Panorama de Dança

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Um dos mais longevos festivais de arte do Brasil, o Panorama teve sua primeira edição em julho de 1992, no Rio de Janeiro. Sob o nome de Panorama da Dança Contemporânea, a 1ª edição do festival aconteceu no [[Espaço Cultural Sérgio Porto]], no Humaitá, sob direção da coreógrafa [[Lia Rodrigues]]. Ele nasceu "no susto", depois que Lia recebeu convite da então diretora da Divisão de Música do [[RioArte]], Lilian Zaremba, para ocupar uma brecha na programação do Sérgio Porto. Dessa forma, o festival acabou integrando a 2ª edição do RioArte Contemporânea, evento originalmente destinado à música. Os anos passaram e, ao longo de 21 edições, o Panorama se consolidou como um dos mais importantes eventos de dança e artes do corpo do país.  
Um dos mais longevos festivais de arte do Brasil, o Panorama teve sua primeira edição em julho de 1992, no Rio de Janeiro. Sob o nome de Panorama da Dança Contemporânea, a 1ª edição do festival aconteceu no [[Espaço Cultural Sérgio Porto]], no Humaitá, sob direção da coreógrafa [[Lia Rodrigues]]. Ele nasceu "no susto", depois que Lia recebeu convite da então diretora da Divisão de Música do [[RioArte]], Lilian Zaremba, para ocupar uma brecha na programação do Sérgio Porto. Dessa forma, o festival acabou integrando a 2ª edição do RioArte Contemporânea, evento originalmente destinado à música. Os anos passaram e, ao longo de 21 edições, o Panorama se consolidou como um dos mais importantes eventos de dança e artes do corpo do país.  
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[[arquivo:A ballet story - Victor Hugo Pontes 2012.jpg | A ballet story - Victor Hugo Pontes 2012]]
A 1ª edição do Panorama reuniu nomes experientes como [[Regina Miranda]], [[Renato Vieira]] e [[Regina Sauer]] e estreantes como [[Andréa Maciel]], [[Rubens Barbot]], a dupla [[Paulo Marques]] e [[Giselda Fernandes]], além do grupo da própria Lia. Ao todo, 13 companhias se apresentaram naquele ano. Sem uma linha curatorial e nem recursos financeiros para sua realização, a ideia central do recém-criado festival era oferecer "olhares plurais da dança", como Lia registrou no primeiro programa (escrito por ela mesma, numa máquina de escrever). A 1ª edição do Panorama contabilizou um público de 1.600 pessoas em uma semana de apresentações.  
A 1ª edição do Panorama reuniu nomes experientes como [[Regina Miranda]], [[Renato Vieira]] e [[Regina Sauer]] e estreantes como [[Andréa Maciel]], [[Rubens Barbot]], a dupla [[Paulo Marques]] e [[Giselda Fernandes]], além do grupo da própria Lia. Ao todo, 13 companhias se apresentaram naquele ano. Sem uma linha curatorial e nem recursos financeiros para sua realização, a ideia central do recém-criado festival era oferecer "olhares plurais da dança", como Lia registrou no primeiro programa (escrito por ela mesma, numa máquina de escrever). A 1ª edição do Panorama contabilizou um público de 1.600 pessoas em uma semana de apresentações.  
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Em 1996, o Panorama recebeu a primeira atração internacional: a francesa [http://www.cbastin.com/ "Compagnie Christine Bastin"]. A vinda da companhia foi possível graças ao intercâmbio iniciado no ano anterior com a Bienal de Dança de Lyon, então dirigida por Guy Darmet. Christine apresentou o solo "La fungue" e um trecho de "Abel Abeth", do repertório da companhia. O caráter internacional do festival foi consolidado no ano 2000, quando passou a receber um maior número de atrações internacionais que nos anos anteriores, dentre elas a prestigiada [http://fr.wikipedia.org/wiki/Maguy_Marin "Compagnie Maguy Marin"], da França.  
Em 1996, o Panorama recebeu a primeira atração internacional: a francesa [http://www.cbastin.com/ "Compagnie Christine Bastin"]. A vinda da companhia foi possível graças ao intercâmbio iniciado no ano anterior com a Bienal de Dança de Lyon, então dirigida por Guy Darmet. Christine apresentou o solo "La fungue" e um trecho de "Abel Abeth", do repertório da companhia. O caráter internacional do festival foi consolidado no ano 2000, quando passou a receber um maior número de atrações internacionais que nos anos anteriores, dentre elas a prestigiada [http://fr.wikipedia.org/wiki/Maguy_Marin "Compagnie Maguy Marin"], da França.  
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No que diz respeito ao financiamento do Panorama, 1997 foi um ano divisor de águas: foi a partir dele que o festival passou a ter apoio direto do Instituto Municipal de Arte e Cultura (RioArte), levando a marca para o seu nome e passando a se chamar Panorama RioArte de Dança. Naquele ano, o festival viu duplicar seu patrocínio, passou a ser realizado no Teatro Carlos Gomes (bem maior que o Espaço Cultural Sérgio Porto) e seguiu apostando nas atracões internacionais, agora com o apoio do [http://www.goethe.de/ins/br/lp/ptindex.htm "Instituto Goethe"]. Este ano também foi importante para que o festival despertasse, enfim, o interesse de público e da mídia. Depois de cinco edições, o Panorama entrava no calendário oficial de eventos da cidade.  
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No que diz respeito ao financiamento do Panorama, 1997 foi um ano divisor de águas: foi a partir dele que o festival passou a ter apoio direto do Instituto Municipal de Arte e Cultura (RioArte), levando a marca para o seu nome e passando a se chamar Panorama RioArte de Dança. Naquele ano, o festival viu duplicar seu patrocínio, passou a ser realizado no Teatro Carlos Gomes (bem maior que o Espaço Cultural Sérgio Porto) e seguiu apostando nas atracões internacionais, agora com o apoio do [http://www.goethe.de/ins/br/lp/ptindex.htm "Instituto Goethe"]. Este ano também foi importante para que o festival despertasse, enfim, o interesse de público e da mídia. Depois de cinco edições, o Panorama entrava no calendário oficial de eventos da cidade.
== Patrocinadores e Parceiros ==
== Patrocinadores e Parceiros ==

