Cláudio Bernardo

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Edição feita às 19h06min de 24 de agosto de 2013 por Ana Claudia Peres (disc | contribs)

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Cearense radicado na Bélgica, onde fundou a sua própria companhia de dança, intitulada As Palavras, em 1995.

Tabela de conteúdo

1 Perfil
2 As Palavras
3 Espetáculos
4 Referências
5 Links externos

Perfil

Cláudio Bernardo nasceu em Fortaleza em 1964. Aos 17 anos, mudou-se para São Paulo, onde integrou o corpo de dança do Ballet Stagium. Ainda na capital paulista, participou da companhia do espanhol Victor Navarro. Aos 21 anos, partiu para a Europa em busca da companhia do francês Maurice Béjart, desde cedo inspiração de Cláudio Bernardo.

Em declarações, Cláudio Bernardo escreveu:

“Em 1981 quando deixei Fortaleza para continuar meus estudos em dança em São Paulo já levava na mala o livro ‘Um instante
na vida do outro’, do coreógrafo francês radicado na Bélgica Maurice Béjart, e me dizia secretamente que a Bélgica seria
meu Ceará na Europa. Outros fatos e coincidências relevantes esclareceram mais tarde este destino”.

Outros nomes de referência para Cláudio Bernardo foram os também bailarinos cearenses Robson Rosa e Francisco Timbó, que o aconselharam a seguir seus passos estudando na Escola Mudra, fundada por Béjart, em Bruxelas.

Também dançou na companhia belga PLAN K, dirigida por Frédéric Flamand.

Em 1987, Cláudio Bernardo vê a sua primeira coreografia feita com alunos da escola ser apresentada na África e na Europa. Isso consagrou Cláudio Bernardo como coreógrafo na Bélgica. Dois anos depois, recebe o prêmio Philipe Maurice, na Suíça, por seu segundo trabalho. De volta a Bruxelas, entra em contato com o trabalho de novos coreógrafos belgas, a exemplo de Anne Teresa de Keersmaeke, Jan Fabre e Nicole Mossoux, como também de Frédéric Flamand, cujo olhar inovador voltado para dança e novas tecnologias vai influenciar definitivamente Cláudio Bernardo.

A partir de 1991, torna-se artista associado ao teatro Atellier Sant’Anne, sob a direção de Serge Rangoni. A partir desse ano, passa a se dedicar inteiramente à formação de seu repertório como coreógrafo.

É de 1991, a criação do espetáculo “Usdum”, um marco em sua trajetória, precedendo a formação de sua companhia de dança. Com canções indianas e música de Bach, o espetáculo misturava crítica social e canção de amor inspirando-se ao mesmo tempo na cidade de Sodoma e suas minas de sal e em Serra Pelada, do garimpo brasileiro.

“Usdum” foi a grande estrela da primeira edição da Bienal de Dança do Ceará, em 1997, sendo reapresentado em 2012, durante a Bienal De Par Em Par, também no Ceará, dessa vez em duo com Milton Paulo.

[As Palavras], companhia de Cláudio Bernardo, surge em 1995, consolidando seu trabalho junto à comunidade francesa na Bélgica. Dois anos depois, faz uma residência artística em Mons, cidade francófona da Bélgica, e a partir daí vieram várias criações premiadas e o reconhecimento internacional.

Cidadão belga, o cearense Cláudio Bernardo nunca se afastou das raízes e frequentemente propõe colaborações que estreitem as relações entre a Bélgica e o Brasil na dança.

Essa Tempestade, inspirado em Shakespeare

Em 2011, ano em que o Festival Europalia homenageava o Brasil, adaptou “A Tempestade”, de William Shakespeare, para o Balé do Teatro Castro Alves, de Salvador. O espetáculo se chama “Essa Tempestade” e é o segundo trabalho do coreógrafo para o BTCA: “O Arquivo e a Missão”, foi o primeiro, em 2001, coreografia inspirada em arquivos da memória musical brasileira.

Há tempos, o coreógrafo vem sendo convidado por Flávio Sampaio, que dirige a Paracuru Cia. de Dança, no Ceará, para um trabalho em parceria. Foi então que coreografou “Parabach”, que estreou este ano, reunindo a história da escola de dança do litroal cearense às músicas do alemão Johann Sebastian Bach, tocadas pelo pianista canadense Glenn Gould.

Parabach, uma parceria com Flávio Sampaio

A dupla nacionalidade define Cláudio Bernardo. Assim, ele descreve:

“Minha chegada na Bélgica com 21 anos de idade foi decisiva para a minha formação profissional, o da minha família
e das minhas amizades. Penso que a distancia das minhas raízes foram fundamentais para a minha formação como coreógrafo
e artista , isso me permitiu uma análise da minha cultura, ao mesmo tempo que o encontro de uma outra, buscando novos espaços
de descobertas e reflexões sobre meu enquadramento no mundo. Os cearenses sao considerados despretensiosos, humoristas e
trabalhadores, adoram desbravar fronteiras e estão sempre em êxodo pelo mundo. Na Bélgica, mesmo distante da minha geografia
e do meu clima, encontrei um povo parecido com o meu: generoso, com um grande senso de humor, chegando a desarmar o outro rindo
de si mesmo, uma gente que concilia diferenças na tolerância e no respeito, contornando os conflitos com constância dentro
da formação das suas comunidades e do seu acolhedor posicionamento como sede da comissão europeia. Como cidadão Belga que
agora sou e cearense que continuo a ser, esse trajeto que continuo a traçar, constitui um grande parte do que define a minha
obra e a minha posição em relação ao humano que estas duas culturas me formram e a quem sou infinitamente grato”.

As Palavras

Apos cinco anos de residência no Théâtre de l’Atelier Sainte-Anne, em Bruxelas, Cláudio Bernardo fundou, em 1995, a sua própria companhia, As Palavras ou As Palavras – Claudio Bernardo Cie, que recebe artistas de diversos países.

Subsidiada pelo governo belga desde 1997, tem sede em Mons onde promove atividades de criação e sensibilização da dança contemporânea em escolas, universidades e público em geral, realizando um festival intitulado Movimento-Mons.