Carlos Leite

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Carlos Leite

Carlos Leite Pinto nasceu em Porto Alegre, Rio Grande do Sul, em 23 de julho de 1914. Desde cedo estudou canto, piano, teoria musical e solfejo no Conservatório de Belas Artes e no Instituto Carlos Gomes, de Porto Alegre, Rio Grande do Sul.


Em 1933, foi para o Rio de Janeiro, com o intuito de aprimorar sua formação de cantor lírico. Segundo Reis1 (2010), forçado a um repouso vocal de um ano, por uma possível sobrecarga das cordas vocais, devido ao fato de ter começado muito cedo sua carreira de cantor, terminou por matricular-se na Escola de Arte Dramática Martins Pena, onde estudou com Coelho Netto, Eduardo Vieira e Oduvaldo Viana.


Neste período, o Theatro Municipal do Rio de Janeiro abriu seleção de vagas para a formação de seu futuro Corpo de Baile. Carlos Leite fez o teste, e em 1935, ingressou na Escola de Ballet do Theatro Municipal do Rio de Janeiro, hoje Escola Estadual de Dança Maria Olenewa, na época sob a direção da própria, bailarina, coreógrafa e professora russa Maria Olenewa.


 “E a dança falou mais alto, mais forte,foi meu sentimento e então optei. 
  Dediquei-me de corpo e alma à dança.”(Carlos Leite,1980 apud REIS,2010,p.18).


Logo destacou-se nas aulas, afirma Reis(2010), e com quatro meses já fora escalado a dançar na primeira fila. Também na escola, contribuíram para sua formação de bailarino, Yuco Lindberg, Vaslav Veltchek, Igor Schevesoff, George Balanchine, Bronislava Nijinska (irmã de Vaslav Nijinski), Nina Verchinina, Paul Prethoff.


Em 1940, descreve Reis(2010), torna-se solista, no elenco do balé Uirapuru, como Índio Feio – coreografia de Vaslav Veltchek, música de Heitor Villa-Lobos.


Em 1943, Carlos Leite foi convidado a fazer parte do Ballet Joss, na Inglaterra, mas permaneceu no Theatro Municipal do Rio de Janeiro.


Em 1944, destaca-se na coreografia Visões – do bailarino polonês Yuerk Shabelewsky, do Original Ballet Russe. Segundo Reis(2010), pela sua excelente atuação, recebeu um convite de Colonel de Basil para integrar a companhia. Carlos Leite pede demissão do Theatro Municipal do Rio de Janeiro, e no período de 1944 a 1946, sai em viagens pela América do Sul com a companhia. No entanto, muito breve Colonel de Basil sofre um enfarto e falece.


Em 1946, Carlos Leite recebe, segundo Reis (2010) a primeira medalha de ouro concedida pela Associação Brasileira de Críticos Teatrais, como melhor bailarino brasileiro. Ainda em 1946, com o falecimento de Colonel de Basil, e já desvinculado do Theatro Municipal do Rio de Janeiro, Carlos Leite volta ao Brasil e decide investir em novos projetos, novos lugares, e a se dedicar também a lecionar.


Em 1947, integra, como bailarino e diretor de cena, juntamente com o coreógrafo Igor Schewezoff, o Ballet da Juventude, ainda no Rio de Janeiro, cuja estréia teve repercussões positivas, que culminaram em turnês por São Paulo e Minas Gerais, mas que duraram por pouco tempo. Segundo Reis (2010), por graves desentendimentos administrativos, a trajetória do Ballet da Juventude foi interrompida, encerrando suas atividades em 1956. Igor Schewezoff volta para os Estados Unidos, e Carlos Leite decide mudar-se para Belo Horizonte.


Em Belo Horizonte, Carlos Leite dá seus primeiros passos de sua carreira bem-sucedida como professor, criando em 15 de março de 1948, a pioneira escola de dança clássica de Minas Gerais. Segundo Reis (2010), entre seus alunos estavam os primeiros homens que freqüentaram aulas de balé em Belo Horizonte – Klauss Vianna, Vitor Nassare e Décio Otero.


Um ano depois, Carlos Leite passa a integrar o Teatro Mineiro de Arte, fundado por Alberto Sabino de Freitas, com sede no Edifício Brasil Palace Hotel, o primeiro teatro de bolso da capital mineira, de acordo com Reis(2010).


Em 1951, transferiu sua escola para um edifício na Avenida Amazonas, na esquina com Rua Tupinambás, e o grupo passou a ser chamado de Ballet Minas Gerais, reconhecido como um dos grupos artísticos mais importantes no cenário cultural do estado, e responsável pela disseminação da dança clássica por todo o estado(REIS,2010).


Entre 1955 a 1962, também trabalhou como coreógrafo e diretor de danças, para a recém-inaugurada TV Itacolomi.


Em 1957, lecionou Dança Clássica na Universidade Mineira de Arte e, Expressão corporal no Teatro Universitário da Universidade Federal de Minas Gerais, de 1960 a 1974 (REIS, 2010).


Segundo Reis (2010), em 1966, Carlos Leite foi convidado pelo governador Juscelino Kubtscheck para trabalhar no local das obras do futuro Palácio das Artes. E com sua inauguração, em 1971, seu grupo é transformado no Corpo de Baile da Escola de Balé da Fundação Palácio das Artes, que hoje é a Cia. de Dança Palácio das Artes, apesar de seus bailarinos terem sido efetivados com funcionários somente em 1973.


Carlos Leite torna-se então professor e coordenador da escola de dança do Palácio das Artes, e também maître e diretor do Corpo de Baile até 1986, quando, de acordo com Reis(2010), foi obrigado a se aposentar do Palácio das Artes, por desacordos com a direção. No entanto, continuou a lecionar na Escola Estadual de Dança Maria Olenewa, na Academia Toute Forme, no Centro Mineiro de Dança, e na Academia Internacional de Dança.


Em 04 de novembro de 1995, Carlos Leite vem a falecer por complicações cardíacas, nas cidade de Porto Alegre, Rio Grande do Sul.




NOTA

1 Glória Reis é mestre em Ciências Sociais pela PUC-Minas e graduada em História pela Universidade Federal de Minas Gerais – UFMG.


Referências Bibliográficas

REIS, Glória. Carlos Leite:tradição e modernidade. Memória da Dança no Brasil.Belo Horizonte: Instituto Cidades Criativas, 2010.(Personalidades da Dança em Minas Gerais, 2).


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