>Cena do DVD<i>Corpo Aceso</i></small><BR><br />
<br />
<br />
Com o uso de orientações simples e do uso de referências externas como objetos e imagens a serem pensadas, Silvia leva seus alunos a processo de redescoberta de seus corpos. Propondo jogos e situações que muitas vezes propõem um desafio a nossa normal e característica atitude cotidiana, as aulas dão aos seus participantes a possibilidade de se repensarem em quanto corpos (dançantes) e acima de tudo, como corpos para a vida.<br />
<br />
<br />
[[Arquivo: Corpoaceso2.JPG]] <BR><br />
<small>Cena do DVD<i>Corpo Aceso</i></small><BR><br />
<br />
<br />
Ainda no DVD, há uma sessão onde Silvia conduz o seu telespectador num mergulho inicial na educação somática.<br />
<br />
<br />
[[Arquivo: Corpoaceso3.JPG]] <BR><br />
<small>Cena do DVD<i>Corpo Aceso</i></small><BR><br />
<br />
<br />
O DVD conta com depoimentos de personalidades importantes da dança nacional e internacional, como: Clarice Silva, Claudia Damasio, Dani Lima, Lilyen Vass, Nathalie Schulmann, disponível [http://wikidanca.net/wiki/index.php/An%C3%A1lise_Funcional_do_Corpo_no_Movimento_Dan%C3%A7ado aqui] e da própria Silvia Soter, que está disponível [http://wikidanca.net/wiki/index.php/Entrevista:_Silvia_Soter neste link].<br />
<br />
<br />
<b><u>Ficha Técnica</u></b><br><br />
<br />
<br />
<b> Produção e direção: </b> Silvia Soter e Theo Dubeux. <br><br />
<b> Conteúdo: </b>Silvia Soter <br><br />
<b> Roteiro: </b>Beth Ritto<br><br />
<b> Câmera e edição: </b> Theo Dubeux <br><br />
<b> Música: </b>Felipe Rocha <br><br />
<b> Programação visual: </b> Soter Design <br><br />
<b> Realização:</b> Funarte <br><br />
<b>Ano:</b> 2010<br><br />
<br />
<br />
--[[Usuário:Gabriel Lima|Gabriel Lima]] 09h26min de 3 de julho de 2013 (BRT)</div>Gabriel Limahttp://wikidanca.net/wiki/index.php/Arquivo:Corpoaceso3.JPGArquivo:Corpoaceso3.JPG2013-07-03T12:14:18Z<p>Gabriel Lima: Cena do DVD Corpo Aceso.</p>
<hr />
<div>Cena do DVD Corpo Aceso.</div>Gabriel Limahttp://wikidanca.net/wiki/index.php/Arquivo:Corpoaceso2.JPGArquivo:Corpoaceso2.JPG2013-07-03T12:14:07Z<p>Gabriel Lima: Cena do DVD Corpo Aceso.</p>
<hr />
<div>Cena do DVD Corpo Aceso.</div>Gabriel Limahttp://wikidanca.net/wiki/index.php/Arquivo:Corpoaceso1.JPGArquivo:Corpoaceso1.JPG2013-07-03T12:13:55Z<p>Gabriel Lima: Cena do DVD Corpo Aceso.</p>
<hr />
<div>Cena do DVD Corpo Aceso.</div>Gabriel Limahttp://wikidanca.net/wiki/index.php/Arquivo:Corpoaceso.JPGArquivo:Corpoaceso.JPG2013-07-03T12:13:36Z<p>Gabriel Lima: Capa do DVD Corpo Aceso</p>
<hr />
<div>Capa do DVD Corpo Aceso</div>Gabriel Limahttp://wikidanca.net/wiki/index.php/An%C3%A1lise_Funcional_do_Corpo_no_Movimento_Dan%C3%A7adoAnálise Funcional do Corpo no Movimento Dançado2013-07-02T23:49:29Z<p>Gabriel Lima: Criou página com '=O que é= A Análise Funcional do Corpo no Movimento Dançado - AFCMD é a terminologia através da qual a área da Educação Somática se desenvolveu na França. [[Arquiv...'</p>
<hr />
<div>=O que é=<br />
<br />
<br />
A Análise Funcional do Corpo no Movimento Dançado - AFCMD é a terminologia através da qual a área da Educação Somática se desenvolveu na França. <br />
<br />
<br />
[[Arquivo: Nathalie.jpg]]<br><br />
<small>Nathalie Schulmann em entrevista para o DVD Corpo Aceso.</small><br><br />
