Cia de dança Centro Cultural Carioca
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Edição atual tal como 19h57min de 20 de abril de 2012
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História
A Cia de Dança CCC nasceu em agosto de 2004 a partir de encontros para assistir vídeos de dança, trocar experiências e para o aprofundamento em processos investigativos entre seus componentes. Com o objetivo de se tornar um veículo de manifestação artística que se expressa através do samba, da dança contemporânea e do teatro, a Cia iniciou a busca de uma proposta estética própria e diversa. Nestes encontros a idéia de valorizar o que há de mais autêntico na movimentação do carioca foi se fortalecendo. A frente da Cia. CCC desde sua fundação está o bailarino e coreógrafo Isnard Manso.
A investigação da Cia se dá através da experimentação de movimentos que traduzem comportamentos, valores, idéias, desejos e sentimentos, criados e recriados ao longo das décadas. A partir do olhar sobre o carioca, esses movimentos vão compondo a cidade, seus habitantes e o seu modo de vida.
Instalada na histórica Praça Tiradentes, a Cia de Dança CCC investiga a identidade do carioca através do gestual e do movimento, entrelaçando passado e presente.
Crédito fotos: Marcelo Medeiros
Espetáculos
BOTA ABAIXO
O espetáculo contextualiza o aparecimento da cultura de massa do Rio de Janeiro no início do século, reprimida pelas classes dominantes e posteriormente adotada como identidade nacional.
O espetáculo faz uma crônica sobre o nascimento de um novo comportamento do carioca. Momento fundamental da história do Rio de Janeiro, Pereira Passos empreendeu uma grandiosa reforma urbanística no Rio de Janeiro (1903-1906). De um lado, tornou o Rio um centro cosmopolita, saneado, com avenidas largas e uma noite cintilante. De outro, reprimiu com violência as manifestações das classes pobres, revoltadas com a derrubada de seus cortiços, episódio que ficou conhecido como Bota Abaixo. Desse conflito surge a figura do malandro, que abraça a marginalidade e reinventa a modernidade imposta aos miseráveis, transformando-se numa espécie de herói e mártir dessa resistência.
As ruas do Rio de Janeiro, o centro da cidade, servem de palco para o espetáculo. Coreografias modernas de sambas em solos, pas de deux e em grupo, além de algumas situações cênicas que costuram todo o enredo, compõe o espetáculo. O Bota Abaixo, que é dividido em 15 cenas e tem duração de 60 min., conta com a participação de 8 dançarinos e de um ator convidado. O público faz uma viagem no tempo através da música de Pixinguinha, Geraldo Pereira, Paulo Moura e outros mestres.
A Cia de Dança do Centro Cultural Carioca mostra como a “malandragem” define o comportamento do carioca até os dias de hoje. Apesar de não existir mais aquela figura caricata do malandro, ele está em todos nós. Nei Lopes dá um depoimento no espetáculo sobre malandragem: “Pelo que me consta não existem mais malandros, todos os malandros já se foram. Eles existem apenas no imaginário das pessoas”.
DANCING ELDORADO
Praça Tiradentes, década de 1950. Na esquina da Rua do Teatro está o sobrado onde funciona o famoso Dancing Eldorado, casa noturna frequentada por artistas como Braguinha, Orlando Silva, Jamelão, Pixinguinha, Ciro Monteiro, Mario Lago, Elizeth Cardoso, entre outros. Por ali circulam, além de músicos e boêmios, as chamadas táxi girls, mulheres que durante o dia trabalham como vendedoras, domésticas, manicures, e que à noite se tornam dançarinas de aluguel. E ninguém melhor do que elas para trazer à luz do presente as histórias, lendas, personagens e costumes de toda uma época.
Com texto de Rodrigo de Roure, roteiro de Isnard Manso e direção de Marcelo Ribas, Dancing Eldorado é um espetáculo de dança, teatro, música e vídeo que foca a condição de ser mulher numa Praça Tiradentes em decadência. O roteiro foi construído a partir de depoimentos de homens e mulheres que frequentaram ou trabalharam nos dancings, e também as histórias e casos relembrados por personalidades como Jorge Doria e de anônimos como “Jovenito picotador” que trabalhou no Eldorado – estes, exibidos em vídeo ao longo do espetáculo.
O espetáculo revela as características e os hábitos mais marcantes vistos num dancing, local onde o homem não precisava temer a rejeição da dama. Havia o picotador de cartão, encarregado de marcar as cartelas que todos recebiam na entrada do baile. A cada troca de pares, ele picotava o cartão. Na saída, as mulheres recebiam o devido dinheiro por cada marcação que conseguiam, enquanto os homens pagavam pelas damas que traziam para a pista.
Entre as histórias revividas no musical, uma das mais marcantes é a do “nascimento” de “Carinhoso”. A cantora Heloísa Helena, amiga da Sra. Darcy Vargas, vai ao Eldorado em busca de Braguinha que prometeu uma música inédita para seu show beneficente. Nesse momento o compositor entrega à cantora uma canção letrada por ele, que era mais um choro de Pixinguinha, gravado apenas em versão instrumental.
Baseado em fatos reais e fictícios, o espetáculo nos mostra a “versão feminina” da história dessa época e invocando a boemia, a aura de mistério e luxúria e o ambiente de efervescência cultural.
Vídeos Relacionados
Trecho do espetáculo Bota Abaixo - Maio 2006 [1]
Trecho do Espetáculo Dancing Eldorado - Outubro 2007 [2]
Ligação Externa
Site Centro Cultural Carioca [3]