Princípios de Movimento Bartenieff

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Uma técnica corporal criada por Irmgard Bartenieff e aprimorada por seus discípulos, baseia-se em princípios básicos, primordiais, do movimento, que abordam desde a respiração e postura até a expressividade e relação entre espaço interno e externo.


Tabela de conteúdo

Uma introdução

Os princípios de movimento de Bartenieff estão diretamente conectados com o desenvolvimento do Sistema Laban/Bartenieff. O desenvolvimento de uma metodologia de observação do movimento proposto no Sistema Laban/Bartenieff, bem como a pesquisa corporal desenvolvida por Rudolf von Laban se conecta com a pesquisa de Irmgard Bartenieff através de um mesmo olhar sensível ao movimento corporal. Todas essas vertentes de estudo do corpo tem como característica a consciência do homem sobre seu corpo, de suas potencialidades e fragilidades e, acima de tudo, de sua expressividade.


Pretendemos desenvolver nesse verbete uma pequena amostra da pesquisa dessa importante figura do movimento e da dança, Irmgard Bartenieff, que é também uma parte complementar de outros estudos, Laban e Sistema Laban/Bartenieff, para introduzir um pensamento àqueles que se interessam pela temática.


Muitos coreógrafos, bailarinos e críticos utilizam essas bases de conhecimento em seus trabalhos. Utilizamos aqui como principal referência a pesquisa de Ciane Fernandes, além da experiência prática de aulas com Henrique Schueller e de websites relacionados.


Os Princípios

  • A Respiração e as Correntes de Movimento
  • O Suporte Muscular Interno
  • A Dinâmica Postural
  • As Organizações Corporais e os Padrões Neurológicos Básicos (PNB)
  • As Conexões Ósseas
  • A Transferência de Peso para a Locomoção
  • A Iniciação e o Seqüenciamento de Movimentos
  • A Rotação Gradual
  • A Expressividade para a Conexão Corporal
  • A Intenção Especial


A Respiração e as Correntes de Movimento

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Os exercícios corporais propostos pela metodologia de Bartenieff se baseiam na respiração abdominal. A respiração é a base para o trabalho consciente do corpo, e para conseqüente desenvolvimento da expressividade corporal.


Todo exercício dos Fundamentos Corporais Bartenieff inicia-se ou evolui de acordo com a respiração, segundo Fernandes. O processo respiratório estimula os músculos profundos do abdômen e pélvis, facilitando toda movimentação.


“O Suporte Muscular Interno é de responsabilidade do músculo Iliopsoas, do Diafragma e do Quadrado Lombar.
Além destes, destacam-se os seis músculos profundos do quadril ou Peviltrocanterianos. (...)
o Iliopsoas é a base muscular mais importante da técnica de Bartenieff.” (FERNANDES, 2006:53)


O movimento de respiração profunda trabalha na inspiração a expansão que prepara o corpo para, na expiração, pela liderança do diafragma, ativar o Suporte Muscular Interno e ativar as correntes de movimento até os músculos profundos do quadril. Essa movimentação que ativa o Suporte Muscular Interno, trabalha com uma musculatura que é a base de nossa movimentação, ainda que na maior parte das vezes não nos demos conta dela.


Mais uma vez, a consciência do trabalho muscular profundo atua na expressividade do bailarino, ou ator, ao trabalhar o controle desse suporte.


O Suporte Muscular Interno

Conforme indicado no item anterior, o trabalho corporal da musculatura mais profunda, poucas vezes ativada, além de ser uma característica da pesquisa de Bartenieff, é também um trabalho de consciência corporal. Por sua vez, o trabalho conscientizador de nossa musculatura profunda de suporte corporal auxilia no desenvolvimento da expressividade.


