Grupo Tran Chan

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Foi um grupo de dança de maior destaque na cena contemporânea brasileira e na América Latina, de Salvador - Bahia, fundado em 1980 por Betti Grebler e Leda Muhana.


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Tabela de conteúdo

Breve histórico

No ano de 1980 Betti Grebler e Leda Muhana, que eram alunas da Escola de Dança da Universidade Federal da Bahia, juntamente com alguns colegas, decidiram juntar todas suas inquietações e transformá-las em dança. Começaram a ensaiar e no final do semestre, no mesmo ano, já tinha um espetáculo montado. O primeiro dos 17 espetáculos que o grupo realizou em 27 anos de carreira.

Ao longo dos anos integraram o Tran Chan: Betti Grebler, Leda Muhana, Fafá Daltro,Bel Souza, Karem Kelly, Karina Paula Ferro, Luciani Pugliesi e Maize Galvão, Cyça López, Leila Gomes, Sissi de Melo, Evelin Moreira, Fabiana Fernandes, entre outros.

Durante sua trajetória o grupo se apresentou em diversos lugares do país e do mundo como, Chile (Espaço Oz e Estacion Mapocho), Alemanha (TanzTangente) e Estados Unidos.

A Cia. ganhou destaque na cena nacional pela qualidade de seus trabalhos, que além de criativos e inovadores foram formativos de algumas gerações de bailarinos e coreógrafos baianos que se preocupam em pensar a arte de modo ousado e irreverente. Além de alcançar o reconhecimento da crítica e do público.

Em seus trabalhos, Tran Chan reflete a expressão idiomática que gerou seu nome. De origem francesa, a palavra tranchant significa faca afiada ou algo com característica forte, que vai direto ao ponto.

Ao que diz respeito à cena artística da América Latina daquela época, o grupo pode ser considerado de vanguarda, pela mudança estética que propôs. Influenciado pela cultura pop, o movimento hippie, a resistência contra a ditadura brasileira e sem preocupações com uma tradição de dança já solidificada e sustentada por movimentos mais formais e músicas instrumentais, Tran Chan inaugurava uma dança que provocava e expunha seus anseios estéticos, ideológicos e políticos. Mesclando comédia e drama, lirismo e ironia, seu espetáculos abordavam os conflitos do contemporâneo numa experimentação de linguagens cênicas.


Principais espetáculos

Estão Voltando as Flores (2010)

Ambientado nas décadas de 40 e 50, quando o Rádio – principal veículo de comunicação de massa da época – tinha um papel fundamental no cotidiano das famílias brasileiras. Nesse período, conhecido como a “Era do Rádio”, aconteceu a “Época de Ouro” da música popular brasileira, marcada pelos programas de auditório. Platéias lotadas de fãs que iam acompanhar a interpretação de suas cantoras preferidas, em disputas acirradas, que valiam o título de “Rainha do Rádio” do ano. Eram as flores: Linda e Dircinha Baptista, Emilinha Borba e Marlene – que se destacaram por suas marchinhas carnavalescas, carregadas de alegria e espírito de carnaval brincante – Carmélia Alves – a rainha do baião – e também as flores Dolores Duran, Nora Ney, Isaurinha Garcia, Dalva de Oliveira e Ângela Maria – que com suas canções construíram um universo feminino romântico, melancólico, nostálgico e dramático.

Elenco do espetáculo: Cyça López, Karina Ferro, Leila Gomes, Lulu Pugliesi e Sissi de Melo, com direção de Karina Ferro e Karime Nivoloni.

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Entre Risos e Batons (2008)

A partir de uma experimentação utilizando a dança como linguagem, o clown (palhaço) enquanto técnica para a exploração do cômico no movimento e o circo como ponto de partida para inspirar a criação das coreografias,"Entre Risos e Batons" é um espetáculo que traz à cena um painel de acontecimentos, reflexões e questionamentos a cerca do universo feminino.

Direção coreográfica de João Lima.

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Brancos e Augustos (2003)

Tem como tema principal a personalidade de fronteira. O trabalho é fruto de uma pesquisa de personagens da literatura psicanalítica em estado boderline. O resultado é a abordagem dos lados conflituosos e opostos do ser humano e suas relações e da linha limítrofe entre a realidade e a fantasia. [1]

Direção Betti Grebler. Coreografia: Karina Ferro. Intérpretes: Cyça Lopez, Lulú Pugliese, Maíse Galvão e Karine Nivoloni.

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A espera (2001)

Espetáculo de dança-teatro baseado no livro “Fragmentos de um Discurso Amoroso” do escritor francês Roland Barthes. Trabalhou os sentimentos de ausência, espera e lembrança em situações do cotidiano. [2]

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Dance Box (1995)

Um mosaico que unificou oito diferentes peças, cuja a totalidade sintetizava as propostas do elenco.

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Prosa Caótica (1991)

O espetáculo foi apresentado no La MaMa Experimental Theatre Club que é um teatro off-off-Broadway de Nova York, Estados Unidos.

Coreografia Betti Grebler e Leda Muhana com colaboração de David Iannitelli

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Exatamente, mais ou menos - Quase com certeza - Muito pelo contrário (1980 – 1981 – 1982)

Trilogia que marcou a primeira fase do grupo e consolidou uma linha de trabalho que dotou a companhia de um estilo próprio. Marcada por uma busca estética fundamentada na liberdade interdisciplinar, que a conferiu uma assinatura e o reconhecimento do público.



Também é importante destacar Over-Gose, A Ponto de... e Sombra. Bem como Coisas Mudas (1997), O Que o Olho Diz ao Cérebro (1999), Do lado de dentro(2000) Brancos e Augustos(2002) que receberam destaque na retrospectiva do jornal A Tarde como uma das cinco melhores produções do ano em 97, 99, 2000 e 2002.


Alguns registros

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Ver Também

Fafá Daltro

Referências

Tran Chan Website

Arquivos do Teatro UFBA

Memorial de Artes Cênicas - Dança - Leda Muhana

Festival de Humor e Performance - Tran Chan. Disponível em: festivaldehumoreperformance.blogspot.com.br/2010/09/tran-chan.html


Acesso: 17 de junho de 2013.

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