Corpo Aberto
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Edição de 19h02min de 12 de junho de 2011
Corpo Aberto é um projeto de dança idealizado pelo artista Rodrigo Quick em colaboração com duas artistas, cada um localizado numa localização diferente do globo. O trabalho explora uma forma de fazer artística mediada pela tecnologia virtual, proporcionada pela internet. É um trabalho de 2008, que pode ser incluído numa gama de exemplos de criação artística-tecnológica, e ainda colaborativa, característica que a tecnologia digital potencializa e evidencia.
A análise desse trabalho é uma parte de uma série de trabalhos de dança mediados pela tecnlogia, mas especificamente, pela internet.
Um projeto de dança para internet:
A obra analisada chama-se Corpo Aberto, criada em três etapas, e conta com a participação de três artistas, em diferentes partes do mundo (Rodrigo Quik – Belo Horizonte/ Brasil, Raquel Pires - Nova Iorque/ EUA e Anamaria Fernandes – Rennes/ França), que desenvolveram o projeto através, com e na Internet. No entanto, o grupo não utiliza o espaço virtual apenas como ferramenta de comunicação, ágil e interativa, o uso de aparatos tecnológicos com fins estéticos e o debate sobre interatividade e público são parte do projeto de dança Corpo Aberto.
Idealizado pelo artista Rodrigo Quik o projeto aconteceu em três etapas, sendo a primeira e
a segunda etapas datadas no tempo - junho e novembro de 2008. Apesar de todas as etapas poderem ser localizadas virtualmente em sítios específicos da Internet, (criados para este fim), a terceira etapa acontece num tempo não-linear, que perdura até o presente momento, e pode ser acionada em qualquer instante.
Etapas:
A primeira etapa do projeto foi a criação de um blog, em junho de 2008, com objetivo de tornar pública a pesquisa, compartilhar o processo, e ainda abrir espaço para o debate sobre a criação de dança com aparatos tecnológicos. Ao longo da primeira fase (que dura de junho a novembro), os artistas experimentam idéias e relatam suas experiências no blog. Nesse percurso, é possível identificar os acertos e alegrias, bem com as frustrações e reflexões do processo criativo de cada um.
Os relatos dos artistas publicados ao longo da primeira fase narram os conceitos que serão abordados na obra, a tecnologia que será utilizada para apresentação do trabalho, os possíveis espaços físicos para desenvolver o trabalho, bem como encontros virtuais que definirão as próximas etapas.
Todo processo acontece numa experiência exclusivamente virtual. A segunda fase é uma performance virtual apresentada ao vivo, através de um novo sítio eletrônico, criado especificamente para esse fim e que possui informações detalhadas do projeto. Na página principal, “Corpo Aberto”, o visitante encontra as seguintes opções de navegação: “o projeto”, com o histórico e o conceito da
pesquisa do projeto; “participe”, para aqueles que quiserem enviar seus vídeos
para serem publicados também no site; “imagens e sons”, um banco de dados com arquivos de vídeo e de áudio; “galpão virtual”, dedicado ao encontro ao vivo da segunda etapa, com manual de instruções para o espectador e links para as câmeras; “equipe”, nesta página há uma ficha técnica completa, não só com os bailarinos, como também os técnicos de vídeo, áudio e informática que trabalharam na elaboração do projeto; “blog”, esta opção leva o visitante ao blog do projeto.
A etapa dois consiste no encontro virtual dos artistas, nas cidades onde vivem, articulado via tecnologia virtual, através de um elaborado processo de improvisação interativa. Rodrigo, Raquel e Anamaria se “apresentaram” nos dias 11, 14, 18 e 21 de novembro de 2008, numa performance de quinze minutos de duração cada e temas variados a cada dia. Enquanto os bailarinos improvisam sobre temas pré-estipulados nas discussões encaminhadas pela etapa anterior, seus movimentos são apresentados no espaço virtual, em três janelas diferentes, simultâneas, na página do projeto.
O encontro ao vivo é apresentado pelo ângulo da webcam. Cada bailarino possui uma câmera estrategicamente posicionada no espaço físico em que dança, conectada ao computador e à Internet, que possibilita a apresentação em tempo real. Ao público internauta, fica o registro ao vivo da criação apresentada e a opção de passear pelas diferentes janelas, ou ainda, escolher como assistir ao evento. No Galpão Virtual há uma página dedicada apenas a essa etapa, com um manual de instruções para o espectador- virtual.
O encontro da segunda etapa foi divulgado em meios eletrônicos marcando hora com os espectadores. Além de ter sido anunciado no Idança, site especializado em dança, foi preparada uma filipeta eletrônica, com as mesmas explicações descritas no manual de instruções do site, e cartazes foram impressos e colados em lugares específicos . Hoje, ao entrar na página do encontro, é possível entender como foi o processo e acessar as gravações feitas no dia da apresentação “ao vivo”.
A terceira etapa, que pode ser encarada como uma etapa sem tempo determinado, acontece ainda no espaço virtual. Consiste na montagem de um espetáculo, pelo espectador-virtual, a partir de trechos filmados e disponíveis no banco de dados. Ou seja, as movimentações filmadas durante o encontro da segunda etapa, bem como trechos de ensaio e pesquisa do processo criativo, foram editadas em pequenos trechos de vídeo que podem ser organizadas e reestruturadas em nova linha de tempo pelo internauta-espectador.
Da mesma forma, trechos de áudio estão disponíveis para comporem o quebra-cabeça coreográfico. E, por fim, uma proposta na página “imagens e sons” para o artista que tiver interesse em se filmar e enviar o material para o projeto, que caso selecionado, poderá ser inserido neste banco de dados. Dessa forma, cada espectador pode interagir com a obra e tem a oportunidade de ser um co-autor, ou co-diretor, do trabalho.