Alpendre Casa de Arte

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Alpendre Casa de Arte, Pesquisa e Produção.

Alpendre Casa de Arte.jpg

Tabela de conteúdo

Origem:

Projeto criado a fim de proporcionar um espaço para possibilidades de encontros, de discussões e de trocas entre as mais diversas linguagens da arte contemporânea. Configurado numa organização não governamental, o Alpendre passou a existir como espaço físico em 1999, localizado em um galpão antigo restaurado, na Praia de Iracema, reduto boêmio de Fortaleza.

Surgiu da iniciativa de um grupo de estudos que reunia oito artistas de áreas diferentes: Alexandre Veras (Videomaker), Eduardo Frota (Artista Plástico), Solon Ribeiro (Fotógrafo), Manoel Ricardo de Lima (Escritor), Carlos Augusto Lima (Escritor), Beatriz Furtado (Vídeomaker e Jornalista), Luis Carlos Sabadia (Gestor Cultural) e Andréa Bardawil (Coreógrafa). A ideia inicial desse grupo era pensar e discutir a arte na cidade de Fortaleza. No inicio cada um trabalhava em suas respectivas áreas, mas com o tempo a vontade de trabalharem juntos foi crescendo e os artistas foram se aproximando.

No inicio não havia lugar especifico para os encontros do grupo, que se tornavam cada vez mais frequentes. Foi então que Alexandre Veras Beatriz Furtado e Isabel Gurgel (Diretora do Teatro José de Alencar) decidiram alugar um espaço para fortalecer a ideia dos encontros e reforçar os efeitos dos trabalhos ali desenvolvidos, foi quando encontraram um casarão abandonado que se tornou o Alpendre (nome sugerido por Manoel Ricardo de Lima), um galpão de 600 metros quadrados e três andares, na Praia de Iracema, onde o Alpendre funciona até hoje.

Em 1997, acontecia a primeira edição da Bienal Internacional de Dança do Ceará, ressaltando o fato de o cenário de dança no estado do Ceará estava e ainda está se expandindo. Em 1999, iniciativas como o Centro Cultural Banco do Nordeste (BNB) e o Centro Dragão do Mar ainda não tinham grande influencia na vida cultural da cidade, o que se tornou propicio para o surgimento de um local aberto, onde muitos artistas cearenses pudessem compartilhar experiências e onde projetos novos surgiriam. O que proporcionou a exploração de um espaço livre para os artistas, que era, antes, dificultada pela distancia de Estados como Rio de Janeiro e São Paulo, onde era visível uma produção artística em maior numero.


Processo de Formação:

Em sua inauguração, Alexandre Veras descreve o que projeto passaria a representar a muitos de seus frequentadores:

“A palavra alpendre nos é preciosa. Remete a marcas que nos foram deixadas por longas noites de histórias, relatos e conversas acumuladas no aconchego de um alpendre. Faz-nos lembrar desse território plástico que na sua lisura pode ser transformado, convertido e reconvertido, palco de brincadeiras e invenções, lugar do espírito de alegria e criação. Lugar de pouso e pausa para os que passam, lugar de acolhida e flerte com alteridade. Mas um alpendre também é esse lugar entre a casa e a rua, o exterior e o interior, espaço das trocas e dos fluxos. É aí que nos reencontramos, no meio dessas ressonâncias, no lugar das conversas, invenções, dos pousos e pausas, das trocas. É aí que o Alpendre vai se configurando como um lugar de passagens, um entre-lugar. Um espaço constituído por esses fluxos, interface entre o dentro e o fora. Uma espécie de acumulação por vizinhanças que não deve ser reduzida a uma simples aproximação, mas que potencialize os encontros, busque consistências, multiplicidade e leveza. Um jogo que a cada lance amplie o lugar da criação e do pensamento. Queremos construir esse espaço como se constrói um conceito. Interessam as questões contemporâneas com as quais a criação e o pensamento se embatem. Experimentar caminhos, como viajantes que não precisam habitar uma cidade, um estado, um país, mesmo que eles nos habitem. Nômades, mesmo que em nossos territórios, habitantes de uma velocidade intensiva.” (Alexandre Veras - Vídeomaker)•


Com o tempo, o espaço articulou-se em Núcleos:
Artes Plásticas;
Vídeo;
Fotografia;
Literatura;
e Dança.