<br />
<br />
A entrevista que se segue foi dada por [http://nathalieschulmann.com/ Nathalie Schulmann] para o DVD [[Corpo Aceso]], de [[Silvia Soter]]. <br />
<br />
Nathalie é francesa e é formadora da Análise Funcional do Movimento Dançado. <br />
<br />
<br />
=Entrevista=<br />
<br />
<br />
A Análise Funcional do Corpo no Movimento Dançado, o nome que substitui a Kinesiologia da Dança, poderia ser se resumir a uma frase: “Diga-me como se mantém de pé que te direi como você dança.” Quando eu digo como você se mantém de pé, é sobretudo como você elaborou sua postura, então é evidente que há uma grande parte do trabalho que é orientada para a compreensão da organização postural em relação ao movimento que é investido pelo dançarino. Não é o caso de fazer um estudo postural do tipo Fisioterapia Analítica, onde iríamos olhar como a pessoa se mantém de pé, eventualmente para corrigi-la em relação a um alinhamento justo, mas sim colocar em perspectiva quais as zonas do corpo ela oculta, em função de uma postura inicial que lhe dá acesso mais fácil a certas partes do corpo e acessos menos nítidos – me explico: eu diria que certas posturas tem a tendência de congelar alguns graus de liberdade articular em alguns planos em função de certos movimentos, simplesmente porque um músculo estará o empo todo em contração para sustentar o corpo, ao invés da postura ser a harmonização de tensões a nível do corpo todo. Então é evidente que vou sublinhar esta tomada de consciência do dançarino, dos lugares de tensão, e propor alguns caminhos que possam fazer circular as forças através de seu corpo de maneira mais harmônica, então, efetivamente existem situações de restrições que proponho realinhamentos, por exemplo, através de objetos, de práticas através de objetos, mas o objetivo não é mudar a pessoa sob o plano postural, lhe fazendo acreditar que mudando sua postura a partir do exterior – já que minhas propostas vêm do exterior – ela otimizaria o seu movimento, de dentro. É mais como oferecer um conjunto de ferramentas – [http://fr.wikipedia.org/wiki/Laurence_Louppe Laurence Louppe] falaria de um “instrumentarium” – com as quais ela poderá jogar, pois para mim é uma abordagem que tem que se manter lúdica, senão ela leva demais em conta os aspectos psicológicos da pessoa e quando digo psicologia, digo tudo que tocas as suas funções, no que a gente não deve cutucar, mas, ao mesmo tempo, é um método suficientemente perturbador para que a gente não economize esse tipo de questionamento em relação a si próprio. Então é um equilíbrio bastante fino a ser encontrado, entre uma abordagem que propõe algumas situações de restrições que obrigam a pessoa a mudar seus hábitos, ou em todo caso, a tomar consciência destes e questioná-los, mas que ao mesmo tempo não obriga a pessoa a mudar seus hábitos se é sobre estes que pensa estar construído o plano artístico, estilístico e estético. <br />
<br />
<br />
[[Arquivo: Digame2.jpg]]<br />
<br />
<br />