Edição de 21h01min de 30 de junho de 2013

Tabela de conteúdo

História

Um dos mais longevos festivais de arte do Brasil, o Panorama teve sua primeira edição em julho de 1992, no Rio de Janeiro. Sob o nome de Panorama da Dança Contemporânea, a 1ª edição do festival aconteceu no Espaço Cultural Sérgio Porto, no Humaitá, sob direção da coreógrafa Lia Rodrigues. Ele nasceu "no susto", depois que Lia recebeu convite da então diretora da Divisão de Música do RioArte, Lilian Zaremba, para ocupar uma brecha na programação do Sérgio Porto. Dessa forma, o festival acabou integrando a 2ª edição do RioArte Contemporânea, evento originalmente destinado à música. Os anos passaram e, ao longo de 21 edições, o Panorama se consolidou como um dos mais importantes eventos de dança e artes do corpo do país.

A ballet story - Victor Hugo Pontes 2012

A 1ª edição do Panorama reuniu nomes experientes como Regina Miranda, Renato Vieira e Regina Sauer e estreantes como Andréa Maciel, Rubens Barbot, a dupla Paulo Marques e Giselda Fernandes, além do grupo da própria Lia. Ao todo, 13 companhias se apresentaram naquele ano. Sem uma linha curatorial e nem recursos financeiros para sua realização, a ideia central do recém-criado festival era oferecer "olhares plurais da dança", como Lia registrou no primeiro programa (escrito por ela mesma, numa máquina de escrever). A 1ª edição do Panorama contabilizou um público de 1.600 pessoas em uma semana de apresentações.

No ano seguinte, 1993, o Panorama voltou a ser realizado, agora com uma pequena verba cedida pela Prefeitura (através do RioArte), e dando início a um processo de reflexão sobre a produção de dança contemporânea no Rio de Janeiro. Naquele ano participaram Helena Bastos, Paulo Caldas, Maria Alice Poppe, Flávia Guayer, Aluísio Flores, Cia. Aérea de Dança, Paulo Mantuano e Ana Certain e Márcia Rubin, entre outros. Foi em 1993 que Deborah Colker fez a estreia de sua companhia.

Em 1996, o Panorama recebeu a primeira atração internacional: a francesa "Compagnie Christine Bastin". A vinda da companhia foi possível graças ao intercâmbio iniciado no ano anterior com a Bienal de Dança de Lyon, então dirigida por Guy Darmet. Christine apresentou o solo "La fungue" e um trecho de "Abel Abeth", do repertório da companhia. O caráter internacional do festival foi consolidado no ano 2000, quando passou a receber um maior número de atrações internacionais que nos anos anteriores, dentre elas a prestigiada "Compagnie Maguy Marin", da França.

No que diz respeito ao financiamento do Panorama, 1997 foi um ano divisor de águas: foi a partir dele que o festival passou a ter apoio direto do Instituto Municipal de Arte e Cultura (RioArte), levando a marca para o seu nome e passando a se chamar Panorama RioArte de Dança. Naquele ano, o festival viu duplicar seu patrocínio, passou a ser realizado no Teatro Carlos Gomes (bem maior que o Espaço Cultural Sérgio Porto) e seguiu apostando nas atracões internacionais, agora com o apoio do "Instituto Goethe". Este ano também foi importante para que o festival despertasse, enfim, o interesse de público e da mídia. Depois de cinco edições, o Panorama entrava no calendário oficial de eventos da cidade.

