Diálogo/Dança
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Sinopse
A dança é a arte do corpo em movimento. E está presente nas mais diversas tradições culturais, seja em suas festividades e comemorações religiosas, seja em sua própria produção artística. No cenário acadêmico e educativo do Brasil, a dança tem sido valorizada com a criação de cursos universitários de graduação e pós graduação. Neste volume, Marcia Tiburi troca correspondência com a professora de dança e teatro Thereza Rocha. Juntas, refletem sobre o sentido da dança e sua conexão com o pensamento. "É a dança das palavras." Fonte: Editora SENAC São Paulo.
As autoras
Marcia Tiburi
Marcia Tiburi é graduada em filosofia e artes e mestre e doutora em filosofia pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Publicou quatro romances e diversos livros de filosofia, entre eles Filosofia em comum: para ler junto (2008); Filosofia brincante (2010); Olho de vidro (2011); e Filosofia pop (2011). Pela Editora Senac São Paulo, publicou Diálogo/desenho (2010). É professora do programa de pós¬ graduação em arte, educação e história da cultura da Universidade Mackenzie e colunista da Revista Cult. Fonte: Editora SENAC São Paulo
Thereza Rocha
Thereza Rocha é mestre em comunicação e cultura pela Escola de Comunicação da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e doutora em artes cênicas pela Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (Unirio). É professora assistente dos cursos de bacharelado e de licenciatura em dança do Instituto de Cultura e Arte (ICA) da Universidade Federal do Ceará (UFC). Atua principalmente nos temas: dança contemporânea; dança e filosofia; história do corpo; processos de criação em dança; e estética. Dirigiu o espetáculo 3 mulheres e um café: uma conferência dançada com o pensamento em Pina Bausch, agraciado com o Prêmio Funarte Klauss Vianna 2008. É colunista do portal [idança.net idanca.net]. Fonte: Editora SENAC São Paulo
Resenha
Um encontro entre dança e pensamento. Diálogos em dança e sobre dança firmados entre duas pensadoras que por meio da experiência em dança e em não-dança se utilizam de saberes filosóficos há muito conhecidos, da experiência em dança e da curiosidade de quem não sabe para destrinchar com palavras aquilo que (talvez) só se sabe dançando.
Escrito a quatro mãos, há alguns anos e durante alguns anos (2004-2011), Diálogo/Dança é instigado por movimento e questionamento. Uma publicação da editora SENAC São Paulo (2012) que reuniu correspondências trocadas pelas autoras Marcia Tiburi e Thereza Rocha com o intuito de questionar e conhecer dança.
Márcia é filósofa, Thereza é professora e pesquisadora de dança e teatro. As duas são amigas. O material do que viria a se tornar um livro começa com a inquietude despretensiosa de Márcia ao perguntar a Thereza o que seria a dança, algo que ela, Márcia, que nunca dançou, não sabe e não conhece como experiência do movimento, somente do pensar. A partir da resposta problematizadora de Thereza o diálogo é estabelecido e as correspondentes, com uma ajuda sutil de grandes nomes da filosofia e da dança começam, então, a pensar, com uma palavra que é o tempo todo dançada, o que, para o leitor, soa como uma conversa entre duas amigas, quase como uma valsa. Embasadas e embaladas pelo que sabem do dançar e do não-dançar e pelos frutos do diálogo em si, traçam perfis do que seria esse dançar, o criar e os prolongamentos que estas questões suscitam.
Como é muito bem posto por Thereza, as duas estabelecem com o diálogo, uma espécie de jogo, um jogo de Frescobol e da mesma forma que neste jogo, o intuito é não deixar a bolinha cair e não há vencedor ou perdedor. Nessa pesquisa filosófico-literária dançada que se estabelece, as raquetes são as palavras e a bolinha que não pode cair, é a dança.
Mais do que respostas, a preocupação das autoras é a busca. Cada uma tem uma linha distinta de pensamentos, que nem sempre convergem, mas que a todo momento instigam e estimulam o leitor na sua própria busca através do diálogo, que é lido quase do do ponto de vista de quem espiona uma conversa alheia.
A conversa vai se tornando uma única linha de raciocínio que, no decorrer das páginas, já não se sabe mais quem escreve. Lê-se dança e vê-se pensamento. Um tom de informalidade com embasamento filosófico sutil e acessível toma conta do diálogo que se torna um grande fluxo de ideias que dançam em corpos que conhecem ou não o movimento, corpos das autoras, corpos do leitor/expectador.
Uma publicação para quem dança e para quem não dança. Uma publicação para quem gosta de artes e filosofia. Mas acima de tudo, uma publicação para quem pensa e busca conhecer.
Trechos do livro
“Thereza, amiga querida, eu não danço. Nunca dancei. Se pergunto o que é dançar, como você pode me responder, a mim, que não tenho a experiência da dança? A mim, que sempre vi a dança como uma vertigem... A dança como uma coisa-dança. Eu que não sei dançar queria saber o que é dançar. Minha pergunta é um jeito de chegar perto da dança. Se eu dançasse ainda precisaria da pergunta?”
“Querida Marcia, do que é o dançar mal posso pronunciar a resposta.(...) Da dança posso ter apenas uma sensação, pois, do movimento, aquilo que, acredita-se, a constitui, não posso ter outra coisa senão uma intuição a partir, por exemplo, de um objeto movente. Tudo o que posso ver é um braço que se move de um lado para o outro e intuir, a partir dele, o movimento. (...) A palavra tenta resolver (mal,talvez) aquilo que nosso pensamento de representação tem dificuldade de pensar – o movimento, justamente aquilo que não se representa.”
“Dança é experimentum poeticus’’ do corpo como a poesia é o experimentum crucius da linguagem. Daquele que não podendo falar fala. Mas fica uma outra pergunta de fundo: aquele que não pode dançar não seria justamente quem é capaz de dançar?”
Ficha Técnica
ISBN: 978-85-396-0185-1
Código Reduzido: 21462
CDD: 792.8
Código de barras: 9788539601851
Edição: 1
Número de páginas: 179
Formato: 11,5 X 19,5 cm.
Lombada: 1,9
Peso: 230 gramas
Editora: Senac São Paulo
Bibliografia
- TIBURI, Marcia; ROCHA, Thereza. Diálogo/Dança. São Paulo: Editora SENAC São Paulo, 2012.
--Gabriel Lima 22h24min de 7 de abril de 2013 (BRT)