Então, a partir do que pude criar como situação de restrições permitindo esses ajustes posturais, esses questionamentos em relação a nossos hábitos, as coordenações recorrentes, que retornam sistematicamente para uma mesma pessoa, na forma como ela administra, eu diria, a quantidade de peso que ela investe no movimento, pois chegamos a decriptar que para uma pessoa, para cada um de nós tem uma maneira de regular a tonicidade postural que vai dar um sentimento de relação ao espaço extremamente específico, que seria o que [[Rudolf von Laban]] chamou de “assinatura corporal” e eu num determinado momento torna-se uma carteira de identidade gravitacional. No trabalho que faço com os coreógrafos, de maneira “veterinária”, ainda hoje, vou decriptar do meu jeito, com as minhas ferramentas, alguns sintomas da relação com a gravidade que o coreógrafo ou os dançarinos da companhia podem revelar e, a partir daí, em função da obra que se elabora e em função do sentido que percebo da obra, eu vou fazer proposições em relação a eventuais transformações, nuances, e, relação a este estado gravitacional, é como se pude reinterpretar do que Yano chamava de artificio, é um pouco de minha maneira, que eu aprendi. Num determinado momento há uma etapa com os coreógrafos e os dançarinos/intérpretes que seria da ordem da tomada de consciência biológica dos mecanismos e em seguida uma outra etapa que seria a elaboração de novas coordenações, novos padrões, talvez mesmo mutações da tonicidade em vista da elaboração de uma obra que emanaria um sentido, para extrair a recepção que o público faria da obra. Existem duas etapas. Para mim, não é o caso de aplicar as bases fisiológicas do corpo no movimento em cena, é uma ferramenta mediadora, de forma alguma uma ferramenta criadora. <br />
<br />
<br />
=Fonte=<br />
<br />
<br />
*CORPO ACESO: experiências em educação somática para bailarinos e não bailarinos. Produção e direção: Silvia Soter e Theo Dubeux. Conteúdo: Silvia Soter. Roteiro: Beth Ritto. Câmera e edição: Theo Dubeux. Música: Felipe Rocha. Programação visual: Soter Design. Realização: Funarte. Rio de Janeiro: 2009. 1DVD<br />
<br />
<br />
=Ver Também=<br />
<br />
*[[Entrevista: Silvia Soter]]<br />
<br />
<br />
--[[Usuário:Gabriel Lima|Gabriel Lima]] 20h49min de 2 de julho de 2013 (BRT)</div>Gabriel Limahttp://wikidanca.net/wiki/index.php/Arquivo:Digame2.jpgArquivo:Digame2.jpg2013-07-02T23:40:31Z<p>Gabriel Lima: foi enviada uma nova versão de &quot;Arquivo:Digame2.jpg&quot;</p>
<hr />
<div>“Diga-me como se mantém de pé que te direi como você dança.” Nathalie Schulmann</div>Gabriel Limahttp://wikidanca.net/wiki/index.php/Arquivo:Nathalie.jpgArquivo:Nathalie.jpg2013-07-02T23:36:10Z<p>Gabriel Lima: foi enviada uma nova versão de &quot;Arquivo:Nathalie.jpg&quot;: Nathalie Schulmann em entrevista para o DVD Corpo Aceso.</p>
<hr />
<div>Nathalie Schulmann em entrevista para o DVD Corpo Aceso.</div>Gabriel Limahttp://wikidanca.net/wiki/index.php/Arquivo:Nathalie.jpgArquivo:Nathalie.jpg2013-07-02T23:34:22Z<p>Gabriel Lima: Nathalie Schulmann em entrevista para o DVD Corpo Aceso.</p>
<hr />
<div>Nathalie Schulmann em entrevista para o DVD Corpo Aceso.</div>Gabriel Limahttp://wikidanca.net/wiki/index.php/Arquivo:Digame2.jpgArquivo:Digame2.jpg2013-07-02T23:07:11Z<p>Gabriel Lima: “Diga-me como se mantém de pé que te direi como você dança.” Nathalie Schulmann</p>
<hr />
<div>“Diga-me como se mantém de pé que te direi como você dança.” Nathalie Schulmann</div>Gabriel Lima