Logo depois surgiu o núcleo de Cultura e Cidadania, responsável pelo projeto NoAr (curso de formação na área de vídeo voltado para adolescentes).

O Núcleo de Dança formou-se a partir de propostas desenvolvidas pela Cia. De Arte Andanças, que já era conhecida na cidade e tinha uma produção sempre em comunicação com linguagens que não necessariamente estavam dentro dos mesmos limites da dança, e é dirigida por Andréa Bardawil.

Surgiu então uma programação permanente de aulas e cursos, e ainda dois projetos para formação de plateia: o projeto Café com Dança (ensaios abertos e debates com coreógrafos convidados) e o projeto Entre-lugares (mostra de vídeos-dança e espetáculos contando com a participação de convidados de áreas diversas). Passadas estas ações surgiu um grupo de estudos que durou três anos e reunia diversos pesquisadores interessados nas questões da corporeidade contemporânea. Desse grupo de estudos saiu o projeto San Pedro, criado por Eduardo Jorge (Vídeomaker) e Fátima Souza (Escritora), ligando dança, vídeo e literatura, e que resultou em um vídeodança (San Pedro), em um documentário (San Pedro: um navio á deriva) e em uma publicação (Revista San Pedro). O Alpendre possui também um acervo que foi disponibilizado gratuitamente para consultas, onde reuniram em torno de 3000 livros, nas áreas de Arte, Cultura, Comunicação e Filosofia - 200 títulos na área de Artes Cênicas - e mais de 150 títulos de vídeos de dança, entre espetáculos e documentários, incluindo o acervo da Bienal Internacional de Dança do Ceará.


Crises:

O Alpendre Casa de Arte também já passou por altos e baixos durante os anos que seguiram após sua criação. Com mais ou menos três anos de existência, vários integrantes se ausentaram para trabalhar em projetos pessoais, que se repetiu em 2005. De 2007 para 2008 a ONG atinge o seu auge da “crise”, quando, por causa da dificuldade financeira e do esvaziamento, Alexandre Veras afirma que quase desistiu do prédio. A estabilidade veio em 2009, quando o escritório da Bienal Internacional de Dança do Ceará decidi se instalar no casarão. O que contribuiu com para a parceria entre os projetos da casa e da Bienal.


Heterotopias:

Em comemoração aos 10 anos da ONG, foi lançado em julho de 2009, o projeto “Heterotopias” (selecionado pelo programa Conexão Artes Visuais, da Funarte), que integrava desde debates a exposições relacionados à arte contemporânea produzida até então. O projeto foi formulado em cinco ações que se repetiam todo mês: uma exposição, uma mesa redonda (relacionada ao tema “A Invenção do Lugar”), uma conversa com artistas em relação as suas trajetórias, uma mostra de vídeo mais uma intervenção performática. E em um ultimo momento do projeto foi lançado o site, uma publicação e uma antologia de vídeodança.

O projeto contou com a participação de vários artistas e pesquisadores como: Alexandre Barbalho, Enrico Rocha, Jussara Correia, Mariana Smith, Euzébio Zloccowik, Milena Travassos, Fabio Giorgio e Pablo Assumpção.


Atualmente:

Hoje, o Alpendre Casa de Arte mantém sua coerência em relação ao objetivo inicial de criar uma relação entre as linguagens da Arte Contemporânea e oferecer um espaço livre e disponível para os artistas de Fortaleza e visitantes. É coordenado efetivamente por Alexandre Veras e Andréa Bardawil.

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