Dança Retumbão
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Edição de 23h00min de 19 de abril de 2011
A Marujada é uma manifestação popular no Estado do Pará, que ocorre no período de 25 de Dezembro até o dia 6 do mês de Janeiro, na cidade de Bragança. Teve inicio por volta do ano de 1798, quando a cultura européia atendendo ao pedido de seus escravos, permitiram a organização de uma festa religiosa em devoção a São Benedito. Assim, pode-se dizer que a Marujada de Bragança simboliza um cortejo em louvor ao padroeiro da cidade, São Benedito.
A Marujada é apresentada através de várias danças, dentre estas está o Retumbão. Demonstra ritmo lento, é considerado como uma variação da dança do lundu, porém em aspectos coreográficos o Retumbão apresenta as suas próprias movimentações. A sua nomenclatura origina-se devido ao som dos tambores que os escravos tocavam. Segundo pesquisadores, os portugueses ao ouvirem de longe o ritmo sonoro, diziam que o som “retumbava”. Com isso, a dança foi denominada de Retumbão.
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Coreografia
A dança é apresentada em pares. Inicialmente os cavalheiros dançam sozinhos, mas depois seguem em direção às damas e as convidam para dançar. Neste momento ocorre um volteios das duplas de casais seguindo o ritmo marcado pelos tambores. Após, são as mulheres que dominam o centro da dança demonstrando sutileza e singularidade no movimento. Em seguida, elas ficam livres para escolher o cavalheiro com quem querem continuar a dança.
A coreografia prossegue com volteios completos em torno dos pares, recuos e avanços, entrelace de braços com o próprio par ou com o par vizinho. Os movimentos são acompanhados por fortes estalos dos dedos. E o Retumbão não apresenta a sensualidade observada em outras danças regionais do Estado do Pará.
Indumentária
A vestimenta dos homens caracteriza-se por calças e camisas brancas com um laço de fita de cetim da cor vermelha amarrado no braço direito. Os homens também utilizam chapéu de palha revestido de morim branco, enfeitado com fitas de cetim largas, cujas pontas entrelaçadas, pendem para o lado direito.
Já as mulheres chamadas de marujas, inicialmente apresentam-se com saia colorida feita do tecido chitão, blusa de renda branca de largura aproximadamente até o meio da coxa. No entanto, essa indumentária foi se modificando e atualmente elas dançam trajando uma saia franzida vermelha, blusa de tecido fino e bordada, e sobre esta uma fita larga vermelha de seda ou de lã, com uma grande rosa do mesmo material. As mulheres também utilizam chapéu, é forrado com tecido branco e enfeitado com muitas flores feitas de penas de aves brancas, que cobrem o chapéu por inteiro. A aba traz doze fitas largas de cetim coloridas de comprimento até o meio da coxa. Sempre a mais velha do grupo, chamada “capitoa” carrega na mão um bastão dourado que representa o símbolo da sua autoridade.
Apenas no primeiro dia de apresentação que equivale a 25 de dezembro, as marujas dançam com saias azuis e os homens com camisas da mesma cor. E nos dias seguintes, principalmente no dia 26, quando São Benedito é festejado, as mulheres usam as saias vermelhas e os homens a roupa branca.
Acompanhamento Musical
Tambores
Pandeiros
Cuíca (onça)
Rabeca
Viola
Cavaquinho
Violino.
REFERÊNCIAS
LOUREIRO, João de Jesus Paes. Cultura Amazônica, uma poética do imaginário/Belém/ Cejup, 1995
http://parahistorico.blogspot.com/2009/02/cirio-de-nazare-comidas-tipicas-e.html