Projeto Mov ola
De Wikidanca
Projeto de criação multimídia em dança contemporânea, o Mov_ola procura integrar a dança com outras mídias e formatos digitais, sob a direção do coreógrafo e videomaker paulista Alex Soares
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Breve histórico
Inspirado pela imagem da velha moviola - aparelho utilizado para montagem de filmes que, com a chegada do cinema sonoro, permitia transformar as fotografias em movimento -, nasceu o Projeto Mov_ola, em 2008.
A ideia é integrar a dança com outros formatos digitais e redes sociais, através da internet, da videodança e das artes visuais.
O projeto conta com o apoio de um núcleo de artistas, divididos entre artistas associados e colaboradores para produções específicas. Funciona como uma incubadora de projetos e busca propostas inéditas, na tentativa de agregar novas plateias para a dança contemporânea.
Até agosto de 2013, foram seis as criações coreográficas do projeto Mov_ola.
Além das criações coreográficas, o Projeto mantém em seu programa ciclos de aulas abertas e treinamentos, que acontecem duas vezes por semana. Já foram realizados, entre outros, cursos para treinamento de blé!, estilo que mistura a técnica do balé clássico com fundamentos de dança contemporânea, e Flying Low, técnica focada na relação do intérprete com o chão e na utilização de padrões de movimento simples que envolvem a respiração, velocidade e a liberação de energia através do corpo de forma a ativar a relação do centro com as articulações.
OroborO
O Projeto Mov_ola, idealizado e dirigido por Alex Soares, foi contemplado com o 13ª edição do Programa Municipal de Fomento à Dança, para a criação de “OroborO”, espetáculo que estreou em junho de 2013.
Mais uma coreografia de Alex Soares, OroborO é um trabalho sobre a passagem do tempo na vida das pessoas, da infância à velhice. O nome do espetáculo remete ao mito grego da serpente que morde a própria cauda, formando um círculo, representando os ciclos da vida. OroborO. A própria palavra é um palíndromo, ou seja, pode ser lida da direita para a esquerda ou da esquerda para a direita. Dá a ideia de algo cíclico.
A pesquisa do espetáculo começou a partir da observação dos pacientes com Alzheimer e da relação com o processo de esquecimento, em contraponto à aprendizagem infantil.
No elenco, Antonio Marques, Paula Sousa, Ícaro Freire, Natacha Miyuchi, André Liberato, Irupé Sarmiento, Luiz Oliveira. A trilha sonora foi composta pelo contrabaixista Célio Barros e, em certas passagens do espetáculo, é executada ao vivo pela violoncelista Patrícia Ribeiro.
Do blog do projeto:
“A coreografia traz reflexões sobre a memória e seus desdobramentos entre a infância e a velhice. O retorno aos tempos de criança, as relações entre as memórias vividas, afetivas ou não, percorrem o tema da obra. Com tal premissa, toca em questões da existência, como a presença, a ausência, os encontros e sentimentos nem sempre possíveis de termos ao nosso controle”.
OroborO tem ainda como referência o filme de Spike Jonze, “Quero ser John Malkovitch”, que brinca com as questões da memória e a relação entre as pessoas.