Grupo Cena 11
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- | O Grupo Cena 11 é um exemplo de um grupo brasileiro que tem sua produção unida à pesquisa em dança e tecnologia. Na verdade, desde sua fundação, o grupo trabalha com linguagens diversas e intercambiadas na criação de seus espetáculos. Suas criações vão desde uso da linguagem da história de quadrinhos (HQ) mesclada com poesia, até a linguagem de vídeo, uso de próteses e máquinas. O movimento corporal desenvolvido pelo artistas do grupo mistura referências da dança clássica e moderna com movimentos de risco e queda, que acabaram por se tornar sua marca identitária. Há ainda uma expressão de muito vigor na movimentação de cena dos bailarinos, corridas e saltos, atrelado ao uso de tecnologia: tudo que seja necessário para alcançar a ideia desejada de criação coreográfica. | + | O Grupo Cena 11 é um exemplo de um grupo brasileiro que tem sua produção unida à pesquisa em [[dança e tecnologia]]. Na verdade, desde sua fundação, o grupo trabalha com linguagens diversas e intercambiadas na criação de seus espetáculos. Suas criações vão desde uso da linguagem da história de quadrinhos (HQ) mesclada com poesia, até a linguagem de vídeo, uso de próteses e máquinas. O movimento corporal desenvolvido pelo artistas do grupo mistura referências da dança clássica e moderna com movimentos de risco e queda, que acabaram por se tornar sua marca identitária. Há ainda uma expressão de muito vigor na movimentação de cena dos bailarinos, corridas e saltos, atrelado ao uso de tecnologia: tudo que seja necessário para alcançar a ideia desejada de criação coreográfica. |
- | Por pesquisar a relação entre dança e tecnologia há | + | Por pesquisar a relação entre dança e tecnologia há mais de dez anos, o trabalho da companhia vem se intensificando e atualmente já possui uma mediação tecnológica consistente e sofisticada. O risco que se corre em usar tecnologia na criação artística é da fetichização, em que a o artefato passa a ter mais destaque que a obra, ganha maior visibilidade que a criação, esvaziando de sentido e significado o contexto criativo. O grupo Cena 11 parece resolver bem essa questão, já que em sua pesquisa coreográfica todos os recursos, humanos e não-humanos, possuem atuação simétrica na prática criativa. Um cavlo em cena, um cachorro correndo pelo palco, um homem patinando, ou um cenário composto por projeções de vídeo compõem a peça com a mesma relevância que os movimentos corporais dos bailarinos treinados. |
Edição de 15h14min de 3 de julho de 2011
Sediado no sul do Brasil, em Florianópolis (SC), o Grupo Cena 11 Cia de Dança é uma das principais e mais importantes companhias de dança contemporânea do país. Fundado em 1993, sob a direção de Alejandro Ahmed,o Grupo Cena 11 é hoje uma companhia de formação e pesquisa em dança, incluindo ações que contribuem para profissionalização do ambiente onde estão inseridos. Na busca constante por uma dança de múltiplas facetas, o grupo trabalha em colaboração com pesquisadores e técnicos de diversas áreas, animais, tecnologia, e tudo que posso contribuir para uma construção mais ampla de dança.
Tecnologia como marca registrada:
O Grupo Cena 11 é um exemplo de um grupo brasileiro que tem sua produção unida à pesquisa em dança e tecnologia. Na verdade, desde sua fundação, o grupo trabalha com linguagens diversas e intercambiadas na criação de seus espetáculos. Suas criações vão desde uso da linguagem da história de quadrinhos (HQ) mesclada com poesia, até a linguagem de vídeo, uso de próteses e máquinas. O movimento corporal desenvolvido pelo artistas do grupo mistura referências da dança clássica e moderna com movimentos de risco e queda, que acabaram por se tornar sua marca identitária. Há ainda uma expressão de muito vigor na movimentação de cena dos bailarinos, corridas e saltos, atrelado ao uso de tecnologia: tudo que seja necessário para alcançar a ideia desejada de criação coreográfica.
Por pesquisar a relação entre dança e tecnologia há mais de dez anos, o trabalho da companhia vem se intensificando e atualmente já possui uma mediação tecnológica consistente e sofisticada. O risco que se corre em usar tecnologia na criação artística é da fetichização, em que a o artefato passa a ter mais destaque que a obra, ganha maior visibilidade que a criação, esvaziando de sentido e significado o contexto criativo. O grupo Cena 11 parece resolver bem essa questão, já que em sua pesquisa coreográfica todos os recursos, humanos e não-humanos, possuem atuação simétrica na prática criativa. Um cavlo em cena, um cachorro correndo pelo palco, um homem patinando, ou um cenário composto por projeções de vídeo compõem a peça com a mesma relevância que os movimentos corporais dos bailarinos treinados.
Segundo enciclopédia virtual do Itaú Cultural, a tecnologia na composição coreográfica do grupo Cena 11 atua, por exemplo, no sentido de produzir estados de inevitabilidade e prontidão nos corpos. O design do movimento acontece através de um método de controle para o não-controle. Os sistemas de interação entre corpo e modificação do ambiente utilizam sensores, câmeras, acelerômetros, robôs, programas de detecção de padrão e vídeos. Nesse contexto, o público não é apenas testemunha, ele é cúmplice e sua participação é necessária para a realização dos roteiros coreográficos no palco.
Em sua mais recente criação Embodied Voodoo Game (2010), assim está conceituado o trabalho:
Neste espetáculo os bailarinos exploram a relação entre o corpo e o videogame. A dança se cumpre
no aprimoramento de sua relação com a tecnologia por meio de interação entre movimento e
modificação do ambiente via interfaces físico/digitais, em que dispositivos cênicos como o
Acelerômetro (sensor de aceleração e movimento) e um controle de Nintendo Wii são utilizados
pelos bailarinos para controlar som e vídeo. A interatividade total é atingida com a
participação do público que é convidado a participar do jogo proposto compartilhando das ações
de controle na construção de um comportamento cênico. (página oficial: www.cena11.com.br)
Espetáculos:
- Respostas Sobre Dor (1994);
- O Novo Cangaço (1996);
- IN’Perfeito (1997);
- A Carne dos Vencidos no Verbo dos Anjos (1998);
- Violência (2000);
- Projeto SKR (2002);
- Skinnerbox (2005);
- Pequenas Frestas de Ficção Sobre Realidade Insistente (PFdFSRi) (2006-2007);
- SIM ações integradas de consentimento para ocupação e resistência (2008-2010);
- Guia de Ideias Correlatas (2010);
- Embodied Voodoo Game (2010).
Com Patrocínio de Manutenção da Petrobras, o Grupo Cena 11 mantém sua rotina diária de 07horas entre ensaios e criações, pesquisas teóricas e práticas e condicionamento físico. Atualmente possui 08 bailarinos em seu corpo efetivo e 03 Diretores Artísticos.
A companhia desenvolveu uma técnica que pode ser acessada por todos e está em constante diálogo com acadêmicos e pesquisadores interessados em suas ações. Três sólidos conceitos fazem parte da pesquisa do grupo:
- ética e estética sobre o corpo e o ambiente onde este corpo está inserido;
- produção unida à pesquisa artística, dança e tecnologia;
- e, mais recentemente, o intercâmbio de estudo e prática com outros grupos de arte e dança.