Solange Caldeira
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Filha de Ieda Pimentel Caldeira e doutor Antônio dos Santos Caldeira Filho, nasceu na capital do Rio de Janeiro, em 05 de maio. | Filha de Ieda Pimentel Caldeira e doutor Antônio dos Santos Caldeira Filho, nasceu na capital do Rio de Janeiro, em 05 de maio. | ||
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Conta que um ano depois de sua chegada, em 1974, o [[Balé da Cidade de São Paulo]] sofreu uma espécie de reforma com a entrada de [[Antônio Carlos Cardoso]] na direção, o que era um corpo de baile clássico, transformou-se em um corpo de baile contemporâneo, com novas propostas, como por exemplo, a reestruturação da distribuição dos papéis para cada bailarino - “Todos eram iguais. Não existia mais o primeiro bailarino, o segundo bailarino, fixos. Os papéis eram escolhidos de acordo com as habilidades dos bailarinos para cada trabalho”<sup>1</sup>. Assim, teve a oportunidade de interpretar, além das coreografias clássicas do repertório do [[Balé da Cidade de São Paulo]], coreografias contemporâneas, como por exemplo, Bolero, de Lia Robatto. | Conta que um ano depois de sua chegada, em 1974, o [[Balé da Cidade de São Paulo]] sofreu uma espécie de reforma com a entrada de [[Antônio Carlos Cardoso]] na direção, o que era um corpo de baile clássico, transformou-se em um corpo de baile contemporâneo, com novas propostas, como por exemplo, a reestruturação da distribuição dos papéis para cada bailarino - “Todos eram iguais. Não existia mais o primeiro bailarino, o segundo bailarino, fixos. Os papéis eram escolhidos de acordo com as habilidades dos bailarinos para cada trabalho”<sup>1</sup>. Assim, teve a oportunidade de interpretar, além das coreografias clássicas do repertório do [[Balé da Cidade de São Paulo]], coreografias contemporâneas, como por exemplo, Bolero, de Lia Robatto. | ||
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Solange conta também que, no período em que esteve lá, teve aulas, não somente de [[Balé Clássico]] e [[Dança Contemporânea]], como também, [[Dança Espanhola]], [[Dança Afro]], teoria musical, atuação teatral, história da dança, ainda que estas fossem mais voltadas para o repertório tradicional da companhia. | Solange conta também que, no período em que esteve lá, teve aulas, não somente de [[Balé Clássico]] e [[Dança Contemporânea]], como também, [[Dança Espanhola]], [[Dança Afro]], teoria musical, atuação teatral, história da dança, ainda que estas fossem mais voltadas para o repertório tradicional da companhia. | ||
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==Referências== | ==Referências== | ||
- | Solange Caldeira – Entrevista concedida à autora em Viçosa, Minas Gerais, em 15 de setembro de 2011. | + | '''Solange Caldeira''' – Entrevista concedida à autora em Viçosa, Minas Gerais, em 15 de setembro de 2011. |
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==Ver também== | ==Ver também== | ||
[http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4700794D7 Currículo Lattes Solange Caldeira] | [http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4700794D7 Currículo Lattes Solange Caldeira] | ||
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+ | [http://www.theatromunicipal.rj.gov.br/ Theatro Municipal do Rio de Janeiro] | ||
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+ | [http://www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/secretarias/cultura/theatromunicipal/ Theatro Municipal de São Paulo] | ||
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+ | [http://pt.wikipedia.org/wiki/Jos%C3%A9_Possi_Neto José Possi Neto]. |
Edição de 03h43min de 24 de novembro de 2011
Theatro Municipal do Rio de Janeiro (arquivo pessoal).
Tabela de conteúdo |
Solange Caldeira
Solange Pimentel Caldeira é bailarina, coreógrafa, diretora teatral, pesquisadora, doutora em Teatro pela Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UFRJ), e desde 2002 atua como docente do Curso de Dança da UFV, Universidade Federal de Viçosa, Minas Gerais.
Filha de Ieda Pimentel Caldeira e doutor Antônio dos Santos Caldeira Filho, nasceu na capital do Rio de Janeiro, em 05 de maio.
Formação
Seus primeiros passos na dança foram dados bem cedo por um problema de saúde; Solange tinha asma e, portanto, dificuldades na respiração. Seus pais foram então recomendados, pelo médico, a matriculá-la em aulas de balé ou natação. Uma vez que Solange não se sentia muito à vontade com a água, devido a uma experiência traumática na infância, logo, escolheu a dança.
