Kurt Jooss

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Kurt Jooss foi um pensador do mundo da dança, bailarino e coreógrafo considerado o precursor da dança teatro ou thanztheater por promover a mistura entre ballet clássico, artes visuais e teatro. Foi fundador de várias companhias de dança, incluindo mais notavelmente o Tanztheater Folkwang, em Essen (ALE).
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História

Nasceu em 12 de janeiro de 1901 em Wasseralfingen, Alemanha e interessou-se desde muito jovem por canto, teatro e artes visuais, tocava piano e era exímio fotógrafo. Iniciou aulas com Rudolf von Laban em 1920 e até 1924 estudou, dançou - para e com- e foi um de seus seguidores mais notáveis. Associou-se também, ao lado de Laban,ao movimento nomeado Ausdruckstanz (Dança Expressionista).

Abriu sua companhia ” Die Neue Tanzbühne “ em 1924, unindo seu trabalho ao do músico e compositor Fritz A. Cohen, com quem compartilhou a crença de que a coreografia e a música devem evoluir juntos para dar expressão à ideia dramática no estilo e forma unificada. Jooss usou narrativas e técnicas de teatro moderno para fazer o que foi chamado de Dança Teatro, desenvolvendo ainda mais o trabalho de Laban e seu sistema de notação.

Sua primeira coreografia foi denominada “Ein Persiche Märchen” (Um conto Persa). Em 1925, Jooss e Sigurd Leeder se juntaram a um grupo de artistas e abriram uma nova escola de dança chamada "Westfälische Akademie für Bewegung, Sprache und Musik" (Academia de Movimento, fala e música). Ambos estiveram em Paris em 1926 para estudar balé clássico com a bailarina russa Lubov Egorova.

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O trabalho da dupla Jooss e Leeder “Dance of Dead” (Dança da Morte) de 1927, foi criticado por ser demasiado avant-garde. No mesmo ano, ainda estudando dança acadêmica, Jooss foi contratado para dirigir o "Westfälische Akademie" de Essen, , que tornou-se “Folkwang Schule” , base do “Folklang Tanztheater”, que se tornaria seis anos mais tarde o “ Ballet Jooss”.

Jooss gostava de movimentos naturalistas em montagens com enredos e temas que abordam questões sociológicas. Em 1932, a montagem antibelicista “ The Green Table” (A Mesa Verde) foi premiada tornando-se aclamada pela crítica mundial como uma obra prima e a principal mostra do seu estilo. Satirizou a hipocrisia dos diplomatas, a dor e os aspectos terríveis que envolvem as guerras, a violência e cinismo dos donos do poder, mantendo-se tão atual quanto no ano em que foi concebida.
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Pressionado pelo nazismo saiu da Alemanha em 1933 (uma vez que se recusou a demitir os judeus de sua equipe). Após a turnê na Europa e América, refugiou-se na Inglaterra, onde seguiu lecionando artes cênicas e dança na escola que fundou com Leeder, em Dartington, nesse tempo fez “ Ball in Old Vienna”. Montou ainda mais obras neste período incluindo “Pandora” 1934, com imagens perturbadoras de um desastre humano e tragédia.

Entre 1947 e 1949 trabalhou no Chile, retornando em seguida a Essen e retomou sua posição como diretor de dança da Folkwang University. Ali permaneceu até 1968, estabelecendo um programa de pós-graduação com foco em performance e composição. Nesse mesmo programa Pina Bausch apresentou seu primeiro trabalho coreográfico. Hoje, a Folkwang University of the Arts continua a ser um importante centro de referência para estudiosos da tanztheater. Acumulou ainda o posto de diretor da Ópera de Dussenldorf, de 1954 a 1956.

Entre os inúmeros Ballets que criou, destacam-se “Weg im Nebel” (Caminho na Bruma), “Nachtanz” (Viagem Noturna), “ DieFeien Königin” (A Rainha das Fadas), “ Castor e Polux”, “Didon und Aeneas” e “ La ripresentazione di anima e di corpo”, as quatro últimas a partir de partituras de Henry Purcell, Rameau e Cavalieri. Conheceu também sucesso internacional a obra “ A Grande Cidade”, que aborda um casal de namorados, sendo ele um operário, retornando do rabalho no meio da multidão metropolitana. Um libertino, procurando por novas experiências, seduz a jovem que, empolgada pela promessa de aventuras, foge com ele para danceterias onde encontrará a desilusão.

Aposentou-se em 1968 e morreu em 1979 em decorrência de um acidente automobilístico na cidade de Heilbronn, Alemanha Ocidental.

Jooss esteve no Brasil em 1939 com sua companhia, suas peças são representadas ainda hoje, especialmente “The Green Table”, sob a supervisão de Anna Markard (filha), conservando a autenticidade de sua obra.

Referências

PORTINARI, Maribel. História da dança. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1989.

CAMINADA, Eliana. História da Dança: evolução cultural. Rio de Janeiro: Sprint, 1999.

BOURCIER, Paul. História da Dança no Ocidente. Editions du Seuil, 1978.

STRAUS, Rachel: Kurt Jooss: The founding father of Tanztheaterb in:http://rachelstraus.com/2011/08/kurt-jooss-the-founding-father-of-tanztheater/ Acesso em 19 de junho de 2013.

Ligações Externas

http://gallica.bnf.fr/ark:/12148/btv1b9080407s/f1.planchecontact.langPT

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