Patrocinadores e Parceiros

O fim da parceria com o RioArte se deu em 2004 e novas formas de financiamento ocuparam o espaço vazio deixado pelo antigo parceiro. Ao longo de suas mais de duas décadas, o Panorama conquistou a confiança e o apoio financeiro de uma série de órgãos nacionais e internacionais, que possibilitaram a realização ininterrupta do evento desde sua primeira edição.

Ao longo de sua história, o festival contou com patrocínios de Petrobras, BNDES, Oi, Caixa Econômica Federal, Funarte, além de parcerias locais com Secretaria de Estado de Cultura (SEC), Secretaria Municipal de Cultura (SMC), Sesc, Cultures France, Instituto Goethe, Consulado Geral da França, Centro Cultural de Espanha, Instituto Camões, Rede Sudamericana de Danza e Centro Muffathalle.

Entre as parcerias destacam-se o festival português Danças na Cidade (hoje Alkantara) e o Sesc São Paulo, que desde 2000 "compartilha" as turnês de companhias internacionais.

Curadores

O Panorama foi criado por Lia Rodrigues, que o capitaneou durante anos de sua própria casa. Em 1998, ela convidou o jornalista e crítico de dança, Roberto Pereira, para dividir com ela a curadoria do festival.

Em 2001 foi formado um conselho consultivo para dialogar com os curadores. Faziam parte deste conselho: Angel Vianna, Nayse López, Sônia Sobral e Fabiana Dultra Britto. No mesmo ano, Nayse López fez a curadoria e a coordenação do programa "Corpo em Risco" e em 2002 ela foi responsável pela coordenação das residências.

A partir de 2005, Roberto Pereira deixa a curadoria do festival e Nayse López e Eduardo Bonito assumem essa função. Lia Rodrigues responde, pelo último ano, pela direção artística e coordenação geral. O Panorama segue sob o comando de Nayse e Eduardo até hoje.

Programação Paralela

Com o crescimento progressivo do Panorama ano a ano, a programação foi ganhando desdobramentos. Alguns dos programas paralelos não funcionaram e tiveram apenas um ano de vida. Outros deram tão certo que foram incluídos na programação e nunca mais saíram.

A primeira experiência com o programa de características específicas foi em 1998. Numa parceria com o Fid - Festival Internacional de Dança, de Belo Horizonte, nasceu o Território Minas, apenas com artistas mineiros. No ano seguinte foi a vez do Noite Carioca, apenas com criações de artistas cariocas.

Em 2000 foi criada a mostra Os Novíssimos, uma programação com jovens coreógrafos que ocupou o Teatro Cacilca Becker e depois o Espaço Cultural Sergio Porto, revelando nomes que futuramente se firmaram no cenário da dança contemporânea carioca. A mostra depois se transformou na Mostra Universitária, até hoje revelando talentos dentro do Panorama.

Projetos colaborativos

Com o passar dos anos, novos formatos de projetos colaborativos foram surgindo. O Encontros 2005/2006 e o Colaboratório (2006/2007 e 2009/2010) foram alguns deles. Ambos resultaram em obras. Em 2007 foi realizado o encontro da Red Sudamericana de Danza no Rio de Janeiro, durante o festival. Isso significou 30 profissionais de diversos países sul-americanos circulando pelo festival e participando de suas atividades.

Em 2005, o Panorama se uniu ao Fid, à Bienal Internacional de Dança do Ceará e ao Festival Internacional de Dança do Recife para criar o Circuito Brasileiro dos Festivais Internacionais de Dança com o objetivo de incentivar a circulação de companhias nacionais e internacionais pelo país.

Mais que um espaço de apresentações, o Panorama se firmou como um momento anual de encontros para se discutir a produção em dança e o pensamento contemporâneo. Nesse contexto, o festival promoveu lançamentos de livros, encontros teóricos, palestras, workshops, conversas após os espetáculos (durante alguns anos chamadas de plateia-foyer) e exibição de vídeos. O Seminário Economia da Dança foi realizado em duas edições: 2008 e 2009. Os encontros promoveram um amplo debate sobre os novos rumos da dança contemporânea como atividade profissional.

Performances

Para comemorar seus 15 anos, o Panorama inaugurou o programa Sentido>Centro, com ocupação de performances e instalações em espaços localizados no Centro do Rio. O programa foi realizado de 2006 a 2009.

Em 2010 foi a vez de a Escola de Artes Visuais do Parque Lage se tornar parceira do festival, inaugurando o programa Tardes no Parque, recebendo performances que poderiam dialogar com as artes visuais.

Formação de público

A partir de 2008, duas importantes iniciativas desviaram o olhar para a crianças. O público infantil ganha uma programação especialmente voltada para ele: o Panoraminha. E uma equipe é montada para cuidar exclusivamente do programa de formação de público, entrando em contato com ONGs, instituições das áreas de educação e saúde, de visitando comunidades e indicando espetáculos condizentes com cada realidade.

Referências

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