Seus pais não eram artistas, mas havia na família uma tia que era encantada com o mundo das artes, tocava piano e cantava, e que foi a responsável por levá-la às aulas de dança, tornando-se sua maior incentivadora. Começou, então, a fazer aulas de balé clássico, aos cinco anos de idade, no América Futebol Clube, e logo depois com o bailarino do Theatro Municipal do Rio de Janeiro, Johnny Franklin, o qual tinha uma academia de dança na Tijuca – Academia de Ballet Johnny Franklin.
Em seguida, entrou para a Escola de Bailados do Theatro Municipal do Rio de Janeiro, onde completou sua formação em balé clássico, e participou por dois anos do Corpo de Baile. No Rio de Janeiro dançou com Tatiana Leskova, Dalal Achcar, Harald Lander, Tony Lander, até que soube da notícia de que o Theatro Municipal do Rio de Janeiro seria fechado, o que ocorreu de fato em 19 de outubro de 1975, para obras de restauração e modernização de suas instalações.
Neste mesmo período, foi aberta a audição para o ingresso de novos bailarinos no antigo Balé do Theatro Municipal de São Paulo, que depois passou a se chamar Balé da Cidade de São Paulo, e como Solange não conseguia mais se imaginar longe dos palcos e da dança, resolveu participar da audição, a qual passou em segundo lugar.
Solange e o Balé da Cidade de São Paulo
Solange Caldeira mudou-se para São Paulo, em 1973, e fez parte do Balé da Cidade de São Paulo, por quase trinta anos, participando de mais de 60 montagens e chegando a apresentar cerca de 150 espetáculos anuais, no Brasil e no exterior. Dançou com coreógrafos e artistas consagrados na história da dança no Brasil, como Victor Navarro, Oscar Arraiz, Luis Arrieta, Klauss Vianna, Iracity Cardoso, Monica Mion, e diretores teatrais como José Possi Neto.
Conta que um ano depois de sua chegada, em 1974, o Balé da Cidade de São Paulo sofreu uma espécie de reforma com a entrada de Antônio Carlos Cardoso na direção, o que era um corpo de baile clássico, transformou-se em um corpo de baile contemporâneo, com novas propostas, como por exemplo, a reestruturação da distribuição dos papéis para cada bailarino - “Todos eram iguais. Não existia mais o primeiro bailarino, o segundo bailarino, fixos. Os papéis eram escolhidos de acordo com as habilidades dos bailarinos para cada trabalho”1. Assim, teve a oportunidade de interpretar, além das coreografias clássicas do repertório do Balé da Cidade de São Paulo, coreografias contemporâneas, como por exemplo, Bolero, de Lia Robatto.
Bolero. BCSP. Lia Robatto (coreografia), concepção Emilie Chamie,1982(arquivo pessoal).
Como esteve presente no corpo de baile no período da ditadura, lembra hoje com humor das vezes que espetáculos, como Aquarela do Brasil, tiveram que passar por julgamento da censura, tendo sido realizadas sessões exclusivas para advogados, a fim de se obter a permissão de apresentá-los no Theatro Municipal de São Paulo.
Solange conta também que, no período em que esteve lá, teve aulas, não somente de Balé Clássico e Dança Contemporânea, como também, Dança Espanhola, Dança Afro, teoria musical, atuação teatral, história da dança, ainda que estas fossem mais voltadas para o repertório tradicional da companhia.
Solange encerrou sua carreira no Balé da Cidade de São Paulo, nos anos 90, devido a uma lesão do nervo plantar, chamada cientificamente de Neuroma de Morton, o que a impediu de dançar profissionalmente, uma vez que causava câimbras horríveis, e a possibilidade de operação lhe pareceu inconveniente.
1 Entrevista concedida à autora em 15 de setembro de 2011.
Nos dias de hoje
Atualmente, faz parte do corpo docente do Curso de Dança da UFV, como professora adjunta da Universidade Federal de Viçosa (UFV) em Minas Gerais, na qual é a idealizadora e coordenadora do Grupo de Estudos Integrados em Dança, Teatro, Dança-Teatro e Tecnologia em Dança, parte do Projeto Integrado de Pesquisa Caminhos da Dança-Teatro no Brasil, cuja principal contribuição consiste na criação e realização do Seminário e Mostra Nacional de Dança-Teatro, já na sua terceira edição em 2011.
Livros Publicados
O LAMENTO DA IMPERATRIZ: a linguagem em trânsito e o espaço urbano em Pina Bausch. 1. ed. São Paulo: Annablume, 2009. v. 1.
Referências
Solange Caldeira – Entrevista concedida à autora em Viçosa, Minas Gerais, em 15 de setembro de 2011.
Ver também
Currículo Lattes Solange Caldeira
Ligações Externas
Theatro Municipal do Rio de Janeiro