Xote Bragantino
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Origem
A dança Xote Bragantino caracteriza-se por uma dança folclórica apresentada dentro da festa de Marujada, no Estado do Pará. A Marujada é uma manifestação popular que ocorre no período de 25 de Dezembro até o dia 6 do mês de Janeiro, na cidade de Bragança. Teve inicio por volta do ano de 1798, quando a cultura européia atendendo ao pedido de seus escravos, permitiram a organização de uma festa religiosa em devoção a São Benedito. Assim, pode-se dizer que a Marujada de Bragança simboliza um cortejo em louvor ao padroeiro da cidade, São Benedito.
A Marujada é apresentada através de várias danças, dentre estas está o Xote Bragantino. O Xote (Schotinch) teve sua origem na Escócia, no final do século XIX e aos poucos foi disseminando na Europa. Na Alemanha, por exemplo, ganhou um ritmo valsado, na Inglaterra já se apresentava com ritmo agitado e na França os passos tornaram-se marcados com um ritmo semi-clássico. No Brasil, chegou despertando interesse ao povo brasileiro, o que levou ao acréscimo de suas movimentações características.
No Estado do Pará, a dança foi trazida pelos portugueses que muito apreciavam e a manifestavam em reuniões festivas. Os escravos, por sua vez assistiam de longe essa dança, o que também causou o interesse de cultivá-la.
Em vista disso, a dança xote foi aproveitada pelos escravos quando os mesmos fundaram a Irmandade de São Benedito, no município de Bragança, na festa da Marujada. As danças de origem européia vieram formar os ritmos da manifestação, como o Xote que posteriormente denominou-se Xote Bragantino.
Coreografia
Os movimentos característicos do Xote Bragantino já sofreram inúmeras modificações no decorrer do tempo. O povo de Bragança realizou adaptações estéticas, criando detalhes para o efeito visual que sempre despertaram entusiasmo ao público que assiste as apresentações. Movimentos da cultura européia pouco existem atualmente, posto que foi sendo introduzindo outras movimentações para a valorização da cultura da região Norte.
Indumentária
As mulheres dançam trajando saia rodada vermelha ou vestidos franzidos na cintura, blusa de tecido fino e bordada tendo um grande laço pontificando nas costas. As mulheres também utilizam cabelos soltos com flores ou rosas para o enfeite da cabeça, ou chapéus no qual é forrado com tecido branco e enfeitado com muitas flores feitas de penas de aves brancas, que cobrem o chapéu por inteiro. A aba traz doze fitas largas de cetim coloridas de comprimento até o meio da coxa. Sempre a mais velha do grupo, chamada “capitoa” carrega na mão um bastão dourado que representa o símbolo da sua autoridade.
Já os dançarinos usam calças brancas e camisas de mangas compridas estampadas, com um laço de fita de cetim da cor vermelha amarrado no braço direito. Em certas apresentações utilizam chapéus, mas este é facultativo.
Apenas no primeiro dia de apresentação que equivale a 25 de dezembro, as mulheres dançam com saias azuis e os homens com camisas da mesma cor. E nos dias seguintes, principalmente no dia 26, quando São Benedito é festejado, as mulheres usam as saias vermelhas e os homens a roupa branca.
Acompanhamento Musical
O acompanhamento musical é constituído pelos mesmos instrumentos que outras danças folclóricas paraenses, como por exemplo A Dança do Carimbo, A Dança do Lundu, A Dança do Siriá e entre outras, mas obrigatoriamente o xote exija solos de violino (a rabeca) sendo os cânticos puxados por um dos elementos do conjunto musical.
REFERÊNCIAS
LOUREIRO, João de Jesus Paes. Cultura Amazônica, uma poética do imaginário/Belém/ Cejup, 1995 http://www.tvliberal.com.br/revistas/npara/edicao4/dancas/xote.htm
http://www.cdpara.pa.gov.br/xote.php
Imagem:
http://turismo.braganca.pa.gov.br/setur/atrativos_turisticos.htm
http://crcpa-org-br.dnswin2.dnscenter.com.br/novo2007/candidatura2006_4.asp