“O uso dos músculos internos para estabilização e suporte permite o destensionamento da musculatura superficial
e facilita o movimento e a expressão corporal. Ou seja, liberados da função de suporte, inapropriadamente atribuída,
os músculos superficiais podem ser usados nas diversas nuances da expressão.” (FERNANDES, 2006: 54)


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Dinâmica Postural

Este item baseia-se na idéia de que o corpo está sempre em movimento, ainda quando está parado. Há um fluxo de energia que se conecta do equilíbrio do corpo verticalizado ao movimento que sucederá a pausa, ao avançar o corpo no espaço.


Essa dinâmica é provocada, pelos profissionais que trabalham com esse conceito, através de linhas imaginárias e de imagens de movimento da anatomia corporal. Sugestões como “a cabeça que cai para o céu, ou o cóccix que cai para baixo” ajudam o corpo em trabalho a encontrar a postura alerta.


Nesse conceito, a pausa também é dinâmica, conectando os estímulos imaginários para movimentos fora do eixo vertical.


As Organizações Corporais e os Padrões Neurológicos Básicos (PNB)

Os padrões neurológicos dizem respeito ao desenvolvimento neurofisiológicas do ser humano, da gestação à vida adulta. O desenvolvimento se inicia num organismo unicelular, se desenvolvendo em organizações similares ao peixe, ao réptil, aos mamíferos, como na “evolução das espécies”.


“Da mesma forma, durante seus primeiros anos de vida, a criança move-se de forma gradualmente mais complexa,
organizando os padrões motores e estabelecendo a estrutura de seu sistema neuromuscular. (...)
Esse não é um processo linear, mas em espiral, onde sempre se ‘volta’ ao [movimento] anterior porém modificado
pela nova descoberta.”(FERNANDES, 2006:57)


Respiração Celular

Nesse exercício, respira-se deitado no chão, com os braços e as pernas abertos em “X”, sentindo-se os dois momentos em associação à inspiração (enchimento) e à expiração (esvaziamento). Neste momento não há consciência das diferentes partes do corpo.


Esta organização pode ser vista nos seres mononucleares e encontra seu correspondente em um ser multicelular como um bebê com poucas semanas de vida.


A Respiração Celular está presente em todos os outros padrões subseqüentes de movimento e de postura.


Irradiação Central

A respiração irradia para as seis extremidades – cabeça, “cauda” (cóccix), membros superiores e inferiores – na inspiração, e volta destas ao centro (umbigo) na expiração.


Inicia-se uma organização corporal de Centro-Periferia, Umbigo-Extremidades. A estrela-do-mar tem essa organização. O bebê também se move a partir do umbigo, para ele há apenas seis extremidades: cabeça, duas mãos, dois pés e cauda.

Espinhal ou Cabeça-Cauda/ Cóccix

A partir da Irradiação Central, gradualmente diferenciam-se a cabeça e a "cauda". Aos poucos, as duas extremidades diferenciadas movem-se, ligadas pela coluna, em movimentos como de uma serpente. Este estágio desenvolve a atenção e a noção de individualidade, de Cinesfera pessoal. As baleias e golfinhos são exemplos de organização corporal Espinhal.


"Um bebê neste estágio move a cabeça e a cauda alternada ou simultaneamente, ainda sem conseguir levantar
a cabeça e o peito totalmente do chão quando colocado de bruços."(FERNANDES, 2006:58)


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Homólogo ou Superior-Inferior

Esta movimentação organiza o corpo em parte superior e inferior. Por exemplo, um movimento em que uma parte (inferior ou superior) se estabiliza enquanto a outra se mobiliza, como o do sapo ao pular ou do coelho ao correr.


"Pode-se observar os bebês nesta fase deitados de bruços, apoiando o peso no abdômen (estabelizando
a parte inferior) e tentando levantar o peito do chão (mobilizando a parte superior, ou vice-versa. Este estágio
capacita o indivíduo a conectar-se com a terra e relacionar-se com a gravidade, locomovendo-se no espaço e 
mudando de níveis"(FERNANDES,2006:58-59)


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